Tudo o que nós Prezamos • Yizhan !

Cᥲρίtᥙᥣ᥆ - 21

Xiao Zhan sentiu seu telefone vibrar no bolso ao sair do elevador. Ele deu um passo para o lado, puxou-o e viu uma mensagem de Chiyou.

— O passaporte do tio de WY não foi sinalizado em nenhum aeroporto, porto ou travessia terrestre. Ele pode ter saído do país ilegalmente. Vou mantê-lo informado.

Ele suspirou, sem saber se considerava isso uma boa ou má notícia. Ele contou a Chiyou sobre o tio de Yibo e o dinheiro desaparecido, e ela imediatamente concordou em ajudar. Enquanto ele estava trabalhando, ela fez algumas ligações e, antes do final do dia, declarou que o problema estava em boas mãos. Ele não tinha certeza do que fazer com as palavras dela, e a presença de outras pessoas o impediu de perguntar a ela, mas agora, vendo a mensagem dela, ele percebeu repentinamente que ela devia ter amigos de alto escalão para poder para obter tais informações em tão curto prazo. Se ela vivesse naquele mundo rarefeito, isso também explicaria como ela poderia pagar tal suíte. Ainda assim, ele ficou surpreso por não saber disso até agora. Ele tinha sido muito egocêntrico para perceber alguma coisa?

Ele colocou o telefone de volta no bolso e caminhou em direção ao quarto de Yibo. Ao se aproximar do posto de enfermagem, ele viu uma menina em idade escolar sentada atrás do balcão. Ela estava concentrada em fazer algum tipo de dever de casa. A criança deve tê-lo ouvido chegando porque ela olhou para cima e o cumprimentou com um sorriso radiante assim que ele se aproximou o suficiente. Ao responder da mesma forma, ele percebeu que ela tinha Síndrome de Down. Encantada com a interação bem-sucedida, ela começou a falar em coreano. Ele não tinha ideia do que ela estava dizendo, mas fez o possível para prestar muita atenção e acenou com a cabeça quando achou apropriado, enquanto ela mostrava várias fotos de animais em seu livro de exercícios da escola. A troca continuou por um momento, Xiao Zhan eventualmente repetindo as palavras que ela disse uma vez que ele entendeu que ela estava tentando ensiná-lo. Quando ele pronunciava algo errado, ela dava uma risadinha e batia palmas como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. Ele não pôde deixar de rir junto com ela.

De repente, a enfermeira-chefe Lee apareceu atrás do balcão como se se materializasse do nada. Antes que Xiao  Zhan pudesse dizer qualquer coisa, ela pegou o livro da mão da criança e a repreendeu. Assustada, a menina começou a chorar, mas ao invés de responder ou fugir, ela agarrou a cintura da enfermeira e não a soltou enquanto chorava cada vez mais alto. A enfermeira-chefe Lee a ignorou e abaixou a cabeça para Xiao Zhan enquanto ela repetidamente se desculpava, evitando fazer contato visual. Ele tentou dizer a ela que estava tudo bem, mas ambos eram incapazes de se entender. Ela finalmente pegou a criança pelo braço e a levou para algum quarto atrás do posto de enfermagem, e fechou a porta. Xiao Zhan ainda podia ouvir os sons abafados dos soluços da garotinha e não pôde deixar de sentir pena dela, imaginando se deveria fazer alguma coisa. Então, ele lembrou que a enfermeira Jang havia lhe contado sobre a enfermeira-chefe Lee ter um filho. A julgar pela forma como ela a tratou, esta deve ter sido sua filha. Ele decidiu que seria imprudente intervir.

Ele ainda esperou por um momento, esperando que a enfermeira-chefe Lee voltasse assim que a criança se acalmasse, mas depois de um tempo, ele simplesmente foi até o quarto de Yibo. Todo o incidente o havia perturbado, então, em vez de bater quando ele chegou à porta fechada, ele simplesmente a abriu e entrou.

Com a mão ainda na maçaneta, ele ficou surpreso ao se ver cara a cara com uma enfermeira despindo Yibo. Ele estava nu da cintura para baixo e, embora sua perna elevada escondesse a maior parte de sua virilha, o rosto de Xiao Zhan ficou vermelho brilhante e imediatamente desviou os olhos.

— Eu sinto muito! — ele deixou escapar antes de voltar para fora.

Por fé, a enfermeira Jang decidiu chegar naquele exato momento, e ele esbarrou nela enquanto recuava, quase derrubando-a no chão.