Capítulo 10. Festival

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Em alguma cidade afastada de outras cidades do reino, as pessoas trabalhavam sem parar. Montavam barracas, enfeites coloridos etc...
Enquanto toda essa agitação, Lilith, Edgar e Sun passeavam por ai, apreciando os enfeites coloridos, barracas de comida e brincadeiras — Por que tanta agitação? — Lilith estava curiosa.
— Todos os anos nessa cidade a igreja doa dinheiro para que o povo daqui monte eventos para se divertirem, além de batalhas — Edgar explicava para a mulher — Sinceramente... é uma perca de tempo e dinheiro.
— Perca de tempo? Mas por quê? — Lilith andava na frente de Sun que o seguia como um cachorro em sua coleira invisível.
— Bem, até onde me lembro sempre tem um ou outro que ganha quase ou todos os anos, já que visitas não são frequentes aqui. Acredito que só estejam investindo com esse festival para que não digam que eles não cuidam do povo. Deveriam se preocupar com a medicina ou os assassinatos tão recorrentes por aqui, festivais não servem de nada.
Lilith olhava em volta, curiosa. Era sua primeira vez em muito tempo num evento desse tipo. Muito provavelmente já esteve aqui, apenas não se recordava.
— Como tem tanto conhecimento daqui?
Seu rosto ficou levemente vermelho — Eu tive alguns pequenos casos pela região — Sorriu — Fazer o que, eles não resistem ao meu charme.
Uma de suas sobrancelhas se ergueu — Você é mais galinha do que o esperado.
— Você não viu nada ainda — Sun revirou os olhos — Será que alguém aqui sabe algo de Eliot?
— Não sei dizer, aparentemente o mapa que Edgar encontrou passa por aqui — Lilith olha para trás enquanto anda.
— Lilith, acho que você e Sun poderiam aproveitar o evento enquanto eu fico de olho nessa coisa.
— O que? Eliot é meu irmão, não posso deixar um pequeno incidente me parar.
— Lilith... Não seja teimosa. Você tem que descansar a cabeça — Deu alguns tapinhas em sua cabeça — Mesmo que o assunto seja seu, seu psicológico pode ficar muito fraco com o assunto.
A mulher virou os olhos para o chão, sentindo-se aliviada e culpada ao mesmo tempo. Embora quisesse ir junto, também se sentia exausta.
O homem se abaixou na direção de seu rosto — Vai se divertir, só um pouquinho, okay?
Assentiu.

Sun decidiu o caminho, seguindo sua intuição feito cão animado.
— Para onde vamos? — A jovem pergunta.
— Vamos encontrar algum lugar legal! Comprar algumas lembrancinhas talvez. Eu pago!
Deixou uma risadinha escapar — Não precisa…
Em algum momento, os dois encontram uma pequena loja decorada com bandeirinhas que lhe traziam um ar convidativo.
— Olhe, é uma padaria!
— Mas já está com fome de novo? Comemos faz apenas uma hora…
— Pode ser nossa sobremesa — Sorriu.
Empurrou com força a porta que parecia se recusar a sair, levantando o ar abafado e sujo.
Não estava abandonado, mas fechado há pelo menos alguns dias.
— Sun eu acho que não deveríamos entrar aqui, deve estar fechado para o festival.
— Oh, se não estão atendendo então não deveriam deixar aberta. Quem sabe o tipo de ladrão que poderia entrar aqui!
— Sua primeira preocupação deveria ser sair daqui...
Uma voz ecoou — O que temos aqui... — A porta de trás do balcão rangeu e abriu. Com 2,10 metros de altura, pele parda, seus cabelos, barba e bigode grosso eram castanhos e vinham acompanhados de seus profundos olhos verdes, um chapéu tricórnio preto com pena e um símbolo de X em seu centro. Um papagaio velho estava pousado em seu ombro.
Um sobretudo cor de vinho, quase como um vermelho profundo cobria sua camisa branca e deixava a mostra seus babados com uma jóia acima. Suas calças pretas com uma arma no cinto que estavam sujas, suas botas também — Oh, pequenos marujos! — O homem lhes dá um sorriso deslumbrante. Não parecia tão velho, mas um pouco acabado.
— Marujos! — O papagaio repete.
— Ah? Um pirata?! — Sun por um momento parece estar desconcertado, mas depois dá um sorriso de orelha a orelha — Um pirata!! — Seus olhos brilham radiantes.
— O que crianças fazem aqui? — O homem lhes pergunta.
— Estávamos passeando quando encontramos a loja e então decidimos entrar — Lilith o responde — Mas o que um pirata faz em uma cidade pequena como está e dentro de uma velha loja?
— Ah claro, estou apenas de passagem, perdi meu barco e um velho amigo me abrigou — Riu.
— Isso é suspeito… Você poderia nos assaltar neste exato momento. O que tem no coldre? É uma arma de verdade?
Deu um sorriso malicioso de lado, sua mão se abaixou e puxou sua arma.
— Pistola novinha, calibre de 16 milímetros em aço. Fecho de pederneira, carregamento pela boca. É uma belezinha que eu uso pra assustar os trombadinhas que entram aqui.
— Quanto de munição?
— Cinco dentro, mas eu tenho mais aqui no bolso. No total devo ter de vinte a trinta. É um bom número, não é?
— Seria um bom número se tivesse a intenção de matar um de nós.
Sorriu e guardou a arma — Mas não tenho. Para a felicidade de vocês eu realmente só estou cuidando dessa espelunca.
Ambos se encararam com sorrisos nos rostos, Sun sentiu a aura assustadora que ambos tinham igual para uma primeira impressão.
— Senhorita Lilith… Acho que devia ser mais educada…
— Relaxe, Sun. O pirata até é legal, não estou pensando em matá-lo, não por agora.
Seus olhos brilharam e se aproximou — Lilith e Sun?
— Sim. São nossos nomes, senhor… — O ruivo sorriu.
O homem, sendo grande, se abaixa em frente aos dois e olha em seu rosto — Vocês... Justo vocês dois juntos...
— O que...? — Lilith mantém sua postura e expressão séria. Entretanto, seu tom de voz soava confuso.
— Oh! Ah... Bem — Ficou nervoso — É... Bem, sou o capitão Colen! Mas vocês crianças podem me chamar de Colen apenas...!
— Uh, Colen! Eu sou Sun. E você, pequeno? como se chama? — Sun pergunta para o papagaio.
— Como se chama? — O papagaio imita.
— Ah, este pequeno é o Imediato Bob, meu grande parceiro de dez longos anos.
— Prazer Bob! — Sun acaricia o pássaro.
O pirata sorriu — O que acham de virem comigo ver os torneios? Eu ganhei alguns ingressos desse amigo, e já estava à caminho de lá!
— Parece uma ideia muito boa! — Sun sorri.
— Ainda não sei se consigo confiar numa muralha dessas com munição para um massacre escolar.
Riu, pegou a arma e colocou atrás do balcão, logo em seguida tirando também as munições do bolso — Mais confiável agora?
— É. Mais confiável que o Sun entrando em qualquer loja para sermos assaltados.
— Nossa.
— Estou brincando — Acariciou sua cabeça — Vamos ver o torneio então.

Assassina de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora