Capítulo 27

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• Maiara •

Que horas fomos dormir? Não faço ideia. Viro meu corpo amolecido igual biscoito maisena imerso no leite ainda de olhos fechados e estendo o braço. Ele está aqui ao meu lado, ainda dorme. Arcanjo Gabriel nos braços de Morpheu... Não é sempre que você se deleita com uma cena dessas. Uhm...Não foi correr? Que milagre! Também, depois da nossa noite. Um sorriso envergonhado e ao mesmo tempo agradável cola no meu rosto e suspiro pensando nessa aventura louca que estou vivendo em meio ao planejado "retiro espiritual". Com todo cuidado, desencaixo do seu corpo e saio do meio dos seus braços fortes e aconchegantes, preocupando-me em levantar sem fazer barulho e vou ao banheiro. Quando volto vejo sua figura esculpida pelos deuses do Olimpo se espreguiçando.

Maiara: Acordei você? — pergunto engatinhando por cima do seu corpo e finalizando com um beijo simples em sua boca.

Fernando: Não, claro que não! — sou virada de uma vez sobre o colchão e ele se encaixa em cima de mim. — Que delícia acordar com você ao meu lado... quero dizer, embaixo de mim. — Dá um cheiro no meu pescoço que me arrepia dos pés à cabeça e vai para o banheiro.

Meu celular está dentro da sacola com as minhas roupas e fico com uma preguiça enorme de levantar apenas para descobrir que horas são! Olho na mesinha e o celular dele está lá, paradinho e disponível. Passo o dedo pela boca de um lado ao outro em suspense hesitando nesse gesto premeditado. Seria muita invasão de privacidade olhar o telefone só para ver que horas são? O diabinho no meu ombro responde: Não! Claro que não, que bobagem, não vai olhar nada, apenas checar que horas são! O anjinho cruza os braços desapontado e ao mesmo tempo chocado com a minha desfaçatez.

Sou rapidamente convencida de que não há nenhum problema em apenas conferir que horas são. A tela estará bloqueada mesmo. Dou um toque simples e logo o relógio surge na tela principal. Quase 11h! Ao mesmo tempo vejo várias notificações de mensagens da Angel. Não leia nada, quem procura, acha! Coloco rapidamente o celular de volta no lugar e não comento nada a respeito.

Quando ele entra no quarto pergunto se sabe que horas são. Ele pega o celular, diz que são 11h e passa um tempo olhando a tela. Não me aguento.

Maiara: Tudo bem? Ficou sério de repente. — ele desliga o telefone e coloca na mesa.

Fernando: Nada importante! Tudo que preciso está bem aqui! — volta para cima do meu corpo me beijando com sabor de hortelã.

Ficamos abraçados por um tempo trocando carícias. A pergunta de sempre martela na minha cabeça: Como vou fazer quando estiver sem ele em Goiânia? Como não é bobo nem nada, percebe meu olhar perdido e seu rosto fica sério como quem me investiga.

Fernando: No que está pensando, Maiara?

Maiara: Nada que valha a pena conversarmos agora. — não quero estragar o momento falando disso, porque sei que ele também se perturba com a ideia de não estarmos mais juntos na fazenda.

Adoro sua personalidade mandona e controladora, mas quando ele se mostra assim preocupado e analisando minhas reações, sei que quem está ali é ele, simplesmente Fernando, o moço do estacionamento e que foi me buscar no aeroporto. Gentil, atencioso, charmoso, que me acudiu enquanto passava mal, que tem uma égua chamada Salsa e que ama estar nessa fazenda. E foi por ele que meu coração derreteu igual neve no sal, no momento que parei naquela janela da caminhonete e perguntei se ele era o Zor.

Maiara: Gato, a preguiça tá ótima e ficar nos seus braços melhor ainda, mas eu preciso ir me arrumar! Tati já deve ter mandado milhões de mensagens no meu celular. Combinamos ir para a cidade após o almoço, já que temos hora marcada no salão no final da tarde. — sento na beirada da cama disposta a ir logo para o chuveiro, mas os seus braços de polvo não me deixam sequer levantar. Só puxada para a cama novamente e tenho um ataque de cócegas com seus beijos.

Como Dominar Um CretinoOnde histórias criam vida. Descubra agora