Capítulo 12: O Início de Algo Maior se Aproxima

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 O dia havia passado como que em um piscar de olhos enquanto ele se distraia sozinho jogando vídeo game. Já havia trocado a água da bacia algumas vezes, ao qual em uma das últimas, percebeu que não sentia mais o pé pulsar, mas foi ingênuo ao tentar firmá-lo no chão.

 O sol já estava se pondo no horizonte e a escuridão da noite mostrava sua presença entre o céu alaranjado. Desse modo, ele levantou-se para fechar a cortina da janela que havia na sala. Ao mesmo tempo, aproveitou para observar o movimento na rua.

 Como era de se esperar, sua visão fora tomada pelos faróis altos de carros passando de um lado para o outro enquanto os postes de luz começavam a acender vagarosamente. Entretanto, quando o garoto estendeu o braço e puxou a cortina, um cheiro forte impregnou em suas narinas, o fazendo torcer o rosto.

 - Eu ainda não tomei banho...

 Devido ao calor extremo e a falta de camisetas de boa qualidade, Theoto ficou com um mal cheiro desde cedo. Quando o fedor fora levantado por aquela garota, ele considerou banhar-se logo depois dela sair, mas acabou se distraindo e esqueceu completamente.

 O jovem rapaz olhou para o telefone e o ligou: na tela estava marcando 18:12. Suspirando de maneira leve, ele agradeceu pelo tempo que lhe restava. E mesmo que ela houvesse dito que chegaria às 19 horas, era bem provável que apareceria um pouco depois - ninguém sem qualquer obrigação é pontual.

 Por isso, ele ainda foi até a cozinha beber um pouco d'água e mexer no celular. Até que tomou a iniciativa de ir para o quarto buscar alguma roupa.

 - Hum...

 O roupeiro que ia do chão até encostar no teto, por mais que mostrasse imponência, era praticamente vazio por dentro. Existiam poucas peças de roupa, mas o garoto conseguia fazer um rodízio perfeito, e como todas eram de cores em tons de cinza, as peças acabavam combinando, independentemente do que fosse. 

 Theoto não passou mais do que segundos escolhendo o que iria vestir e, em seguida, entrou no banheiro e se trancou - nunca se sabe se alguém conseguisse invadir seu apartamento e, nesse caso infeliz, preferia morrer à ser um refém completamente nu.

 A roupa fora jogada em um pequeno cestinho e ele ligou o chuveiro no modo inverno, o que deixava a água completamente escaldante. Mesmo que houvessem calorões que o fizessem derreter na sombra, o garoto simplesmente não conseguia tomar banho com a água gelada. 

 Então, após alguns poucos minutos, o banheiro já havia sido completamente esfumaçado e ele não conseguia perceber muito bem o que estava ao seu redor. Lutando um pouco para encontrar a porta, ele pôde abri-la, liberando completamente aquela nuvem que havia se formado.

 A própria pele estava vermelha e, apesar de estar se secando com a toalha, não parecia funcionar nem um pouco. Entendendo que o esforço estava apenas sendo em vão, ele logo começou a vestir a roupa. Até que...

 - Meu edredom!!

 Dada a quantidade absurda de vapor que o seu banho produziu, a fumaça poderia chegar até a cama e molhar tanto o colchão quanto o edredom que estava jogado por cima, mofando-os, o que daria uma dor de cabeça imensa para o garoto caso acontecesse.

 Com a calça pela metade do joelho, ele bateu a janela no lado esquerdo, ao qual o vidro estremeceu. A brisa quente logo soprou em seu rosto e puxou a fumaça para fora, o livrando de uma futura dor de cabeça.

 Contudo, por mais que ele já estivesse mais tranquilo, algo ainda o dava a sensação de estranheza em seu coração, mas ele não soube dizer exatamente o que era. Sendo assim,  o garoto pegou a camiseta que estava caída no chão e ameaçou vesti-la. Mas...

A Garota e a ChaveOnde histórias criam vida. Descubra agora