️⚠️ Aviso gatilho, menção de estupro e tortura explícita.
EMILIA LARSEN
Madrugada que a Sn vai pro hospital
Ali estava a maior prova de amor que eu já vi em toda minha vida. Não era exatamente uma prova, mas era o mesmo que dizer "eu nunca vou sair do seu lado, independente de estarmos juntos ou não." O que só provava ainda mais todos os olhares, todos os sorrisos reprimidos e as vontades internas de estar a todo o momento com aquela mulher. Nem que eu quisesse Jungkook seria capaz de me amar de novo. Ele me ama, vejo isso, mas não é o mesmo amor de anos atrás.
Jungkook chegou no quarto sem entender absolutamente nada, olhando para os cantos. Olhando para ela. Seus olhos tomados por completo desespero e angústia, principalmente ao reparar todo o sangue. Era o sangue, o choro, os gritos. Ele poderia agir como um louco. Poderia gritar, perguntar porque ela escondeu isso dele, se desesperar e querer resolver. E sinceramente? Pensei que fosse agir assim. E então Jungkook deu um tapa na minha cara mantendo totalmente a calma, ligando para o médico e se deitando ao lado dela. Com as mãos em sua barriga como se fosse capaz de retirar a dor.
Dizendo que tudo ficaria bem. Que ela ficaria bem. Que eles ficariam bem.
Sinto minhas mãos tremerem agora, Norman parece menos assustado que eu e fico contente que ele tenha compreendido a situação. Mesmo sabendo que mil coisas passam por sua cabeça adolescente. Meu filho tocou minhas mãos e continuei encarando o lençol branco.
Ninguém nunca foi capaz de fazer isso por mim. Nunca. E é claro que Jungkook não iria fazer.
Não posso negar a mim mesma que quando ele me fez a proposta de ser sua noiva, considerei que poderíamos nos tornar um caal de verdade. E eu tentei fazer com que isso desse certo. No entanto parecíamos tão amigos que me beijar parecia um tormento pra ele. Foi quando ela chegou aqui. E no primeiro momento que vi Jungkook olhar para ela, enxerguei que o brilho que ele tinha nunca seria por minha causa. Não mais.
- Mãe, a senhora parece perturbada. - Norman passou a mão por meus cabelos e soltei um riso sem graça. Ele não dorme no mesmo quarto que eu, seu pai fez questão de reformar um quarto do jeito que sempre sonhou. E do jeito que eu nunca tive condições de lhe dar.
Mas pareceu perceber que não fiquei bem com aquilo.
No entanto não foi só o fato de Jungkook permanecer ali do lado da Sn a ajudando. E sim pelo que estava passando. Um aborto. Sn estava perdendo seu filho, seu bebê. Seu primogênito. E então abracei meu filho forte ao meu lado, como se pudesse proteger ele de cada coisa ruim desse mundo. Minha pessoa preferida. Meu amor. Norman é a melhor coisa que me aconteceu em quase quarenta anos e não suportaria perde-lo. Eu não sabia como era a dor de perder um filho.
Mas como mãe sei o quanto iss pode nos afetar.
- Eu te amo. - Sussurrei contra seus cabelos lisos e pretos como os de Jungkook. - Eu te amo muito, filho.
- Eu sei mãe, eu também te amo. - Norman fungou e se afastou tocando minha bochecha. - Você ficou mal por ela, não foi?
Concordei.
- Ela está perdendo o filho dela. Eu não consigo imaginar sua dor.
- Mas eu estou aqui, mãe. E ela vai ficar bem. - Meu filho é a coosa mais perfeita que existe. Cabelos grandes e partidos ao meio mostrando sua testa, preto brilhante como os do pai. Olhos levemente puxados e verdes como a água transparente dum rio. Ombros largos, corpo forte para um garoto de sua idade. Cheio de graça e com uma mãe que nunca sairá de seu lado.
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DIVIDA PERFEITA | Livro II • JJK
Fanfiction[O Livro 1 está no perfil, caso comece a ler esse primeiro você não vai compreender boa parte da história] Cláusulas de testamento. Isso que Jungkook andou lendo e relendo nos últimos meses. Não pensou que teria mais ninguém da família vivo até que...