Cᥲρίtᥙᥣ᥆ - 64

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— Não entendo o que você quer de mim. — continuou Yibo, com o peito arfando. — Diga-me. Apenas me diga. Eu não posso continuar assim. Estou tão confuso... Diga-me o que você quer, então me deixe em paz! — O homem levou a mão ao peito e apertou o coração. — Isso dói. Eu não posso mais fazer isso. Não posso. Dói muito... — disse ele antes de cobrir o rosto com a mão livre e soluçar alto.

Xiao Zhan, ainda cambaleando com a notícia incongruente de que sua mãe - de todas as pessoas - estendeu a mão para Yibo e foi esmagada pelo peso das emoções do homem, também estava chorando. No entanto, ele lutou para conter sua crescente ansiedade. Ele não podia se permitir internalizar totalmente o nível de sofrimento que infligiu a Yibo ainda porque temia que, se o fizesse, poderia perdê-lo completamente antes que qualquer coisa pudesse ser resolvida. Por mais que desejasse a liberação de um colapso total, para assumir o controle da situação, forçou-se a engolir a tristeza presa em sua garganta. Ele precisava corrigir o que Yibo havia errado. E muito disso estava errado. Muito. 

As coisas poderiam ter sido mais fáceis se ele pudesse simplesmente estender a mão e acariciar a cabeça de Yibo de forma tranquilizadora, ou - melhor ainda - apenas dar a volta na mesa e tomá-lo nos braços. Mas resistiu ao impulso. Talvez em parte por egoísmo - ele não queria arriscar adicionar rejeição à bagunça - mas mais porque ele não queria inadvertidamente machucá-lo ainda mais. E assim, embora ansiasse pelo toque humano, ele permaneceu em seu assento e esperou que Yibo se acalmasse enquanto tentava fazer o mesmo.

Depois de um tempo, os ombros de Yibo pararam de subir e descer, e ele ficou mais quieto.

— Yibo. — Xiao Zhan começou suavemente, testando as águas. — O homem não respondeu. Decidindo tomar isso como um bom sinal, ele limpou a garganta. — Você me contou tudo o que queria? — Ele perguntou.

Yibo endireitou-se e enxugou as lágrimas com as mãos. Então, ele deu um leve aceno de cabeça. Embora ele não olhasse para Xiao Zhan, ele ainda aceitou os lenços que lhe entregou e assoou o nariz escorrendo. 

O peito de Xiao Zhan doeu ao ver seus olhos vermelhos e inchados. Isso foi obra dele. Mais uma vez, ele sentiu um forte desejo de se inclinar sobre a mesa, segurar a cabeça de Yibo em suas mãos e beijar a pele macia de suas pálpebras para aliviar a dor.

— Posso contar o meu lado da história?

Yibo finalmente olhou para ele. 

— Vá em frente... — disse ele com voz rouca com uma fungada.

Xiao Zhan tirou o telefone do bolso

— Primeiro, quero mostrar isso a você. — disse ele

Ele tirou o estojo do dispositivo e removeu a carta de Yibo. Em seguida, desdobrou cuidadosamente o papel que havia se tornado frágil de tanto ser dobrado e desdobrado. Ele colocou na mesa sobre os outros itens. Era evidente pela maneira como o homem olhou para ele que ele o reconheceu imediatamente.

— Eu tenho carregado isso desde que você me deu.

Os olhos de Yibo passaram da carta para Xiao Zhan.

— Você tem...? — Ele disse cautelosamente.

Xiao Zhan assentiu. Ele podia sentir suas mãos tremendo. Ele os escondeu debaixo da mesa.

— Eu hesitei antes de tomar uma decisão. Eu realmente não tinha certeza do que fazer, e contarei o motivo mais tarde, mas primeiro, quero que saiba que, uma vez que soube que você iria se mudar, não havia mais dúvidas em minha mente; Eu tinha que ver você e esclarecer as coisas.

Yibo olhou para ele, boquiaberto.

— Então por que?

A carranca de Yibo carregava uma mistura de emoções - mágoa, confusão, um vislumbre de esperança - que era difícil de suportar para Xiao Zhan.

Tudo o que nós Prezamos • Yizhan !Onde histórias criam vida. Descubra agora