[ 21Y + 1 ]

1.5K 149 19
                                    

JUNGKOOK ELTHER

Dias depois

Poderia dizer que estou satisfeito por conseguir controlar cada ataque de Alejandro contra mim, minha máfia e meu país. Mas estou fervendo de raiva por que durante todo esse tempo o desgraçado não teve  coragem de dar as caras e lutar frente a frente comigo. Adiando sua própria morte. É. Ele já aceitou que em pouquíssimo tempo vai estar no mesmo lugar que meu pai. Ele certamente não precisava ter se humilhado desta maneira, e foi exatamente o que fez.

Exausto.

Certamente não cabe outra palavra pra mim neste momento. Largado no chão de um galpão depois de mais um ataque, depois de perder mais alguns homens e ter conseguido mais alguns machucados. Já saquei a dele, queria que eu ficasse cada vez mais fraco. Embora Alejandro também seja burro de não notar que, mesmo fraco, eu não dou o braço a torcer numa maldita vitória cujo ele nem mesmo lutou.

Meu corpo pede descanso. Três tiros levei em uma semana. Ao menos todos eles foram de raspão, a dor era insuportável mas não era capaz de ir até um hospital então era feito o que era permitido fazer naquela hora. Estava fazendo o possível para não meter os refugiados do sul de meu país e aquele povo mais pobre que vive ali, embora alguns deles infelizmente tenham vindo a falecer. Tenho que admitir que ao menos Bengt anda fazendo seu trabalho, a ajuda vinda do exército e das polícias vem sido importante pra mim.

E se não fosse eles eu teria perdido Jimin e Yoongi no mesmo atentado.

De fato nunca tinha participado cara a cara de uma guerra daquela maneira e eu podia entender o desespero das pessoas quando aconteceu a primeira guerra, ou a segunda. Eu que estou a par de toda a situação sinto medo, imagine aqueles que são inocentes, que saem para trabalhar pensando em chegar e descansar depois de um dia chato de trabalho... E nem mesmo voltam para casa.

Pensar isso é insuportável. E estou tão cansado que sinto que irei falhar.

E tudo que penso é nela.

Minha mulher. Grávida. Carregando meu bebê, nosso bebê. E me esperando naquela cidadezinha. Sem tomar remédios e agindo como uma louca tentando saber mais sobre mim, quando nem consigo lhe ligar em meio a tudo isso.

Ela merece me ver de novo. E eu quero ver ela de novo.

Quero sentir seu cheiro bem de baixo de meu nariz, sentir seu corpo se esfregando no meu procurando um abraço mais apertado como se fosse nos fundir um ao outro. Quero ver ela dormir ao meu lado, calma, sem nenhuma ameaça nos esperando fora de casa.

Quero ter uma vida ao lado dela. Ao lado dos meus filhos e de minha família.

Houve o tempo que acreditei que não merecia isso. Que depois de tudo que aprontei entrando nessa vida criminal, seria como uma maldição aplicada a mim até que eu morresse. E que nunca mais eu veria esse tipo de felicidade. Não sentiria. Não teria. No entanto agora compreendo que isso... Eu mereço isso. Mereço sentir isso assim como cada um que vive comigo, que me viu nos piores momentos e que sabe de todas as minhas sombras e continua aqui.

Como uma segunda chance para amar e fazer tudo certo. E é isso que farei.

Por ela. Por mim. Por nosso futuro.

- Toma. - Yoongi esticou o braço me entregando três comprimidos. Os peguei e joguei na boca mastigando, sem me importar com o gosto horrível e azedo de cada um. Fechei os olhos engolindo e pegando o cantil com água, quente e horrível. Bebi. Há terra em todo meu corpo, lama até nos tornozelos, em meu canelo sujo a dias, a mesma roupa a dias, sem direito a banho ou qualquer coisa parecida com isso. Até pólvora é possível se encontrar nesta sujeira. Os outros não estão diferentes.

DIVIDA PERFEITA | Livro II • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora