Capítulo 100: Mais uma filha

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—... E foi isso. — Dean terminou a explicação, no quarto do hospital em que Castiel se recuperava da cirurgia. Tinha um detetive de polícia ali com eles, anotando tudo o que diziam. — Não queremos que Krissy seja indiciada ou acusada de nada. Ela nos ajudou desde o início.

A história que inventaram já estava saindo nos jornais, a parte mais resumida. Basicamente, Cole era um ex fuzileiro obcecado por vingança, porque seu pai tinha morrido em serviço protegendo Dean da ameaça de Rafael, outro louco que queria matá-lo.

Inventar a história foi fácil, conta-la foi mais ainda. A única mentira que contaram foi que o pai de Cole morreu a serviço deles, o resto era quase tudo verdade.

— Senhor Novak, está ciente de que forjar a própria morte é contra a lei? — o detetive perguntou, chamando a atenção do ômega, que tinha estado perdido em pensamentos até então.

— É claro que sim, mas eu não forjei minha morte. Cole pensou que eu estava no carro e a melhor forma de manter meus filhos e familiares seguros era garantir que ele continuasse pensando assim. Pode ver que, no momento em que ele descobriu que eu estou vivo, minha família foi feita de refém.

— E os policiais encarregados do caso sabiam de tudo. — Dean argumentou, obviamente, não mencionando que todos os policiais citados eram subordinados tanto dele quanto de Rowena. — Fizemos o que era melhor e mais seguro com a aprovação da própria polícia. Vai nos indiciar por isso?

— Vamos ver o que meu superior acha. — o detetive respondeu, se levantando da cadeira onde estava sentado. — Tenham um bom dia. Espero que se recupere bem.

Com essas últimas palavras para Castiel, ele saiu do quarto, irritando Dean ao deixar a porta escancarada. O alfa imediatamente foi até lá, fechando-a e se virando para o noivo.

— O que foi? — perguntou, se jogando na cadeira onde antes o detetive estava. Castiel piscou, confuso.

— O quê?

— Te conheço, Cass, sei que tem algo te incomodando. 

— Eu só estou pensando nos bebês e na minha família. — Novak respondeu, dando de ombros. — Estou preocupado com eles.

— Cass, você viu quando eles estiveram aqui. Estão todos bem. — Dean apontou, se inclinando para frente, na ponta do estofado da cadeira, embalando a mão de Castiel entre as suas.

— Fisicamente eles estão, mas... O meu pai parecia tão... E a minha mãe... Eles não estão bem, Dean. Não emocionalmente, quero dizer.

— Eles foram feitos de refém, amor. Vai levar um tempinho até se sentirem seguros de novo. A Rowena disse que tem uma terapeuta confiável, vamos ver se ela pode ajudá-los.

Castiel sorriu e concordou, balançando a cabeça. Era estranha a sensação de não estar mais grávido, muitas vezes ele havia se esquecido que os bebês já tinham nascido.

— Como foi com Jefrey? — Dean perguntou porque, logo no início da manhã, o homem o havia pedido por um momento a sós com o filho, tempo esse que Dean cedeu, mesmo preocupado.

— Superficial. — Castiel respondeu, dando de ombros. — "Você está bem?"  "Sim."  "Ah, que bom." Sinceramente, estava louco para que acabasse. Ele quer que a gente se conheça melhor, mas eu realmente... Eu sinto como se ele tivesse me abortado.

Dean franziu o cenho.

— Te abortado?

— É, olha, quando uma pessoa engravida por acidente, ou o pai abandona quando descobre da gravidez, ou tem complicações de saúde ou qualquer outra merda acontece... É preciso pensar muito antes de optar por um aborto, porque não tem volta, sem espaço para arrependimentos. Ele ter me abandonado é como um aborto. Não tem volta e ele devia ter pensado melhor se tinha a possibilidade de se arrepender depois.

Senhor Winchester// Destiel AboOnde histórias criam vida. Descubra agora