unforeseen program

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O dia seguinte não foi dos melhores, Lewis se recusou a fazer qualquer acordo com Emma. Já esperava isso e agora Kim e Hanie tomariam à frente da situação. Hobin estranhou seu comportamento ao longo do dia, mas ela preferiu esconder a verdade, era um problema a menos. Não conseguiu se concentrar o resto do dia e sua cabeça parecia que explodiria a qualquer momento.

Quando finalmente chegou em casa, viu que Joonie estava arrumado para sair, isso era perfeito, ficaria sozinha e poderia descansar.

– Vou dormir fora hoje, tem algum problema? – ela negou com um menear, enquanto Joonie beijava sua testa. – Certeza? Você está estranha.

– Só com dor de cabeça por causa do trabalho! Vou tomar um banho, comer alguma coisa e dormir, não vou estragar sua noite.

– Não, se você não estiver legal eu posso... – ela empurrou Joonie até a porta.

– Thabata me mataria se eu estragasse a noite dela. – sorriu e abriu a porta. – Você vai sair, se encontrar com sua namorada e dormir na casa dela, vou ficar bem. – beijou seu rosto. – Boa noite, Joonie!

– Se acontecer qualquer coisa, me liga, eu volto! – disse antes que ela fechasse a porta.

Não ia acontecer nada, sua dor de cabeça era estresse e se resolvia com banho frio e uma boa noite de sono. Pegou um dos pacotes de macarrão instantâneo e colocou a água para ferver enquanto tomava um banho rápido. Vestiu uma calça de moletom e uma blusa de mangas compridas e voltou a cozinha, despejando o líquido fervente no copo de macarrão. Se encostou a pia e começou a comer, mas lembrou que sua série favorita atualizou os episódios e era melhor ver um ou dois antes de dormir. Foi para sala com seu copinho de macarrão e sentou–se cruzando as pernas sobre o sofá. Adorava ficar sozinha em casa. Ouviu a chave na porta e se virou pronta para brigar com Joonie por voltar cedo, mas não foi ele que viu.

*****

Yan passou todo o dia se sentindo mal, odiava ficar doente, mas ignorou todos os sinais da gripe porque estava ocupado com o trabalho e agora não tinha remédio em casa e não queria ir a nenhuma farmácia, já estava escuro e só queria ficar enrolado em sua coberta, mas sua cabeça parecia uma festa de tanto que batia, seu nariz não parava de escorrer e sua garganta estava tão inflamada que até a água estava difícil de descer. Ia recorrer a casa mais próxima, Joonie costumava ter um estoque de remédios em casa, ia pegar alguns e avisar a ele. Provavelmente Emma não estaria lá, Joonie sempre dizia que ela fazia horas extras e chegava depois das nove. Usaria sua chave reserva para entrar e sair e ninguém ficaria sabendo, mas não esperava dar de cara com Emma no sofá quando entrasse.

– Você tem a chave do apartamento? – ela estranhou quando ele parou na porta.

– Uma questão de segurança para o Joonie. – tossiu. – Depois ele te explica... é.... Vim só pegar uns remédios para... – teve outra crise de tosse.

– Hey, o que está rolando? – Emma levantou, vindo em sua direção, o segurando. – Yan, você está ardendo em febre.

– É só um resfriado, vou pegar uns remédios aqui e amanhã estou ótimo. – queria se afastar dela, mas seu corpo estava mole pela febre.

– E ficar sozinho em casa? – o ajudou a caminhar, o colocando deitado no sofá. – Não é uma boa ideia, fica aqui, Joonie vai dormir fora.

– Não! – foi enfático, tendo outra crise de tosse. – Não precisa, se eu tomar os remédios e ficar quietinho, vou melhorar.

– Precisa de alguém cuidando de você, sei como essas coisas funcionam. Dorme aqui, o quarto do Joonie está vazio e tenho certeza que ele não vai se importar...

– Emma... Não! – tossiu de novo, parecia que ia morrer. – Se for para ficar, fico no sofá.

Ela assentiu e sumiu, ele tremia de frio, o casaco não estava ajudando a esquentar. Ela voltou com um cobertor e travesseiros, os arrumou sob sua cabeça e o cobriu, conferindo com a mão sua testa quente. Não deixaria que ficasse sozinho naquele estado, mexeu em seus cabelos loiros e sorriu.

– Você já comeu? – ele negou. – Vou fazer macarrão para você e um chá para tomar com os remédios tá bom. – beijou sua testa e se levantou.

Ele viu a tela da TV, ela assistia uma série que ele gostava, ia ver os episódios novos naquela noite, mas a gripe forte acabou com seus planos, se encolheu mais embaixo da coberta e fechou os olhos, não sabia se adormeceu, mas quando abriu os olhos, Emma estava à sua frente com a xícara de chá e os remédios. O ajudou a se sentar e ele tomou, podendo comer em seguida.

– Você estava assistindo essa série? – apontou para TV.

– Sim, saiu episódios novos, é a minha favorita.

– A minha também. – ela sorriu ao olhar para ele.

– Quer ver comigo? – ele assentiu, se enrolando mais na coberta. – Ok! Mas vai precisar me dar um espaço aí no sofá. Deita no meu colo, vai ser melhor para você. – se sentou, colocando um travesseiro no colo, ele parecia reticente. – Eu não mordo.

– Eu sei! – se deitou de uma vez, se encolhendo de novo na coberta.

Emma colocou a série e assistiu, vez ou outra conferindo a temperatura dele e assim, acabou mexendo em seus cabelos, enquanto se apoiava no braço do sofá.

– Por que ficou loiro?

– Perdi uma aposta para Seth, eu tinha certeza que o juiz não aceitaria uma prova que conseguimos no último minuto e ele cria no contrário. Se eu ganhasse, ele usava o cabelo preto por 30 dias e se ele ganhasse....

– Você ficava loiro! – ele assentiu, tossindo de novo. – Quantos anos vocês têm?

Ele olhou para ela e abriu um sorriso bonito, mesmo com as bochechas coradas pela febre ele ainda parecia angelical ao sorrir. Mas voltou a se acomodar, prestando atenção a série. E ficaram assim, assistindo, até pegarem no sono.

Emma acordou no meio da madrugada, a TV ainda ligada e com dor no pescoço. Colocou a mão na testa de Yan e percebeu aliviada que a febre diminuiu bastante. Se mexeu um pouco, tentando encontrar um jeito de sair e ele acordou.

– Preciso ir para o quarto dormir um pouco. – ele assentiu, levantando a cabeça para que ela pudesse sair. – Tem certeza que quer ficar no sofá?

– Está ótimo aqui! – se acomodou de novo, de olhos fechados. – Dorme bem Emma, e obrigado pela ajuda!

Emma passou a mão em seus cabelos de novo e percebeu que ele dormira novamente, ia fazer o mesmo, estava cansada. Massageando devagar o pescoço, caminhou até seu quarto e se jogou na cama. Acordou com o despertador e correu para sala para ver como ele estava, mas a casa estava vazia. Só tinha um bilhete em cima do balcão da cozinha.

"Obrigado pela ajuda ontem. Sendo um pouco dramático, eu poderia ter morrido se não me acudisse. Preciso passar em casa para me arrumar para o trabalho, por isso saí sem me despedir. Yan."

Pegou o celular, precisava falar com ele, mas chamava até cair. A recordação da noite anterior era gostosa. Mandou uma mensagem.

Emma: Você está bem?

Yan docinho: Estou! Sem febre, um pouco de tosse, mas nada que pastilhas não resolvam.

Emma: Podia ter se despedido ao sair.

Yan docinho: Não ia te acordar e nem entrar em seu quarto. Mais uma vez, obrigado pela ajuda.

Emma: Quer me compensar?

Yan docinho: Posso pensar na ideia.

Emma: Que tal almoçarmos juntos?

Yan docinho: Não estou podendo, meus dias estão corridos por causa de um cliente importante. Vou pensar em outra coisa... Preciso ir, até mais.

Emma: Até!

Emma sabia que ele estava mentindo. Se mantinha longe dela, e parecia gostar disso, mas sentia sua falta, muita na verdade e precisava encontrar uma forma de se reaproximar dele.

Nothing Like UsOnde histórias criam vida. Descubra agora