Yan

10 2 4
                                    


Yan acordou com o despertador do celular tateou a cama e a mesa de cabeceira em busca dele, conferiu o horário e jogou o aparelho na mesa de cabeceira, se enrolando na coberta de novo. Estava cansado! Não, esse não era o termo correto, estava morto, isso sim.

Sua semana foi uma bagunça, ficou agarrado no fórum de terça a sexta com audiências longas que se estendiam por horas intermináveis, pelo menos era isso que parecia. Todos os dias se perguntava porque escolheu aquela profissão. Devia ter pensado em algo mais simples e fácil, porque não terminou a faculdade de engenharia? Teria sido melhor que isso, mas, no fundo, amava o que fazia.

Queria muito continuar na cama, mas como não comeu nada depois do almoço do dia anterior estava com fome e o quarto parecia muito claro. Não conseguia se lembrar a que horas dormiu, Joonie mandou mensagem no grupo sobre saírem à noite com a amiga que vinha morar com ele, sabia que queria apresenta-lo a ela, então nem se deu ao trabalho de responder ao longo do dia, não tinha problemas em conhecer a garota, só não queria relacionamentos arranjados pelos amigos. A noite Joonie mandou mais uma mensagem no privado e ele sequer abriu, era a última coisa que se lembrava do dia anterior, antes de apagar.

Mesmo contra a vontade, se levantou e passou a mão nos cabelos pretos, se arrastando lentamente até o banheiro. Talvez um banho o fizesse acordar, precisava comer alguma coisa e não queria cozinhar, ainda eram onze da manhã, poderia passar no café do Jimmy e comprar alguma coisa.

Ao sair do banheiro e olhar para cama revirada sentiu vontade de voltar para lá, as pessoas podem viver sem comida, ele, principalmente, podia, mas sem dormir como estava, era impossível.

Pegou o celular e conferiu suas mensagens, tinha várias de seus amigos, algumas eram fotos da noite anterior e ele pode apreciar um pouco a garota que Joonie falou tanto. Era bonita, mas nada que chamasse a sua atenção. Por que o amigo achava que combinariam? Enfiou o aparelho no bolso, pegou as chaves do carro e a carteira, precisava de um café bem forte e de suas tortilhas de queijo.

*****

Jimmy viu o amigo entrar na cafeteria com Emma, acenou para eles e mostrou do balcão a mesa disponível. Terminando os atendimentos ali, foi até eles. O loiro de olhos verdes e lábios carnudos se aproximou da mesa e entregou os cardápios com um sorriso no rosto.

– Você aqui de manhã? – Joonie brincou. – Domingo você não chega cedo, tem vez que nem aparece.

– Digamos que meu sábado terminou mais cedo que o esperado. – olhou com deboche para o amigo. – O de sempre? – ele assentiu e Jimmy voltou sua atenção a Emma. – E você, o que vai querer princesa?

– Ah... – Emma olhava o cardápio encantada com a quantidade de opções disponíveis. – Pode ser um mocha e uma torta de limão.

– Perfeito! – pegou o cardápio das mãos dela. – Volto já!

Emma se recostou a poltrona e olhou o ambiente finamente decorado, era um dos lugares mais bonitos que frequentou na vida, era aconchegante e estava lotado para um domingo. Se todos os amigos de Joonie fossem bem sucedidos como Jimmy, ele realmente mudou muito seu círculo de amigos.

– Ele sempre atende as pessoas?

– Sim, Jimmy acha que o contato direto com o público o ajuda a entender suas necessidades e dá mais personalidade ao seu negócio. – ela assentiu.

– E não está errado, as pessoas não esquecem quando o dono as atende. Ele só tem essa cafeteria?

– Não, são várias espalhadas pela cidade e duas na orla perto da praia. É um lugar bem legal, não? – olhou ao redor, se lembrava de todos os planos do amigo e de como tiveram longas reuniões até Jimmy achar que todo o projeto estava do jeito que queria.

Nothing Like UsOnde histórias criam vida. Descubra agora