𝖣𝖤𝖭𝖵𝖤𝖱
¹⁹⁷⁸𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘
CAMILA ANDA DE UM LADO PARA OUTRO enquanto tenta organizar suas ideias por meio de post-its. A loira revisa tudo que sabemos até agora; tudo o que descobrimos e todas as nossas teorias. Incrivelmente, o aparecimento repentino do mexicano consegue acabar com todas as nossas conspirações.
A mesma revisa sobre a van que alguém usa para nos observar, sobre o desaparecimento dos meninos, sobre as possíveis novas vítimas do sequestrador; sobre a volta repentina de Robin que deixa sua teoria frágil. Minha irmã está enlouquecendo aos poucos.
— Porra! Não tem como ele fugir... O Vance não fugiu! — exclama.
— Ele pode ter dado sorte — digo, mesmo tendo uma possível ideia do que pode ter acontecido.
— Todos os garotos desaparecidos tinham uma ligação com a gente, nenhum deles voltaram, nenhuma pista foi deixada e... Isso tem algum erro, tem algum erro aqui! — fala firme. Novamente sua atenção vai para os papéis com resumidas anotações.
Sabe o sentimento de negação? Eu estou com ele nesse exato momento. A minha cabeça não aceita a história do menino, que ele se perdeu durante semanas na floresta e voltou completamente limpo, sem o menor sinal de desnutrição ou desidratação. Além que, havia pequenos machucados nele; talvez, ele pode ter se perdido no lugar que citou, mas não ficou por lá muito tempo. Ele foi sequestrado e eu tenho quase certeza disso.
Mas, qual seria a razão dele para mentir sobre isso? Medo, vergonha, raiva... Nenhum deles faz sentido para mim. Robin, está claramente mentindo e aposto que ele deva ter as suas razões para isso, mesmo que não seja o certo se fazer.
— Bom, se ele foi sequestrado; ele deve saber quem é o sequestrador. Certo? — pergunto a mais velha que finalmente para quieta.
— Sim, ele já deve ter visto — confirma a garota e sua mente já parece planejar alguma coisa — Você vai ligar para ele e mandá-lo vir até aqui, tente o máximo arrancar informações dele, ok? — pergunta e assinto — Eu vou me encontrar com a Gwen, se eu não voltar até às 17:00 da tarde pode mandar a polícia atrás de mim.
— Vocês deveria parar de falar desse jeito — peço a garota.
— Estou sendo realista, pirralha — fala firme — Vá ligue para ele! Vai! — manda.
[...]
Ouço a campainha tocar e olho pela janela para ver quem era. Robin encontra-se em frente a porta, encarando a mesma tedioso e com os braços cruzados, me parece bem impaciente. Volto a minha atenção para a rua, não há nada de suspeito nela, está calmo como todas as tardes. Respiro fundo e abro a porta para o mexicano.
— Oi... — cumprimento o garoto. Dou espaço para ele entrar, contudo, o mesmo não dá um passo para dentro — Não vai entrar?
— Não, eu pensei em algo melhor, hermosa — diz sorrindo — Quer ir ao Drive-In? — pergunta.
— Ele está aberto essa hora? — questiono. São exatas 15:00 da tarde — Não sabia que abriam esse horário.
— Ele sempre está aberto... — ele dá uma pausa mas continua a falar logo depois — Se você é amigo do dono — diz de uma forma engraçada, deixo uma risada escapar — Tu sonrisa es preciosa, hermosa.
— Gracias — respondo em espanhol para o garoto, que olha-me surpreso — Você me emprestou aquele dicionário e... Eu tô aprendendo espanhol, obrigada.
— Ya no podré dar cumplidos secretos. ¿Por qué me hiciste esto, mi amor? — pergunta e eu rio.
Sinto minhas bochechas queimarem por causa do mi amor", acho que ainda não me acostumei com esses apelidos repentinos do menino. Concordo em ir para o Drive-In com o moreno, mas antes ligo para a casa do Finney para saber se a minha irmã estava lá.
— Camila? Ela está no quarto da Gwen, disseram que iriam sair daqui a pouco — responde Finn.
— Diz para Mila que eu vou sair com o Robin — peço ao loiro.
— Vai sair com o Robin!?
— Sim?
— ... Ele combina com você, tipo, vai ser estranho meus dois melhores amigos namorando, mas...
— Não é nada disso, Blake!
— Você vai sair com o Arellano!? — ouço a voz de Camila — Que estupidez é essa? É para você ficar em casa! — manda.
Engulo seco ao ouvir a voz autoritária da loira. Olho para trás e vejo Robin encostado na porta observando a rua, o garoto olha-me e acena com um sorriso em seu rosto. Para retribuir seu gesto, sorrio para ele e presto novamente atenção no telefone.
— Olha... Vê se tem alguma coisa pela janela — manda. Coloco o telefone em cima da caixa e vou até a janela, vendo que não há nada e a rua está deserta.
— Não tem nada aqui — respondo a mesma quando volto a pegar no telefone. Camila suspira cansada.
— Pode ir, mas caso não volte para casa, eu saio para te buscar.
— Você falando assim está me assutado... E se eu... E se eu for sequestrada, Mila? — abaixo meu tom de voz, mas o meu medo continuava nítido.
Não queria ser sequestrada, não queria saber o que todos os garotos passaram horas antes da sua morte, isso será demais para mim. O outro lado da linha fica mudo por um instante, a loira deve estar maquinando algo mirabolante, como é da sua natureza.
— Se você for sequestrada eu irei atrás de você, matarei seu sequestrador e trarei você para casa sã e salva. Vamos assistir filmes ao lado da mamãe e deitar nas nossas camas confortáveis quando o sono chegar. Não se preocupe, pirralha, se você não aparecer em casa, eu vou até você.
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𝐌𝐘 𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 | ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒ
Fanfiction𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 ━━ 𝖱𝖮𝖡𝖨𝖭 𝖠𝖱𝖤𝖫𝖫𝖠𝖭𝖮 Em busca de um recomeço após os eventos traumáticos acontecidos no Brasil, uma família acaba adentrando ao Programa de Proteção a Testemunha e muda-se para a pacata cidade de Denver. P...