Antes de dezembro

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Abraçados e entrelaçados, quietos, sem pressa. Meus dedos correndo seus cabelos, você deitado no meu peito, o mundo inteiro lá fora e uma imensidão de nós dois nesse quarto que sabe tanto, que já viu tanto do nosso viver.

Eu olho pra você e penso, como eu poderia ter tanta sorte?

Te via entre a fumaça do cigarro que passeava entre os nossos dedos e pensava sobre tudo. Sobre o que construimos, sobre o que vivemos e ainda vamos viver, sobre esse lugar que é tão seu que só cabe você e esses sentimentos tão grandiosos que se bastam existindo, dispensando explicações ou ladainhas. Sobre como tudo permanece, mas ainda muda.

Sobre como, apesar de improvável, ainda é você. E eu ainda me assusto quando me pego pensando, quando olho pra você e vejo que de todas as coisas que eu já vivi, você era a última que eu esperava viver. E ainda assim, de todas elas, é a mais bonita. E parafraseando um dizer que te traz às minhas memórias, ninguém te imaginaria, ninguém sonharia alguém como você, e se hoje a realidade é bem maior que o sonho, eu já sei porquê. Tinha que ser você, não poderia ser mais ninguém.

Tenho um vislumbre do paraíso toda vez que abro meus olhos e te vejo olhando pra mim, me sinto flutuar quando suas mãos me puxam pra mais perto, quando eu te abraço e sinto os seus dedos tamborilarem de acordo com as batidas do meu coração.

Me sinto em paz, todas as noites, quando a sua respiração fica mais pesada, seu corpo relaxa e eu percebo que você finalmente adormeceu. Fico mais alguns minutos acordada, pensando sobre a sorte que é poder amar você e como eu não poderia estar mais feliz em viver parte da minha vida com você.

Eu realmente tenho muita sorte. Eu realmente tenho o paraíso.

Eu não te disse isso o tanto de vezes que eu gostaria de ter dito, segurei no fundo do peito as palavras por medo de não saber, mas verdades são verdades.

Você é amor.
E eu amo você.

O Amor de Um EscritorOnde histórias criam vida. Descubra agora