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𝖣𝖤𝖭𝖵𝖤𝖱
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𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘

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𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘

OBSERVO A MAIS VELHA deprimida segurando um cartaz que dizia que o garoto loiro está desaparecido. Não vou negar e dizer que não estou triste pelo sumiço do menino, ele era como um irmão mais velho para mim, um irmão que escutava as minhas lamentações e sorria quando encontrávamos uma solução juntos. Contudo, ele foi sequestrado por alguém, e suponho que seja o mesmo homem do ano passado.

Meus dedos batucam a mesinha do quarto ansiosamente, pois estou com um enorme sentimento de hesitação em falar com a mesma sobre isso; sobre como eu estou me sentindo; sobre como ela está se sentindo.

A garota era próxima de Vance, muitos achavam que eram namorados, já que sempre estavam saindo juntos, bebendo juntos, fazendo diversas coisas de casais juntos. Mas não, eles eram apenas ótimos amigos.

— Quer falar alguma coisa? — pergunta deitada após um longo suspiro cansado. Assinto e viro a cadeira giratória em direção a menina.

— Você... 'Tava lá com ele? — pergunto a primeira coisa que veio em minha mente, a loira revira os olhos e sorri sarcástica.

— Eu acho que meu testemunho para os investidores fala por si só — responde-me e eu concordo com a loira.

Encaro a menina que possuía o seu sorriso confiante característico. Não quero parecer uma intrometida indelicada com a loira ou incitar a sua raiva, fazendo a mesma estressar-se, sair do quarto e xingar todos que aparecerem em sua frente.

Respiro fundo enquanto penso seriamente se deveria ou não continuar esse assunto com a loira.

— Você... Tentou salvar ele... Salvar o Vance? — pergunto.

Repreendo-me seriamente por já está com uma voz chorosa, mesmo sem nem ter tocado nas partes mais sensíveis para isso.

Sinto um bolo se formar em minha garganta, os meus lábios tremiam enquanto eu fazia o máximo para segurar o choro que está por vir. Não sabia que pronunciar o nome do loiro depois de tudo seria doloroso; muito doloroso. O sentimento corrói o meu coração e faz as lágrimas ficarem mais fortes, tornando um pouco mais árdua a tarefa de segurar as mesmas.

— Acha mesmo que eu iria arriscar a minha vida por causa dele? — questiona incrédula. Observo a loira se levantando bruscamente da cama — Você acha que eu arriscaria a porra da minha vida por causa do Vance Hopper? É sério!? — a mesma se aproxima cada vez mais, enquanto eu pressiono mais ainda meu corpo contra a cadeira.

— Ele... Ele era tão legal com você, sabe... Você não tentou ao menos, sei lá...! Gritar? — sugiro mordendo meus lábios inferiores por medo de como a mesma iria reagir e sinto a primeira lágrima descer pelo meu rosto.

Camila sorri e coloca a mão na testa desacreditada, depois move suas duas mãos para a sua cintura e encara-me.

— Você acha que EU deveria arriscar a minha vida... Por causa de um garoto que VOCÊ conheceu há dois anos!? — pergunta e fixo meu olhar no chão. A garota chuta a cadeira fazendo a mesma bater na mesa atrás de mim, fazendo o meu corpo ir para frente bruscamente e depois ir para trás — ME RESPONDE CARALHO!

Assinto hesitante para a menina enquanto as lágrimas desciam involuntariamente, não pelo loiro  que virou foco da nossa discussão, mas por medo do que a mesma poderia fazer comigo, ainda mais sozinhas em casa.

Droga! Não era para eu parecer fraca agora; agora não... Não agora que a mesma grita fazendo meus ouvidos sangrarem e eu torcer para que algo tire sua voz aguda; não agora enquanto imploro mentalmente para a mesma parar de alterar o volume de voz.

Tampo meus ouvidos quando a mesma começa a gritar ainda mais, xingando-me por causa de uma pequena sugestão. Observo a menina de relance.

— É SÉRIO MESMO GAROTA? VOCÊ PREFERE UM ESTRANHO DO QUE A SUA PRÓPRIA IRMÃ!? — grita e caminha em minha direção apressadamente. A mesma gira-me deixando-me de costas para a loira e começa a me guiar para fora do quarto.

Seguro-me fortemente nos braços da cadeira e olho para a menina, mas o meu foco mudou assim que vi que a mesma guiava-me em direção às escadas. Olho para mesma assustada e em seu rosto continha um sorriso macabro enquanto sua boca cuspia todas as provocações do mundo; antes da menina me empurrar dali, levanto-me da cadeira correndo para o quarto da mamãe.

— SAÍ DA PORRA DESSE QUARTO! VOCÊ QUER O VANCE HOPPER? VOCÊ QUER ENCONTRAR O VANCE HOPPER? SABE EM QUE LUGAR VAI ENCONTRAR O VANCE HOPPER? NO CÉU! 'TÁ ME ESCUTANDO? VOCÊ TÁ ME OUVINDO, PIRRALHA!? 

Ouvia as batidas bruscas na porta e rápidas, mas nada se passa em minha mente neste momento além do que quase acabou de acontecer.

Tento fazer a técnica de respiração para poder regular a mesma e desacelerar meus batimentos cardíacos, mas nada me tira a cena da menina levando-me em direção as escadas.

A minha irmã tentou me jogar da escada? Foi... Foi isso mesmo que acabou de acontecer...? Ela tentou me jogar escadaria abaixo? É sério...?

Você é igualzinha ao seu pai... Aquele assassino de merda; você é igualzinha a ele! — falo perto da porta para a menina ouvir e por alguns segundos os barulhos cessam.

Depois de uns segundos em completo silêncio, escuto passos afastando-se da porta lentamente e aparentemente, descendo as escadas, contudo, não irei abrir a porta para a garota que acabou de tentar me matar.

Um silêncio pairou do lado de fora e isso despertou a minha curiosidade, pois já havia um longo tempo que não ouvia os surtos comuns da loira. Abro um pouco da porta; conseguindo ver a porta do quarto em que estávamos entreaberta.

Respiro fundo e abro a porta do quarto da minha mãe, caminho em direção ao quarto, contudo, a loira não está lá, caminho em direção ao aposento da menina, mas a mesma também não está lá. Olho para a janela e vejo que a bicicleta da garota não está mais na garagem, ela saiu... Que bom, eu acho.

— O que acabou de acontecer aqui? — pergunto a mim mesma observando a cadeira que ainda estava no mesmo local que a menina quase me empurrou.

Isso... Isso foi um belo choque de realidade, para ser sincera, mesmo que isso para mim pareça ser mais irrealista do que realista. Observo a cadeira e fico alguns minutos com o foco nela. Minha mente ficou nublada, nada está se passando nela, não estou pensando em nada... A sensação é estranhamente boa.

— Querida, cheguei! — ouço a voz animada da minha mãe e seus passos aproximam-se da escada — Ué... Por que a cadeira está aqui? — pergunta.

— Minha irmã... Tentou me matar — explico de forma breve para a mesma que ri por achar que estou brincando ou apenas exagerando.

Ao ver que não estou sorrindo e depois de analisar estado em que me encontrava, a mulher desmancha o seu sorriso e encara-me. Observo a mesma subir de forma rápida e sinto sua mão tocar em minha bochecha, depois abraçar-me forte.

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𝐌𝐘 𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 | ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora