Capítulo 6: O lugar onde os mais fortes sobrevivem

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 Algumas poucas horas após o almoço repentino junto àquela garota misteriosa que outrora encontrou, Theoto estava andando pelo centro da cidade. Seu objetivo era o fliperama que ficava perto da estação ferroviária a cinco quadras do seu apartamento. Cruzando a saída Sul e, em seguida, passando pelo cruzamento e entrando em uma pequena viela que dava que dava acesso a rua que ele precisava seguir.

 Lá era um lugar que casualmente poderia encontrar todos os tipos de turistas e produtores de conteúdo para a internet tirando fotos e se gravando. Sem contar a quantidade massiva de publicidade de jogos para consoles em todos os lugares. O garoto passou por tudo isso enquanto desviava de pessoas com aparências bastante excêntricas, que provavelmente estavam preparando algum tipo de vídeo que se tornaria viral.

 Ao seu redor, além dos diversos outdoors que poluíam a visão para os prédios e para o céu azul, sem nenhuma nuvem naquele dia, a grande massa de pessoas estava produzindo um barulho ensurdecedor, tal qual nem mesmo os fones de ouvido dele davam conta de abafar o som. Mas, mesmo com tudo isso, ele permaneceu concentrado em seguir o caminho para não acabar se perdendo como na última vez.

 Felizmente, a medida que ele caminhava, as pessoas ficavam para traz e, consequentemente, o som ambiente acabava diminuindo, dando espaço para sons passageiros de carros, motos e ônibus que passavam pelas ruas.

 Desde criança Theoto sempre foi um amante de vídeo games, seja de classificação infantil ou mesmo adulta, ele absolutamente jogou todos os gêneros possíveis, construindo uma bagagem imensa nessa mídia. E ele não apenas jogava, mas os consumia totalmente, permitindo-se sentir e apreciar o que cada obra tentava passar durante as horas necessárias para concluí-los. É por isso que ele passava uma quantidade considerável de tempo em um lugar como um fliperama, com todos os tipos de arcades e podendo competir com as demais pessoas que apareciam por lá diariamente - nada mais do que o paraíso.

 Os jogos são ótimos. Eles mostram e fazem com que você experiencie na prática o que o protagonista da obra em questão está passando, oferecendo vivências que Theoto normalmente nunca seria capaz de experimentar. Claro, não existem somente jogos que contam histórias, há também aqueles que somente se propõem a serem apenas uma forma de passar o tempo, como os gêneros de luta ou corrida. Até mesmo eles podem fazer com que o indivíduo nutra a própria mente de conhecimento e experiências ao treinar combos, que no final deixam uma marca em você.

 O jovem rapaz, antes de lembrar ter adquirido a própria consciência de si, adorava jogos mais casuais, apenas feitos para se divertir. Conforme ele foi crescendo e mudando um pouco os gostos - muito disso deve-se ao hábito de leitura que ele adquiriu -, desenvolveu um senso crítico que o fez dar um passo a frente e jogar jogos mais complexos, que tinham uma mensagem a passar, tornando-o o que é hoje.

 Pobreza mental, orgulho, narcisismo e arrogância excessiva. Por meio dos jogos e da experiência que você vive neles, adquire-se conhecimento para poder evitar o sofrimento de ter essas imperfeições em sua personalidade. Foi exatamente assim que Theoto teve uma nova percepção de vida; graças aos jogos

 O peso médio do cérebro de uma pessoa é cerca de 1200 gramas. Você pode pensar que isso é o suficiente para ter bom senso, mas ainda assim não é o caso para muitos; o que, honestamente, não faz nada além de aterrorizar o jovem rapaz só de pensar nisso.

 Se ele não tivesse nenhum contato com vídeo games, poderia ter acabado como um deles também.

 - E aí, cara. Tá aparecendo por aqui logo cedo? Não é do seu feitio

 Felizmente esse não foi o caso e, enquanto passava por esse pequeno monólogo, Theoto acabou entrando no fliperama sem nem ao menos ter percebido. Quando uma voz tranquila e cheia de energia o chamou a atenção, ele teve a visão preenchida pelas luzes vibrantes das máquinas.

A Garota e a ChaveOnde histórias criam vida. Descubra agora