O peso da nossa culpa

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Tá bom, estou ciente que foi uma briga de ego contra a minha mãe totalmente desnecessária. Eu não devia satisfação ao professor Horácio, mas ele estava começando a me deixar furiosa. O tapa que dei nele - metaforicamente - serviu para impor mais respeito, ele começou a me olhar com mais seriedade e parou de fazer piadinhas ou cantadas estúpidas na minha presença e para mim.

- Como vai ser seu Natal? - Perguntei para Sophia deitada ao seu lado numa manhã silenciosa em nosso dormitório.

- Não sei se aceito ir novamente para Kiel, tenho medo, sinceramente. Não acho que você-sabe-quem se deu por vencido a rejeição de uma Rosier. É complicado colocar a vida da sua avó em risco.

- Infelizmente você tem razão. Por enquanto o ideal é nos mantermos cautelosas.

- Mas você tem que ir. - Disse a amiga com uma voz gentil.

- Não queria te deixar aqui.

- Jenna. - Começou a falar muito mais séria. - Você sabe qual vai ser o último Natal ou Hanukka que vai passar ao lado do seu pai?

- Não. Não sei. - Desejei nunca saber.

- Mas e o casamento da Patrícia? Vamos?

- Já que você insiste nessa loucura, eu vou. Mas por favor, tente não fazer barulho ou use o Zyra para te proteger porque da próxima vez não sei se vamos conseguir sair viva de lá.

- Pior que eu sei, a gente vai ficar bem.

- As vezes fico desconfiada da sua visão, me perdoa, mas são tantas variáveis. Você já leu parte que sua avó diz que a vidência existe um grau de acertabilidade, e que há falhas até nas grandes videntes e profecias?

- Não cheguei nessa parte. E quando você leu?

- Enquanto você babava dormindo eu lia o livro da sua avó, até porque pode ter informações úteis até pra mim, como essa.

Merda. Aí a minha avó me sabota. Mas ok, tinha que concordar sobre os erros e acertos, mas até então, eu nunca tinha errado- será que isso era normal? Enfim eu sentia que precisava ir ao casamento da Patrícia, tinha algo que eu precisava conferir.

Na última semana antes do Natal pedi ao Snape para me dar aulas de Legilimência, só por curiosidade.

- Você tem certeza que quer pular etapas? - Disse ele com uma expressão de tédio na segunda.

- Eu quero experimentar.

Snape ficou um tempo me observando enquanto eu estava lutando internamente contra seu poder, se Draco conseguia se proteger dele eu também conseguia.

- Draco é habilidoso.

Merda!

Não tinha tirado Zyra para fora da lâmpada. Fiquei com vergonha por causa da bebedeira toda e do meu chilique. Estava toda hora imaginando que o tal irmão fosse aparecer ou iria me dar uma crise de angustia novamente, mas como eu estava acostumada de certa forma com minhas alterações de humor, eu decidi arriscar.

Foi uma semana que lutei muito para aprender tanto legilimência quando oclumência. Meu medo era meu pai descobrir tudo: Snape, Djinn, Feitiço Primordial, livro da Cateline. Acho que a decepção dele seria meteórica, e as palavras que ele me disse antes ao se despedir de mim em setembro iriam cair por terra.

Dia 22 era um sábado muito frio, mas excepcionalmente claro. Voltei com Neville e Simas no trem, éramos um grupo estranho. Dino ficou em Hogwarts porque estava de caso com uma aluna, segundo Simas " para esquecer da Gina".

- Qual o primeiro feitiço que você vai fazer agora que é de maior, Jenna? - Perguntou Simas descontraído com uma revista, que eu julguei muito estranha, de trouxas de biquíni na capa.

 ⭒๋࣭ 𓆗 O Lado G da Sonserina [6] 𓆗⭒๋࣭ Onde histórias criam vida. Descubra agora