𝖣𝖤𝖭𝖵𝖤𝖱
¹⁹⁷⁸𝗬𝗢𝗨𝗥 𝗡𝗔𝗠𝗘
RESPIRO FUNDO E CAMINHO CALMAMENTE até as janelas do meu quarto, pegando as cortinas e tampando qualquer visão que o sequestrador tivesse do cômodo. Antes disso, fui obrigada a esperar alguns minutos, fingindo que não percebi estar sendo observada por um estranho e agir da forma mais natural possível.
Quando me afasto das janelas, por impulso, queria descer e avisar para minha mãe o que acabamos de descobrir sobre o assassino de Denver, mas fui impedida por minha irmã novamente, argumentando que não adiantaria de nada e que apenas correriamos riscos indo até a delegacia. A loira desceu para o andar de baixo e trancou toda a casa, foi isso que ela me explicou minutos depois de voltar para o quarto.
— Ótimo — comenta enquanto gira-se na cadeira — Temos que dar um jeito de nos mudar aqui — fala.
— Mudar? Não podemos, o programa-
— O programa vai acabar não adiantando de porra nenhuma se estivermos mortas, sua imbecil! — altera seu tom de voz e encolho-me. A loira se levanta e volta a sua atenção aos blocos de notas espalhados pela escrivaninha, encarando todos de maneira pensativa — Droga... Estamos ferradas.
— Não fala isso — peço a menina. Por alguma razão, quando falamos as coisas, sinto que elas são reais, mas eu não quero que seja — Temos... Temos que nos afastar dos nossos amigos, para que eles não sejam sequestrados — penso.
Querendo ou não, é assim que o sequestrador age. Ele observa nossos passos; observa o nosso dia a dia; ver com quem saíamos; com quem conversamos; com quem não interagimos; com quem interagimos.... Engulo seco ao pensar nas diversas vezes que pude estar sendo observada.
— Não precisamos nos afastar — a garota fala desinteressada, chamando a minha atenção, acabo questionando a mesma — Acho... Não sei, mas penso que levantaria suspeitas demais.
— Ele quer mandar um recado Camila e já sabemos qual é! Então, por que vamos fazer mais pessoas perderem seus filhos!? — pergunto indignada para a garota.
— Sabemos qual é, mas não sabemos o que ele vai fazer depois! — responde — S/n, ele nunca escondeu que estava seguindo a gente e tenho absoluta certeza que você já viu ele. Ele não se importa com nada e... E tenha certeza quando ele perceber que sabemos de alguma coisa, ele vai vim atrás de nós duas e também da mamãe...
Os lábios de Mila tremem, enquanto seu rosto demonstra a força que ela está fazendo para não deixar suas lágrimas rolarem pela sua pele. Seus olhos pediam, imploravam para deixar tudo transparecer em lágrimas, mas minha irmã não iria permitir; não comigo na sua frente. Um longo suspiro é dado pela loira, que tenta o máximo pensar em alguma solução para sairmos dessa.
— Vamos continuar seguindo nossas vidas, naturalmente e... E eu... Deixe-me ver... Eu vou continuar investigando junto com a Gwen — diz — Vamos continuar seguindo nossas vidas normalmente, depois damos um jeito, tá legal — instruí.
Encaro a garota com raiva pela sua linha de pensamento egoísta, mas ao mesmo tempo, também tem um pouco de autruismo ali. Concordo com a menina quando desvio meu olhar para qualquer outra direção. Batidas são deferidas na porta do quarto e interrogamos a pessoa, descobrindo que a nossa mãe avisando que já havia dado o horário de irmos para cama, concordamos.
[...]
Beijo a bochecha da mais velha e a loira faz o mesmo.
— Uau, quanto amor essa hora da manhã! — brinca a mulher dando uma mordida na torrada que segura — O que eu fiz para receber tanto carinho das minhas amadas filhas? — pergunta, usando seu tom carinhoso e brincalhão de sempre.
— Reclama quando não demonstramos e faz um interrogatório quando mostramos. Não te entendo — Camila responde e saí pela porta. Despeço-me da mais velha e sigo a garota.
Caminhamos até a nossa escola quietas, não falávamos nada uma com a outra; como ela disse ontem, deveríamos seguir a rotina de sempre. Claro, tinha imperceptíveis mudanças em nossa caminhada; Camila estava mais atenta, de vez ou outra a loira olhava para as casas e aproveitava, olhava para trás; também não ficávamos tão próximas de entradas de becos que tinham no caminho.
Quando chegamos na escola, havia muitos carros estacionados, pessoas conversando e etc. Como de costume, Camila foi falar com seu grupinho de amigos, aonde se encontrava o garoto que ela é mais próxima depois do desaparecimento de Vance. A menina ria com tanta tranquilidade, ela sabe fingir muito bem.
Vejo Finney acenar para mim, ele estranhamente me parece mais alegre hoje, nem parece que dias atrás estava chorando pelo amigo desaparecido. O loiro corre em minha direção.
— S/n! Você não sabe! Vem! Vem! — fala eufórico, fazendo sinal para o seguir; faço como ele e pede. O menino anda apressado até a nossa sala e empolga-se cada vez mais que chegamos perto da mesma. Finn, me leva até a frente da nossa sala e abre a porta que me impedia de ver o que tinha demais ali dentro.
Minha respiração fica ofegante e sinto meu coração acelerar, como se ele quisesse explodir em meu peito. Sinto a minha cabeça desaparecer com tudo que aprendi na vida e apenas pontos de interrogação aparecerem nela, junto com um nervosismo esquisito ao ver a cena.
— Robin!?
━━━━━━ 𑁍 ━━━━━━
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐌𝐘 𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 | ʳᵒᵇⁱⁿ ᵃʳᵉˡˡᵃⁿᵒ
Fanfic𝐌𝐄𝐔 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐎 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 ━━ 𝖱𝖮𝖡𝖨𝖭 𝖠𝖱𝖤𝖫𝖫𝖠𝖭𝖮 Em busca de um recomeço após os eventos traumáticos acontecidos no Brasil, uma família acaba adentrando ao Programa de Proteção a Testemunha e muda-se para a pacata cidade de Denver. P...