99. As palavras finais jamais ditas

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Malcon e Amália agora estavam diante de Dakar, em uma discussão com o mesmo. O Xamã de Eclipsera havia interrompido toda a guerra que ocorria, e agora todos assistiam o diálogo entre as três figuras xamânicas:

-Malcon: DAKAR?! O que você pensa que está fazendo, vindo aqui de repente desse jeito?! — Malcon questionava irritadiço.

-Dakar: Não se faça de idiota, Malcon. Você sabe muito bem por que estou aqui. — O canguru de cocar responde em tom neutro e inabalado — Vocês sabiam que eu viria pra cá, caso ocorresse uma guerra.

-Amália: Mas como você poderia saber da guerra?! Eclipsera é fechada pro resto do mundo, e agora você está aqui aparecendo pra todo mundo! — Amália é quem questiona dessa vez. Todos os soldados, tanto darkenos como solgardianos, se entreolhavam confusos. Podia-se até ouvir alguns burburinhos de coisas do tipo ''Eclipsera? Como assim Eclipsera...?''.

-Dakar: Ora, ora... — Dakar cruza os braços — Então vocês fizeram essa chacina toda aqui em Amazora, tendo em mente que eu não saberia? Que vergonhoso! Eu e os outros ecliseros não pretendíamos aparecer assim, pelo menos não agora! — Ele afirma, indicando o grande grupo de ecliseros que veio junto a ele — Mas não vi outra saída. Precisava parar essa maluquice de vocês dois!

-Amália: M-Mas... Você não pode simplesmente intervir nos nossos conflitos! — A Xamã de Solgardia rebate. Curiosamente, ela parecia ter uma atitude bem mais intimidada e submissa perante Dakar, por mais que ainda discutisse, como se ele fosse uma figura superior para ela e Malcon.

-Dakar: Posso sim, e nós já falamos sobre isso! — O canguru eleva um pouco sua voz, se impondo, demonstrando uma leve impaciência, mesmo que ainda estando ponderado — Eu avisei que vocês poderiam fazer o que quisessem e governar como bem entendessem, mas se vocês decidissem se meter com Amazora, eu iria intervir! E foi o que aconteceu, e por isso estou aqui.

Malcon e Amália agora se entreolham mudos, com os olhos levemente arregalados com aquela cena toda, sem saber mais como responder o eclisero. Dakar então procede em sua fala:

-Dakar: E tirando a dúvida de vocês, eu soube da guerra por meio da Escolhida de Nacroma! — Ele aponta para Lunar, que estava alguns metros longe dele, sendo ajudada por alguns de seus integrantes de equipe a socorrer o Charles inconsciente em seus braços — Ela entrou em contato comigo por meio da minha meditação, e me avisou que vocês fariam uma guerra!

-Duskar: Escolhida de Nacroma...? — Duskar questiona em voz baixa para si mesmo, enquanto amparava sua namorada, agachado perto dela.

-Lunar: Entrei em contato...? — Lunar estranha, mas logo ela se lembra do sonho que teve na noite anterior à batalha, onde estava em um lugar estranho, e andou até Dakar em um plano astral, avisando-o sobre a guerra, tal como ele estava relatando agora — ... O sonho que eu tive! — Ela conclui, dando uma pequena arfada de surpresa.

Dakar tira seu foco dos outros dois Xamãs, e dá atenção para a líder de equipe, reparando que ela estava um pouco perdida ainda na situação, e parecia tensa com algo. E então ele finalmente percebe que ela estava segurando um corpo incosciente nos braços. Ao notar isso, o canguru vai até ela e se agacha em amparo junto aos outros.

-Dakar: Seu amigo foi ferido... Está vivo? — O Xamã analisa Charles, enquanto perguntava com uma voz suave. Thunder, que estava ali perto de Lunar também, prontamente responde:

-Thunder: Eu analisei as energias dele! Ele tá vivo... Mas não acorda nem a pau! — O cavalo explica com certa apreensão.

-Dakar: Hmmmm... — Os olhos do Xamã brilham na cor verde vibrante, e uma energia esfumaçada de mesma cor cerca o corpo de Charles, como se Dakar estivesse o examinando — ... Ele está em um estado estranho. O que aconteceu com ele pra ele ficar assim?

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