Laura Every

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- Sophia!

- Jenna!

Abracei Sophia a beira da sua lareira com toda minha força. Minha amiga sabia me transmitir paz e segurança. Era o que eu estava precisando naqueles dias de verão.

- Senhorita Avery. - Disse cumprimentando Laura que estava com uma saia preta social e uma blusa de cor vinho, muito elegante, e sapatos azuis escuro, parecia que iria em algum lugar.

- Jenna... Gibbon.- Disse ela entredentes. Parecia levemente incomodanda. - Fique a vontade.

A sala da casa da Sophia era no mínimo três vezes maior que a minha. Talvez a metade da Sala Comunal da Sonserina. Fiquei impressionada com a mesa de jantar, alguns quadros de paisagem, um lustre central que parecia maior do que eu, havia centenas de pedras ou cristais nele, não sabia dizer, era muito brilhoso. Havia também um carpete vinho escuro que forrava a casa inteira, até onde eu podia ver. Cortinas transparentes que pareciam ter mais de dois metros de altura de cor branca. Era tudo muito elegante mas se via que era bucólico. Muito espaço para poucas pessoas.

Era uma manhã de sexta-feira, no dia 26 de julho, véspera de aniversário da minha amiga.

- Vem ver meu quarto!

- Mas já, Sophia? Temos uma casa e um jardim incrível.

- Tia, temos tempo. - Disse ela com indiferença. - Vem, Jenna... - Disse a amiga pegando na minha mão e arrancando a mala da minha outra mão. - A gente vai ficar no meu quarto.

- Nós, Sophia. "A gente" não. - Tentou corrigir Laura, inutilmente.

Sophia me arrastou pelas escadas do saguão de entrada que dava a um corredor pequeno. As escadas cruzadas eram muito charmosas e um clássico das casas mais antigas do País de Gales.

Sophia não era galesa, até onde eu sabia sobre ela, mas a tia herdará uma mansão nesse país.

- Você não parece temê-la. - Disse para ela antes dela abrir a porta do seu quarto.

- Joguei o foda-se.- Disse ela rindo com deboche abrindo a porta.

- E porque..? Nossa...

O quarto da Sophia era maior que a minha sala. Sua cama centralizada ficava ao lado de uma grande porta francesa que levava a uma sacada. Uma cortina tão grande quanto a da sala, mas azul marinho, cobria metade dessa porta de correr, que estava um pouco aberta e uma leve brisa entrava. Um tapete marrom cobria parte do chão e revelava um assoalho de madeira.

- Cama king. - Disse a amiga com um olhar malicioso em sua voz. - Minha tia me acha muito alta. Eu tive salto alto só até os 12 anos. - Disse ela suspirando.

De fato, a cama era imensa e um grande edredom verde com uma cobra prateada bordada em seu centro, destoava expressivamente do resto do quarto.

- Não sabia que gostava tanto assim de cobra.

- Ah. - Disse ela levantando o ombro com indiferente colocando minha mala em cima de uma penteadeira vazia. - Sabe... Gosto delas, são misteriosas, fora que posso conversar com uma sempre quando vejo.

Havia me esquecido que Sophia era ofidioglota, agora a tatuagem no braço que eu vi na visão fazia todo sentido.

- E porque está mais atrevida com sua tia?

- Descobri o medo dela. - Disse a amiga se aproximando de vagar.

- E?

- E estou usando ao meu favor. - Disse Sophia parando na minha frente. - Tivemos uma longa discussão esses dias, e notei que ela tem medo de me perder mais do que eu a ela.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O Lado G da Sonserina [6] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora