A sorte que me falta

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Pra começar meu péssimo dia, eu tive que acordar mais cedo. Eu detesto isso, mas era minha obrigação pegar os informes das aulas de todos os anos e entregar ao máximo de alunos.

Numa derradeira esperança de ver Draco na Sala Comunal e tentar de alguma forma obrigá-lo a fazer o que era de obrigação dele, lá fui eu, às 7 horas da manhã sem ninguém estar de pé ainda.

Em um fôlego de surpresa, Draco estava sim na Sala, sentado em sua cadeira favorita olhando para lareira.

- Você está bem?

- Porque se importa?

- Ah... Bom, eu preciso saber quem irá fazer...

- Os horários são entregues pelo Snape até às 7:30, as vezes ele dá umas orientações babacas. Mas eu acredito que você já sabe, eu não vou fazer nada.

- Ok, que seja, mas você parece doente.

- Passei a noite pensando se me jogar nessa lareira iria resolver alguma coisa.

- Suicídio, Draco?

Eu estava ciente de uma situação delicada. Sua mãe pediu ao Snape para que algo desse certo e que provavelmente, estava enlouquecendo Draco, seja lá qual fosse essa missão, não era tão simples. Eu estava com pena de todos naquele momento, era uma sensação confusa.

- E daí?

- Draco, não pode se entregar por causa disso.

- Você sabe de tudo não sabe?

- Ah... Não. E aposto que eu não suportaria saber. - Suportaria sim.

- Meus pais vão sobreviver se eu partir?

Uma das perguntas mais perturbadora que alguém já havia me feito. Ele não queria saber de casamento, apostas, ou qual casa levaria a taça desse ano, ele só queria que os pais sobreviveriam, e imagino que os pais também queriam isso pra ele.

- Eu não sei mesmo, Draco. - Não tive coragem de dizer isso olhando para os olhos dele.

- Me diz uma coisa, Jenna. Porque o Lord não considera você e nem outra vidente útil para ele?

A resposta era simples: Zyra. Mas fiquei satisfeita demais em ouvir aquilo.

- Imagino que ele esteja certo.

- Não. Ele até meses atrás correu atrás de uma profecia, e semanas depois desconsiderou...

- Exatamente. Esse doente deve saber onde pisa, ter vários planos, e você não deveria questionar o lixo do seu Lord...

- Jenna...- Disse ele se virando pra mim. - Você sabe que nem o nome de vocês ele consegue compreender direito? Que tipo de magia é essa?

- Ah... - Eu não sabia o que responder.

- Ótimo. - Disse Snape aparecendo com pergaminhos nas mãos. Eu não notei ele chegar. - Entregue isso ao máximo de alunos de cada turma.

- Porque não usam corujas ou memorandos voadores? Economizariam muito.

- Faça a obrigação em que você se deu. - Disse ele me entregando o pergaminho.- E leve os alunos dos primeiros anos a suas aulas hoje. Se adiante, você agora tem muitas obrigações.

- Tá de brincadeira!? Snape, você está entendendo o que está acontecendo aqui, não está?

- Você começou, termine. - E saiu pela porta sem dizer mais nada.

Não sei porque eu nutria expectativas com ele. Ele estava me dando um gelo e isso estava me deixando louca.

De glória, ser monitora, não tinha nada. Olhei para o Draco que estava fitando a lareira com um olhar solitário. Decidi pregar os horários no mural, sair e ficar no grande salão esperando os alunos. Era irritante, mas pelo menos eu não ficava pensando nos meus relacionamentos, ou a falta deles.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O Lado G da Sonserina [6] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora