Em meio ao caos

537 51 12
                                    

Eu não precisei que o anbu dissesse mais alguma palavra para eu agir. Minhas pernas tomaram o controle absoluto e quando percebi eu já estava do lado de fora da casa de Naruto, saltando por entre os telhados o mais rápido que o meu corpo permitia que eu fosse.

O cenário de destruição alcança a minha visão a medida que eu avanço.

Há ninjas em combate, muita fumaça e civis correndo atordoados por todos os lados em busca de refúgio. O caos tomou conta da vila em apenas alguns minutos e eu lamento por todos aqueles que, assim como eu, pensavam que a violência teve seu fim com a guerra. Porém, em uma contradição muito amarga, aqui está a prova de que nunca podemos confiar totalmente na calmaria, afinal, é depois dela que vem a tempestade.

Não consigo controlar meus pensamentos. Assim como o meu coração, eles estão em Misaki. O anbu disse que o ataque foi próximo ao hospital de Konoha e eu não consigo deixar de imaginar mil possibilidades do que esteja acontecendo lá neste exato momento.

Eu não deveria ter saído do seu lado hoje, droga!

Consigo ser ainda mais rápida quando meu cérebro emite o sinal de urgência. Eu preciso chegar ao hospital o mais rápido possível e cada célula do meu corpo parece trabalhar o dobro para que isso aconteça o mais breve. Me sinto quente e muito, muito ansiosa. E tenho plena consciência de que meu chakra se encontra um pouco instável; a prova disso é que a cada novo pulo eu quebro ou tiro do lugar algumas telhas que, quando tudo isso acabar, dará um certo trabalho para os proprietários.

Avisto o hospital há alguns metros de onde estou e meu coração consegue ficar ainda mais acelerado. Nessa distância é impossível medir a situação, porém a fumaça ao redor do prédio é o suficiente para que o nível da minha preocupação aumente.

Entretanto, e contrariando todos os meus planos, quando estou prestes a alcançar um outro telhado, vejo de relance algo grande se mover em minha direção e sou arremessada metros dali como se fosse um inseto asqueroso.

Com a ajuda dos meus reflexos e meu ótimo controle de chakra, consigo diminuir a velocidade ainda no ar e aterrissar sem muitos danos.

O lugar onde fui atingida agora tem um corte diagonal e sangra bastante. Concentro meu chakra e consigo uma rápida recuperação, ao menos o suficiente para que eu esteja pronta para quem tenha me atingido.

Assumo minha posição de combate e analiso o espaço a minha volta com bastante atenção. Fui atirada na praça de Konoha e, com excessão de mim, há apenas mais três pessoas que fogem das chamas que consomem algumas casas próximas e entram em uma grande estalagem a alguns metros daqui.

Procuro o responsável pelo meu ferimento e vejo o exato momento em que uma sombra pula de um beco escuro.

Um homem. Ele é grande, corpulento, e tem cicatrizes por todo o corpo, carrega uma espécie de chicote que estala na calçada a medida que avança em minha direção. Seus olhos castanhos, mesmo que as luzes tenham sido propositalmente apagadas, ainda refletem as suas piores intenções.

— Doce Haruno, você é ainda mais bela pessoalmente.

— Quem é você e como me conhece? — ergo meus punhos, preparada para o combate.

— Eu a conheço melhor do que imagina.

Seus dentes vem à mostra e ele é rápido quando avança em mim, porém consigo repelir seu ataque facilmente com um golpe em sua barriga e ele é arremessado de volta para o seu lugar.

— Muito bom. — ainda que sua mão esteja sobre o lugar que atingi, ele sorri como se tivesse provado a melhor comida da sua vida. — Não esperava menos de você. — eu torço meu nariz com sua afirmação.

Através do tempo - Kakasaku Onde histórias criam vida. Descubra agora