Cᥲρίtᥙᥣ᥆ - 02

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Houve um som de batida. E foi alto. E não parava. E foi irritante. Além disso, por que ele estava tão enjoado? Ele gemeu e rolou para o lado. Sua cabeça imediatamente protestou e começou a latejar violentamente. Ele gemeu e rolou de costas novamente. As batidas continuaram dentro e fora.

— Vá embora! — ele gritou, a boca seca como uma lixa, a voz afiada como vidro na garganta.

— Senhor Xiao! Senhor Xiao Zhan!

As batidas se intensificaram. Quem quer que fossem, parecia que não iriam deixá-lo ser. Zhan abriu um olho, mas se arrependeu imediatamente. As cortinas finas faziam pouco para esconder a luz do sol, e um raio particularmente bem alinhado brilhava bem em seu rosto. Ele se perguntou o que tinha feito para o sol guardar tanto rancor contra ele.

— Senhor! — Continuou a voz lá fora junto com as batidas incessantes.

De repente, a realidade voltou para ele. Ele se sentou direito. O sol. O sol havia nascido. Isso significa…

— Porra! — ele gritou, pulando em seus pés.

Seu pé prendeu a alça da bolsa. Ele tropeçou para a frente e não conseguiu se endireitar na mesa de teca contra a parede. Em vez disso, ele caiu no chão, levando consigo um abajur e a maioria de seus produtos de higiene pessoal.

As batidas pararam momentaneamente. Com um gemido, Zhan virou de costas e aproveitou o silêncio enquanto as mariposas dançavam na luz. Ele pensou por um momento que seria muito bom para ele ficar aqui. É verdade que não era confortável, mas também não era tão ruim... Se ele pudesse fechar os olhos por um segundo...

— Senhor Xiao? — Desta vez, havia preocupação na voz.

Xiao Zhan foi puxado de volta à realidade ao reconhecê-lo como um dos PAs locais mais jovens que havia sido de grande ajuda durante sua estada. Ele não conseguia se lembrar de seu nome no momento, pois sua cabeça ameaçava partir ao meio.

— Estou bem. — ele resmungou enquanto relutantemente lutava para ficar de pé.

Ele caminhou até a porta e abriu uma fresta. O jovem empurrou-a e invadiu-a, fazendo-o cambalear para trás. Quando ele finalmente encontrou seu rumo, seus olhos se encontraram. Ele deve ter parecido ainda pior do que se sentia porque o PA parecia totalmente chocado. Pelo menos ele teve a decência de se recuperar rapidamente.

— Senhor Xiao… Senhor… Você vai se atrasar para o seu voo. Quero dizer, você já está muito atrasado. Tentei acordá-lo, todos nós tentamos... mas você não ouviu.

— Que horas são?

— Oito da manhã, senhor.

Oito da manhã. O ônibus que os levaria ao Aeroporto Internacional de Chiang Mai, a cerca de duas horas de distância, estava marcado para as seis da manhã. Mesmo em seu estado atual, ele poderia dizer facilmente que, se de alguma forma encontrasse uma maneira de dirigir até lá e voar no próximo voo disponível, nunca faria a conexão em Bangkok. Quanto aos voos saindo de Chiang Mai, sua mente confusa lembrava-se vagamente do diretor Luo dizendo que não havia nenhum.

— Todo mundo saiu sem mim? — ele perguntou, lutando para manter os olhos abertos contra o brilho das luzes do corredor.

— Eles partiram, senhor. — ele respondeu com não mais emoção do que se estivesse contando sobre o tempo do dia.

A primeira reação de Zhan foi ficar magoado, mas então ele sabia que não poderia realmente esperar que eles esperassem. Todos tinham seus respectivos horários. Ele ficou surpreso por não ter ouvido o alarme ou qualquer outra coisa. Ele não conseguia se lembrar da última vez que esteve tão bêbado. Ou de ressaca, aliás.

Tudo o que nós Prezamos • Yizhan !Onde histórias criam vida. Descubra agora