Tudo o que nós Prezamos • Yizhan !

Cᥲρίtᥙᥣ᥆ - 15

A luz do dia espreitava no horizonte, tingindo o céu de tons de rosa e laranja. Lá fora, o mundo estava acordado há algum tempo, cuidando de seus negócios na escuridão de mais uma manhã de inverno. No pequeno salão budista, a única maneira de  Xiao Zhan saber que o tempo havia passado era pelos sons abafados do hospital ganhando vida para mais um dia.

Eles ficaram sentados em silêncio por um tempo. A mulher não explicou suas palavras, e ele não perguntou. Eles apenas permaneceram como estavam, ele chorando baixinho por um tempo, ela esperando pacientemente que a tempestade passasse. E passou.

Seus olhos ardiam e ele tinha uma dor de cabeça terrível. Ele estava mentalmente e fisicamente esgotado. Parte dele não queria nada além de voltar para o hotel e desmaiar, mas sabia que tia Wang e a enfermeira Jang estariam procurando por ele. Sem mencionar que outra parte dele, apesar do medo, precisava desesperadamente saber como Yibo estava se saindo. No entanto, havia algo de reconfortante neste quarto e na mulher que se sentava ao lado dele. Ofereceu uma segurança que ele estava relutante em deixar. Além disso, uma vez que ele saiu, ele não tinha como saber onde tudo o que ele disse poderia terminar. Ele limpou a garganta.

— Eu... Erh... eu quero te agradecer por me ouvir, senhorita...?

Sua voz era rouca. Ela sorriu para ele.

— Yim. Meu nome é Yim Soobin.

— Obrigado, Sra. Yim. Estou muito grato...

Ele lhe devolveu o lenço e coçou o pescoço, olhando para o altar enquanto procurava as palavras. Como ele poderia dizer que o conteúdo de sua confissão poderia acabar com a carreira dele e de Yibo sem parecer que ele estava cheio de si? Pedir para ela ficar quieta não a faria querer compartilhar ainda mais? Felizmente, ela o salvou do trabalho falando primeiro.

— Você não precisa se preocupar com nada do que você disse sair.

Ele se virou para ela, um pouco envergonhado.

— O-obrigado... É só...

— Não se preocupe. Não sou famosa, mas entendo o impacto que as palavras podem ter. Embora este seja um trabalho voluntário, ainda tenho que cumprir um código de conduta estrito e fiz um juramento de confidencialidade. Tudo o que você compartilhou comigo permanecerá aqui. — ela disse, batendo na têmpora.

Alguma tensão que Xiao Zhan não percebeu que estava segurando deixou seu corpo. Esse alívio ampliou sua exaustão, fazendo seu corpo parecer mais pesado.

— Obrigada. E desculpe. Sobre sua mão... — Ele disse, a vergonha tomando conta dele ao pensar no que ele tinha feito.

— Está tudo bem. Eu sei que não foi intencional. — ela respondeu, dando uma olhada em seu ferimento. — Não dói muito.

Ela deu a ele um sorriso travesso.

— Na verdade, doía muito mais quando você apertava.

Seu rosto corou. Seu sorriso se alargou.

— Eu sinto Muito. Eu realmente não sei o que tomou conta de mim. — ele disse, desejando poder apagar a memória de sua explosão.

Ela balançou a cabeça.

— Não se preocupe. Vem com o território. Já experimentei coisas piores.

Ela olhou para o seu relógio.

— Tenho que me preparar para o trabalho. Eu provavelmente deveria terminar de limpar essa bagunça antes que alguém entre.

Ela acordou. Ele seguiu. Ele ficou surpreso ao perceber que ela era quase tão alta quanto Yibo.