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𝖣𝖤𝖭𝖵𝖤𝖱
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𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘

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𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘

— Quase foi dessa vez maninho — Robin fala para Finney que suspira pesado, seu olhar levanta-se e passeia pela arquibancada procurando pela sua amada, contudo, a mesma já havia ido em bora com suas amigas próximas.

— Ei... Não se culpe; ela pode ter ido por outro motivo — tranquilizo o mesmo que dá um sorriso leve.

Não gostava de ver Finney se culpar por causa da perda do jogo, o outro garoto havia lhe elogiado pelo lançamento da bola, mas acho que isso não deve ter sido o suficiente para o garoto.

— Sábado podemos jogar bola, que tal? — sugere Robin — Talvez, possamos ir ao fliperama, aquele que tem no mercadinho! Você ama lá e podemos comprar algumas coisas também; fica...

— Robin... — diz o menino cansado e o moreno cala-se.

Finney não era bobo, ele sabia do truque mal feito do mexicano para dispersar sua atenção da menina que tinha ido em bora. Eu queria que ele entendesse que não era culpa do jogo e muito menos dele. O loiro caminha desanimado para fora da quadra e acompanho o mesmo com o olhar.

— S/N! — ouço a voz de Camila e despeço-me de Robin que fala que nos encontraríamos amanhã — Não acredito que os interclasses duram tanto — comenta, guiando-me para irmos para casa.

A loira não deu nenhuma palavra durante todo o caminho que fizemos para nossa casa, achei que ela estaria cheia de comentários maldosos sobre a sua busca junto a Gwen, porem, ela apenas olhava para os lados algumas vezes e tomava um cuidado a mais quando íamos atravessar a rua.

Amanhã pergunto para a mais nova que acompanhou a mesma, diferente da minha irmã, Gwen talvez diga alguma coisa que sacie a minha curiosidade.

— Olha que surpresa — fala a menina vendo que nossa mãe não encontrava-se em casa — Ela não está em casa.

— Sabia que não falar o nome da mamãe não ajuda em nada — digo para a garota que revira seus olhos.

Desde quando a mesma tentou me empurrar da escada e saiu sem dar notícias do lugar que ia, minha mãe está brigada com ela. Não menosprezo a ação tomada pela a mais velha, ela me empurrou das escadas, em teoria, então minha mãe está completamente certa.

Diferente das outras mães, a nossa não bate na gente, ela foi aconselhada a isso, em compensação, a mulher usa algo chamado "castigo do silêncio".

O castigo do silêncio sempre foi tentado evitar por todas nós, porém sempre de vez em quando tinha que ser usado para dar uma lição em alguém. Minha mãe sempre usou isso com Camila, pela garota ser... Difícil de lidar, mas a mais velha conseguiu driblar isso, quando descobriu que também pode fazer isso com a mulher.

— Não... Descobriu nada? — pergunto após a curiosidade não se aguentar em meu corpo — Tipo... Vocês saíram quando o jogo começou e você mesma disse que demorou.

Ouço a menina suspirar e encarar-me, fazendo engolir seco e me arrepender pela pergunta. Desvio meu olhar da loira e coloco a água no copo que havia pego anteriormente nos armários.

— Achamos um cara — escuto a voz da menina começar, mas não tive coragem de me virar ou falar alguma coisa. Tinha que aproveitar esses curtos momentos de bom humor da loira — Ele tinha a mesma van que eu vi o Hopper sendo sequestrado, além que o cara parecia 'pra caralho... Desculpas.

— Tudo bem... A mamãe não está aqui, então pode falar — tranquilizo a menina e ouço um riso escapar da mesma.

— Então... Tinha um cara parecia 'pra caralho com o homem que vi; sabe... Sequestrando o Vance — diz e questiono a menina se aquele era o homem — Não... Era só um mágico falido.

— Poderia ser um disfarce, não? — sugiro e isso parece chamar a atenção da loira, finalmente tomo coragem e viro-me em sua direção — Tipo; ele pode ser um mágico de dia e um assassino de noite... A tarde, um sequestrador.

A garota parece pensar no que havia dito, mas antes de dar a sua resposta; a porta foi aberta pela mulher que sorria para mim, mas quando viu a loira fechou sua cara e passou reto pela mesma.

— Como foi o interclasse, meu amor? — pergunta e respondo — Oh, que pena do Blake... Acha que podemos fazer algo por ele? — questiona.

— Talvez... Um bolo? — falo e Camila olha-me julgadora — Que foi...? Eu iria gostar de ganhar um bolo.

— Um bolo é perfeito querida! — minha mãe toma a frente antes que a garota falasse mais alguma coisa — Então... Como vai as coisas na escola? Está indo para a conselheira?

— Não estou indo... — falo e a mulher olha-me incrédula, mas antes que a ela cite todo o seu discurso, digo o motivo — Estava ocupada demais saindo com os meus amigos... Meus novos amigos.

— Achava que era apenas o Blake... Tem mais alguém? — pergunta sorridente enquanto separava os ingredientes na batedeira.

— Robin Arellano... — falo para a mulher que sorri em minha direção e começa suas perguntas sobre o menino.

Agora lembro-me o motivo de não dizer para a mais velha sobre ter dois amigos... Meninos. A mesma aceita ter apenas um, mas o outro ela acha que já posso ter algum tipo de interesse romântico. Ter uma conversa assim com a sua mãe pode ser bastante desconfortável.

Ela sempre faz isso, ela fez a mesma coisa quando soube que eu voltava para casa acompanhada do Finney, às vezes, somente quando a loira me esquecia na escola ou falava que tinha coisas mais importantes para fazer e mandava-me ir sozinha. Enfim, ela fez suas perguntas e fui obrigada a responder todas, caso contrário a sua mente fértil iria se dar as respostas.

— Fico feliz que esteja saindo, mesmo que seja apenas com o Finney... E esse Robin aí — fala desinteressada, porém sei que ela apenas finge.

— É... A Camila me buscou na escola hoje; também me ajudou nos deveres de ontem — minto para a mais velha que encara a loira confusa — Não é... Mila? — digo esforçando-me, enquanto a loira apenas assenti confusa.

Um sorriso apareceu nos lábios de minha mãe que disse que havia acabado o castigo de silêncio para a menina, que também sorriu com isso. A mais velha fala que queria a nossa ajuda com o bolo e mandou nós duas irmos tomar banho o mais rapidamente para ajudá-la.

Sinceramente; gosto desses pequenos momentos que temos em família, mesmo que muitas das vezes haja mais convites da minha mãe, ou mais iniciativas da mesma, talvez essa seja a palavra. Contudo, quando estamos juntas, sinto que nada pode estragar novamente nossas vidas, e quero que seja sempre assim.

Sem ninguém estragando nossas vidas.

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𝐌𝐘 𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 | ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora