Hospital

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Hanie batia o pé no chão, sentada nos bancos nada confortáveis do corredor. Já tinha mais de uma hora que o médico atendia Bryan e ela só faltava surtar pela falta de informações.

Noah lhe mandou mensagem dizendo que a reunião foi tranquila e que conseguiram credenciais para a semana de moda pela entrevista com Tom, ela e Emma cobririam o evento. Era um grande feito depois de tanto tempo sem conseguirem nada promissor, ela estava na empresa quando o departamento de jornalismo era um dos mais importantes da P.O.P e o viu definhar pelo péssimo trabalho de Ash como chefe, nunca entendeu porque ele quis tanto ferrar a revista, mas, parecia que as coisas melhorariam agora.

Viu uma movimentação e prestou atenção para ver se o médico aparecia. Ainda tinha que se desculpar por gritar quando ele só quis ajudar, mas estava com os nervos à flor da pele com aquela mulher simplesmente negando o socorro que precisava.

Nenhum dos médicos parou ao passar por ela, recostou a cabeça a parede e fechou os olhos, tentando diminuir a maldita dor de cabeça que só aumentava desde a hora que saiu de casa. Precisava de café com urgência.

– Senhorita Hanie! – a voz masculina a fez abrir os olhos, o médico estava à sua frente. – É você mesmo?

– Sim! – respondeu, prestando atenção no rosto pequeno, o sorriso grande, o cabelo preto bem penteado e os olhos escuros que pareciam brilhar. "Bryan, Hanie, foque!" Pensou se levantando. – B. Está bem?

– Sim, está! – ele abriu um sorriso ainda maior. – Pode me acompanhar ao meu consultório, precisamos conversar.

Ela assentiu, o seguindo pelo corredor branco até uma das muitas salas que tomavam as laterais. A sala era tão branca quanto o corredor, ela se sentou na cadeira de frente para a pequena mesa e ele se sentou à sua frente com um prontuário em mãos. Devia ser de Bryan, o que será que ele tinha, afinal?

– Bryan é seu sobrinho, certo? – ela assentiu. – Ele está com uma virose, temos muitos casos assim nessa época do ano, nada muito grave. – sorriu e Hanie suspirou aliviada. – Ele está um pouco desidratado e com o imunológico baixo, isso pode ter contribuído para que adoecesse.

– Ah! – não sabia o que dizer, pagava uma boa escola para cuidar dele durante o dia, mas parece que não estavam fazendo o trabalho direito, passaria lá na segunda. – Eu não fazia ideia.

– Prescrevi algumas vitaminas para ele e fique de olho na ingestão de líquidos, também tem alguns remédios para comprar. Ele deve ficar bom em uma semana. – sorriu, lhe entregando a receita.

– Obrigada! – olhou a lista, já pensando onde comprar tudo. – Doutor, me desculpe gritar com você mais cedo, eu estava fora de mim por não cuidarem dele. – falou sem graça.

– É perfeitamente compreensível e pode me chamar de Jake. – se levantou. – Vou leva-la até ele, está terminando o soro. Quero vê-lo em sete dias para ver se está melhor. – ela assentiu, o acompanhando pelo corredor.

Bryan estava estranhamente quieto quando ela entrou no quarto, o menino olhou para ela e estendeu a mãozinha que ela pegou, depositando um beijinho em sua palma e na testa.

Jake ficou observando os dois, ela tinha mais cuidado de mãe do que de tia, pelos documentos, ela era a responsável legal do menino, e estava cheio de perguntas quanto a isso. Mas lembrou-se de seu professor sempre dizendo que a vida particular dos pacientes não dizia respeito ao médico. Mas estava curioso... Ele e sua maldita curiosidade...

– Já posso leva-lo? – a voz dela o tirou de seu devaneio.

Ele conferiu a bolsa de soro e chamou a enfermeira para retirar o cateter. Conferiu o menino mais uma vez e tirou um pirulito do jaleco, dando a ele.

Nothing Like UsOnde histórias criam vida. Descubra agora