Reditus

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— Que desgraça.

Sigma dispensou o café da manhã.

— Pare de praguejar, Sigma — Fyodor fechou a janela do cômodo — E pare de fumar, já se foram seu garoto e os meus cigarros com essa sua preocupação desnecessária.

— Está brincando? Sabe Deus para onde ele foi e eu só sei que eu vou acabar com você se eu tiver mais problemas por causa disso.

— Não ameace ainda, são seis horas da manhã.

Fyodor tomou o cigarro dos lábios de Sigma que havia acabado de acender.

— Vou parar com isso — Ele se sentou no sofá, apoiou os cotovelos nos joelhos e as mãos sobre a testa — Dane-se. Shibusawa logo vai tê-lo nas mãos e então é só questão de tempo para nos matar.

— Quando se tornou taí covarde? Encare como uma aventura.

— Como tem coragem de caçoar dessa situação? Aquela garota poderia ter prendido ele aqui!

— Com o quê, o atiçador da lareira? Eu não esperaria cooperação dela, considerando o que você fez.

— Isso está fora de controle, tudo por culpa dela.

— Nem pense em interrogá-la.
Ele bufou.

— Eu sei. Pelo menos o Chuuya está na Escócia. É menos um problema, o único inteligente.

— Se esqueceu que ele não deve fazer ideia do que aconteceu no teatro, não é? O que ele tem de tão importante? Você ainda não contou essa parte.

— Para Shibusawa? Ele pode ter todos os caminhos para a fortuna que você viu anos atrás. Aquele Fabergé era só uma porcentagem do que ele poderia conseguir.

— E o que ele tem com isso?

— Herança. Contatos, vai saber. Fato é que mesmo que Chuuya não saiba sobre as jóias, Shibusawa pode usá-lo para chegar até elas.

— E eu suponho que ele não saiba disso e no fim seja só mais uma moeda de troca.
Sigma confirmou com a cabeça.

— Ninguém precisa saber disso agora.

— Ele vai comê-lo vivo até conseguir as outras peças.

Entre dois e três segundos alguém bateu à porta. Sigma sacou a arma.

— Deixe entrar.

Antes que Sigma pudesse hesitar, Fyodor abriu a porta. Não foi uma surpresa, já que ele tinha visto Dazai atravessar a rua cinco minutos antes.

— Você não deveria ter sumido.

Fyodor lhe estendeu o cigarro, o qual Dazai não recusou tragar.

— Como nos encontrou?

— Lucy ligou para o teatro, disse que vocês estavam no hotel, mas eu acho que não vão ficar aqui por muito tempo.

— Ele tem razão, devemos ir ao apartamento e depois ao hospital.

— Ficou doido? — Sigma indagou — o primeiro lugar que Shibusawa vai mandar procurar é o seu apartamento.

— Mas, Nikolai ainda não teve um enterro, além disso Shibusawa ainda deve estar procurando o garoto. Ele tem prioridades além de me matar.

— Ele também tem um arsenal e um monte de pessoas para matar em nome dele.

— Ele está bancando Deus e está muito atrasado.

— Não é hora para isso.

— Eu não vou sair desse país sem que Kolya tenha um enterro digno, eu não vou mais enterrar alguém com minhas próprias mãos.

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