JUNGKOOK ELTHER
Eram quatro da manhã quando deixei Sn sozinha na cama, dormindo num sono pesado agarrada ao travesseiro enquanto eu estava agarrado a ela. Desde que aquilo aconteceu, ela permaneceu mais quieta. Se antes ela passava a maior parte do tempo no quarto tendo reuniões de trabalho, agora ela não saía de jeito algum. Lhe convenci a trabalhar no escritório, depois de muita insistência. Então cadastramos sua digital e o reconhecimento do seu rosto. E então digamos que ela tenha abandonado o quarto pelo escritório. E gostei disso, no escritório ao menos ela fica mais confortável e as janelas deixam o espaço aconchegante e aberto.
Convoquei todos para uma reunião, eu estava ainda mais perturbado, Fred soube do que fiz com Caion e surtou, atirou em mim... No colete que eu usava. Tentou me socar e impedi ele com um só nocaute. E agora ele também está trancado em uma das salas de interrogatório. Não seria capaz de deixar ele solto pra acabar fazendo merda e depois me comprometer.
Estou com medo. Fazia muitos anos desde que me sentia assim, mas não posso negar a mim mesmo. Meu coração bate por ela. Sn está comigo, não importa se esteja aqui ou do outro lado do mundo. E minha obrigação como alguém que a ama é protege-la. Eu falhei todas as vezes. E isso ultrapassou todos os limites quando ela sofreu algo num nível desses dentro da minha casa, dentro da casa dela.
De todas as pessoas que amo, que protejo. A única cujo não me permito falhar mais uma vez é com ela.
- Faz tempo que você não solicita uma reunião a essa hora. Algo grave? - Yoongi foi o primeiro a atravessar a porta, enquanto permaneci com as costas grudadas na poltrona sentindo o cheiro dela ali. Por todo o escritório. Quero que ela esteja aqui todos os dias para que sempre que eu entre aqui, esse cheiro esteja aqui e só me faça ficar ainda mais louco por ela.
Eles se separaram sentando pelos cantos do escritório. Namjoon e Yoongi ainda tinham vestes de trabalho ainda, sem marcas de descanso e muito menos de sono. Os dois se sentaram lado a lado no divã azul cobalto escuro, já Jimin e Taehyung se espalharam nas poltronas com pernas abertas e panturrilha sob o joelho. Me aproximei da mesa e tomei o último gole de whisky quente que ainda tinha no copo.
- Cara eu dormi três horas de relógio, espero que seja um bom motivo. - Taehyung quem disse, sua voz rouca ecoou num sussurro até mim. E por ela notei seu sono. Sua exaustão.
- Nós vamos nos mudar daqui. Quer dizer, eu vou, sugiro que façam o mesmo. - Seus olhares bateram em mim, logo depois entre eles. Testas franzidas procurando uma resposta para uma mudança de comportamento.
- Você mora aqui desde os vinte e seis. - Namjoon balbuciou. Sabia que estava preocupado, essa casa é como se fosse parte de minha infância. Minha infância depois de adulto.
- Eu sei. Mas não estamos seguros aqui. - Peguei o tablet e virei para eles. - Cinco prédios diferentes no centro de Zurique, comprei todos, tenho controle de quem mora lá, quem entra e sai, quem anda na calçada desse lugar. Ainda hoje falarei com a Sn sobre isso, não vou ficar aqui e continuar negligenciando essa situação que está fora de meu controle. Fora de nosso controle.
- Então quer que nos mudemos pra evitar outros ataques? Nós temos outras casas, sabe disso.
Concordei com Jimin.
- Sei, Jimin. Acontece que a mulher que eu amo sofreu um maldito abuso dentro da minha casa, foi violada dentro da minha casa... Dentro do lugar que ela mora. Falhei em proteger ela de novo. E não vou deixar que nada aconteça com ela. Não mais. Nunca mais. Isso é uma promessa a mim mesmo. - Apontei para eles. - Não espero que me entendam. Esses prédios, como eu disse, tenho controle total de quem entra, de todo mundo que gira por ele. Um lugar onde eu teria tempo o suficiente de tirar minha mulher de lá se algo acontecer. - Funguei.
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DIVIDA PERFEITA | Livro II • JJK
Fanfiction[O Livro 1 está no perfil, caso comece a ler esse primeiro você não vai compreender boa parte da história] Cláusulas de testamento. Isso que Jungkook andou lendo e relendo nos últimos meses. Não pensou que teria mais ninguém da família vivo até que...