Tudo o que nós Prezamos • Yizhan !

Cᥲρίtᥙᥣ᥆ - 36

Xiao Zhan ainda tinha uma expressão sombria quando voltou para o quarto de Yibo e, perdido em pensamentos, sentou-se distraído ao lado da cama. Se a conexão entre tio e sobrinho fosse estabelecida, Yibo precisaria mais do que nunca de um quarto em uma enfermaria particular. No entanto, a própria natureza do problema fez com que ele não pudesse acessar seu dinheiro, o que o impossibilitou de pagar por tal quarto. Um empréstimo teria sido a opção mais fácil, mas agora que seus bens estavam congelados, ele não tinha contra o que pedir emprestado. 

Não importa quantos cálculos mentais ele fizesse, Xiao Zhan sabia que não poderia pagar por todos os cuidados que Yibo precisava sem tirar dinheiro de investimentos que definitivamente levariam a pesadas penalidades. Se fosse necessário, ele o faria, mas percebeu que havia uma linha que, uma vez ultrapassada, levaria os dois à penúria. A melhor solução era o seguro da agência cobrindo todos os custos, mas ele não sabia como forçar a mão deles. Se nem o agente de Yibo conseguiu, quem seria ele para ter sucesso?

Depois, houve a questão de sua cirurgia no joelho. Por que ele não foi informado? Uma maneira fácil de obter uma resposta seria perguntar a Yibo, mas o homem rejeitou todas as perguntas diretas sobre sua saúde até agora. Não era do seu feitio ficar calado sobre as dificuldades. Xiao Zhan sempre soube que ele era aberto sobre os desafios de sua vida e, mesmo quando os outros não podiam fazer nada para ajudá-lo, Yibo nunca foi do tipo que cerrava os dentes e fingia que estava tudo bem. Isso, mais do que a natureza da cirurgia em si, o preocupava.

Xiao Zhan de repente percebeu que a sala ficou silenciosa. Ele ergueu os olhos do ponto na cama que estava olhando sem pensar e ficou cara a cara com os olhos de Yibo.

— Tudo ok? — O homem perguntou.

Xiao Zhan momentaneamente se perdeu em seu olhar. 

— Uh? Oh. Sim — respondeu ele, afobado. Suas bochechas coraram, mas ele fez um esforço para não desviar o olhar. — Coisas de trabalho. — acrescentou, agora sendo o único a esconder as coisas. A ironia não passou despercebida por ele, mas ele não queria contar a Yibo sobre os problemas financeiros até que encontrasse uma solução.

O homem inclinou a cabeça ligeiramente antes de de repente estender a mão em direção ao rosto de Xiao Zhan. Um arrepio percorreu seu corpo quando os dedos de Yibo pousaram delicadamente em sua bochecha direita, apenas para se afastar imediatamente.

— Cílios. — disse Yibo, mostrando-lhe a ponta de seu dedo.

— Ah…! Obrigado. — disse Zhan em um tom um pouco mais alto do que o normal.

Ele limpou a garganta.

— Como você está fazendo com isso? —  Ele perguntou, apontando para os tijolinhos na mesa e esperando não ter traído sua agitação interior.

Yibo virou-se para sua propagação.

— Estou tentando separar por ordem de montagem, mas não tenho espaço suficiente para fazer isso direito.

Ao dizer as palavras, ele mostrou a Xiao  Zhan alguns sacos plásticos contendo peças para os quais ele não tinha espaço.

— Por que você não chama uma enfermeira? — Perguntou Xiao Zhan, seu batimento cardíaco se acalmando lentamente. — Tenho certeza de que podemos pedir que tragam outra mesa.

Yibo balançou a cabeça.

— Está bem. Eu não quero incomodá-los por algo assim. — ele respondeu apressadamente.

— Tenho certeza que é…

Xiao Zhan deixou sua frase inacabada quando viu o pânico passar pelo rosto de Yibo. Ele imediatamente se virou para ver o que chamou sua atenção. Uma mulher com um elegante casaco de inverno entrou com um sorriso. Demorou um segundo para Xiao Zhan perceber que era Sunmi. Raramente a vira sem uniforme e com o cabelo solto, razão pela qual não a reconhecera à primeira vista. Ele rapidamente lançou um olhar para Yibo. Ele parecia bem agora, mas estava claro que ele também não havia reconhecido a enfermeira a princípio.