Capítulo 19

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• Maiara •

Resolvo dormir agarrada fielmente nas fatídicas regras nr. 4 e 5 que a cada minuto que passo ao lado de Fernando parecem se desintegrar na minha mente. Sem planos Maiara, viva apenas a porra do momento sem esperar por nenhum romance clichê de CEO que se perde nos braços da mocinha! Trepe, goze, seja feliz e fim! É com esse pensamento, firme nesse propósito que adormeço sentido seu cheiro impregnado na minha pele.

Ao acordar nessa quinta-feira tento voltar para a estratégia de não ficar sozinha com Fernando, afinal eu não sei como agir quando estou na sua frente e mais pareço uma jovem inexperiente que não sabe lidar com um boy lindo e interessante. Afinal, ele sempre deixa muito claro sua intenção por momentos de sexo casual e conhecendo muito bem seu passado nada distante, contado com riqueza de detalhes pelo cafajeste do meu melhor amigo, a coisa mais inteligente a fazer é justamente não fazer nada, absolutamente nada e deixar acontecer naturalmente sem expectativas.

Diferentemente dos outros dias, fico no quarto até mais tarde até que vou para a cozinha aproveitar a boa conversa e quitutes da Tia Edite. Achei que ia encontrar a mesa cheia, afinal são nove horas da manhã, horário razoável para apreciar o desjejum nessa fazenda maravilhosa, mas apenas Tia Edite está por ali morrendo de rir olhando para a tela do celular.

Edite: Bom dia, minha querida! — sou recebida pelo seu sorriso cativante e um belo abraço de urso. — Pegue uma xícara, o café acabou de sair e as broas de milho estão terminando de assar. Temos tempo suficiente para conversar. Coma um pedaço do bolo de banana e canela que a Francisca fez, depois que a Tati se ajoelhou aos seus pés ontem. — sua risada é tão adorável e imaginar a cena típica da minha melhor amiga implorando por alguma coisa me faz rir junto.

Maiara: Ah... Tia Edite, porque eu não me espanto ouvindo nada disso! Passe pra cá esse café! Meu cérebro agradece! — junto com o café chega o tabuleiro cheio de broas de milho pegando fogo e de repente Tia Edite ficou séria, seu olhar está fixo em um ponto próximo a mim, mas não em mim, está perdido como se estivesse conectada em outro pensamento. Eu, hein? Será que falei algo de errado?

Edite: Maiara, escute com atenção o que tenho a lhe dizer. Hugo não é o seu destino e nem Mikelly é o de Fernando. Ele é o seu futuro e você o dele. A história começa a ser escrita aqui na fazenda e não vai terminar como vocês pensam. Vocês já pertenciam um ao outro, apenas se reencontraram neste plano. Não pense muito sobre isso, deixe que a vida irá fluir pelo caminho certo.

Fico olhando sem dizer uma palavra, apenas termino de engolir o pedaço da broa que quase para no meio da minha garganta seca com o que acabo de ouvir. E se aquele momento não pudesse ficar mais estranho e constrangedor, Fernando entra na cozinha e percebe o silêncio sepulcral.

Fernando: Bom dia! — ele diz com um tom simpático e vai ao encontro de Tia Edite que o abraça e responde como se não tivesse dito uma palavra.

Após deixar o abraço da tia, meu Arcanjo Gabriel apaixonante e que fode divinamente, senta-se ao meu lado. Os míseros centímetros que nos separam no banco não são suficientes para impedir que a velha e conhecida energia pulsante e vibrante atinja minha pele, deixando todos os meus pelos arrepiados.

Fernando: Está com frio? — pronto o cretino está de volta.

Sua pergunta sai em um sussurro arrastado no meu pescoço, acompanhada da mão que desliza pela minha coxa. Será possível, que eu não vou resistir nunca a um simples toque da sua mão na minha pele? Porque eu não quero me apaixonar por Fernando, mas parece que isso é algo um tanto difícil de impedir, porque já aconteceu! Deposito minhas esperanças na chegada de Hugo hoje à noite e talvez tê-lo ao meu lado me ajude a entender e separar esse sentimento que já tomou conta de mim por mais que eu não queira admitir.

Como Dominar Um CretinoOnde histórias criam vida. Descubra agora