90. A razão

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Duskar estava de frente para a entrada da Floresta Negra. Norman estava agora ao seu lado, e então pergunta:

-Norman: Você acha mesmo que é melhor procurarmos por dentro?

-Duskar: Lógico! A mata daqui é muito fechada. Fica impossível de achar a Lunar procurando por cima!

-Norman: É, você tem razão... É que eu estava esperançoso em conseguir rastrear a Lunar com a minha habilidade. Mas a energia dessa floresta é estranha, parece que dificulta o rastreamento. Acredito que seja porque é uma floresta de criaturas místicas.

-Duskar: Provavelmente. Então o jeito é procurarmos por dentro! 

-Norman: Você está certo, Duskar. 

-Duskar: Agora vamos logo! Eu só quero ver ela de novo... — O príncipe se apressa.

-Norman: Vamos! — Os dois darkenos entram na grande floresta, seguindo em sua procura pela líder de equipe.

ENQUANTO ISSO

Lunar e Cyrus continuavam a acampar na caverna que acharam. A loba dormia próxima à fogueira, enquanto o mais velho estava acordado. 

Cyrus mantinha-se deitado, pensativo. Ele parecia estar em um profundo devaneio em seus pensamentos, enquanto encarava as próprias patas dianteiras. Ele acaba se levantando, e saindo discretamente da caverna, deixando a outra ali dormindo. Só que ele acabou não notando Lunar abrindo um dos olhos discretamente quando ele estava quase na saída da caverna.

O lobo cinzento saiu andando pela mata, com o som tranquilizador e não tão alto assim dos grilos. Sua caminhada parecia meio sem rumo, e ao mesmo parecia ter um destino exato. Era confuso, e simultaneamente cheio de certeza. 

Após vaguear por alguns minutos, acabou encontrando uma área mais aberta na floresta. Mais especificamente: Ele encontrou um enorme e altíssimo penhasco. Pela primeira vez Cyrus achou uma área aberta, e que dava vista para o céu naquela mata.

O céu agora já estava escuro, e as estrelas eram todas visíveis, já que estava sem nuvens. O ilusionista anda até a ponta do abismo vagarosamente, encarando de forma levemente aérea a profundidade da queda. Seus olhos travam naquela visão escura. O fundo do precipício era obscuro e impossível de se enxergar. 

Nessa hora, Cyrus se recorda do instante em que Lunar segurou suas patas para que não caísse da cachoeira, durante a luta entre os dois.

Em seguida, ele se lembra de seus diálogos com Lunar que ocorreram nos últimos dias.

''Por que você não me deixou cair?'' — Ele perguntou, no dia que foi salvo.

''Eu não quero que você morra.'' — Foi a resposta da espadachim.

-Cyrus: Não queria... Que eu morresse? — O lobo fala com uma voz para dentro, com o olhar ainda fixado na escuridão do fundo do abismo. Ele dá um discreto passo mais para a ponta do penhasco, ainda pensativo e com seu olhar indecrifravelmente congelado na direção do fundo.

E então, ele se lembra do questionamento de Lunar feito nesta mesma noite de agora:

''Por que você trabalha pro Zephyr?'' — Aquela questão de alguma forma desbalanceou o lobo, e ele lembra bem disso. 

E em seguida ele se lembra de algo que seu chefe Zephyr havia lhe falado a um longo tempo atrás:

''Não tema, meu caro. Eu vou te dar uma razão para estar aqui.''  — A voz do cientista insano ecoa em sua mente. 

-Cyrus: Uma razão... — Murmura mais uma vez.

Um leve vento sopra no rosto do lobo, balançando os pelos de sua bochecha. Seu olhar continuava direcionado para baixo. Ele dá mais um passo para frente. Podia já ver algumas pedrinhas se soltando do frágil chão onde se apoiava em cima agora. Estava no limite da ponta do penhasco. 

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