Procurando Memórias

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"Oh meu Deus, não consigo lembrar de quem eu fui no último mês de dezembro... O que eu fiz, como cheguei até aqui?"

Alec Benjamin - Oh My Good

Lumine encarava o teto do quarto na casa de Lisa que gentilmente a deixou ficar na casa dela, não foi preciso muito pra concluir que ninguém na cidade conhecia Lumine e isso somado a alguém ter possivelmente apagado as memórias dela de propósito só deixava as coisas mais obscuras. Aparentemente ela estava ali sem nenhum motivo e possivelmente foi atacada por alguém "mas por que apenas apagar minha memória?" Ela se questiona, se sentia inútil já que sem memórias não fazia ideia do por que estava ali, o que sabia fazer, até mesmo as coisas que gostava ela não conseguia lembrar e a frustração crescia acima do medo de se sentir uma estranha pra si mesma. Os pensamentos eram intrusivos e inquietos em sua mente e mesmo que o incômodo fosse crescente, ela não se via nenhum pouco disposta a sair da cama naquele dia.

- Ei - ela ouve alguém chamando da janela - psiu! Lumine!

Ela olhou pra janela sem acreditar no que, ou melhor, em quem estava vendo.

- Venti? O que diabos você está fazendo aqui?

- Posso entrar?

- É melhor você entrar, estamos no segundo andar, se você cair vai se machucar - ela diz em tom de bronca - como você conseguiu subir aliás? Por que não estou pela porta da frente?

- Ehe - ele ri enquanto entra coçando a nuca de leve - eu bati na porta lá embaixo mas você não ouviu e Lisa não está em casa, vim por que não vi você pela cidade e fiquei preocupado.

- Bom... Não é como se eu tivesse algo pra fazer por aqui - Lumine diz com frustração na voz - e Lisa disse que vai trabalhar em algum modo de recuperar pelo menos alguma memória pra eu ter por onde começar a procurar respostas.

- E por que não tentamos procurar algo nós mesmos que possa te ajudar a lembrar? Podemos fazer algo que você gosta pra tentar fazer vir a tona alguma lembrança.

- O problema é justamente esse... Eu nem mesmo sei do que eu gosto ou o que sei fazer - a loira diz - é como se a pessoa que eu vejo quando olho no espelho fosse uma estranha e não eu mesma.

- Sendo assim... Vamos descobrir do que você gosta! - o bardo exclama animado - vamos passear pela cidade e escolher algo pra fazer e você descobre se gosta ou não, com sorte até conseguimos recuperar alguma memória.

Lumine pensa sobre aquilo por alguns segundos "ele parece bem otimista" ela pensa antes de concordar.

- É uma boa idéia na verdade - a loira diz por fim - não vai fazer mal tentar, eu acho.

As palavras dela são o que bastam pro bardo agarrar sua mão animadamente a levando pra fora, as ruas estavam animadas com pessoas trabalhando e conversando. Venti indicava e falava sobre cada pessoa e lugar ali mostrando alguns lugares onde cantava e outros onde gostava de comer, era muita informação mas Lumine sentia certa familiaridade na forma que Venti interagia com ela porém descartou o pensamento achando ser bobagem pelo seu desespero pra lembrar de algo. Os dois caminhavam por uma rua que levava a uma taverna quando um cheiro maravilhoso chegou as narinas da dupla, alguém quente e doce estava sendo assado por ali.

- Hummm isso é torta de maçã... Minha preferida - Venti diz - quer provar um pedaço?

- Sim - ela responde.

Alguns minutos depois os dois estavam sentados na grama abaixo de uma macieira e dividiam algumas fatias de torta que Venti havia conseguido de modo suspeito e sorrateiro demais do peitoril de uma janela onde a sobremesa esfriava, o sabor era maravilhoso e o bardo era uma companhia divertida.

- Aaah, isso estava delicioso - Venti diz satisfeito - você não sente que poderia comer algo assim todos os dias?

- Poderia, desde que não tivesse que roubar pra isso - Lumine diz rindo - aposto que a pessoa que fez não está nada feliz agora.

- Não vejo como roubar - ele diz com um sorriso sapeca - foi só... Um empréstimo.

- Um empréstimo de torta de maçã?

- Um empréstimo de torta de maçã.

Ele sorri largo pra loira que sorri de volta, Venti conseguia fazê-la sentir como se fossem amigos a muito tempo e todo aquele cenário de dividir uma refeição como um piquenique, a grama verde e bonita, o cheiro das maçãs, as flores silvestres... Lumine sentia certo conforto em tudo aquilo mesmo em sua situação totalmente incerta. Apreciava a paisagem calmamente ouvindo o bardo dedilhar sua lira em uma melodia linda e suave, borboletas de cores claras voavam por ali: amarelas, roxas, verdes, mas uma azul em específico ganhou a atenção de Lumine que seguiu o vôo dela com os olhos dourados concentrados até que ela pousasse em uma flor que se erguia lindamente do chão. Era laranjada e a forma das pétalas lembravam um moinho de vento, a loira não conseguia desviar o olhar das pétalas macias mesmo quando a borboleta havia ido pra longe algo cutucava o bloqueio em sua mente "moinho asther" o pensamento apenas surgiu na mente dela com a voz de alguém familiar mas ela ainda não sabia quem poderia ter dito pra ela o nome da flor no passado. "São suas flores preferidas Lumine?" A loira pisca sentindo a cabeça começar a doer, ela sabia que além do bloqueio conhecia a voz que ressoou em sua mente porém naquele momento não conseguia lembrar.

- Lumine? - Venti chama - tem algo errado?

A cabeça de Lumine latejou violentamente, sentiu o estômago revirar com a dor e a náusea a deixar tonta.

- Cabeça... Dói... - ela consegue dizer com certo esforço.

O bardo arregala os olhos, não sabia o que fazer mas sabia que tinha que ajudá-la. Venti não hesitou em segurar Lumine quando a mesma ameaçou desmaiar "tenho que levar ela pra Lisa e rápido" ele pensa porém como faria isso sem se expôr? Antes que pudesse pensar em uma solução ele percebe que a loira perdeu a consciência, sem perder mais tempo ele flutuou pelo céu com Lumine em seus braços.

💚💚💚


Oe oe oe babys tudo bem com vocês? Segundo capítulo e o nosso bardo já tá tendo que voar por aí com a Lumi. As dores de cabeça misteriosas, as lembranças fragmentadas... O que vocês acham que aconteceu com a Lumi e quem vocês acham que tirou as memórias dela? Enfim se gostarem deixem a estrelinha e comentários beijos e até o próximo capítulo

When The Wind Calls Onde histórias criam vida. Descubra agora