Capítulo 22. Tanto amor que dói

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- "Suas palavras, seus olhos... Suas mãos apenas para mim.
Meus sonhos, meus sorrisos. Minhas fantasias são apenas por você." - Anil Emre Daldal.

Neve fria de arder os dedos se espalhava pelos telhados vinda dos céus, com sua beleza verdadeiramente única e melodiosa, suave e sutil. Uma onda de hospitalidade pálida e gentil.
Lilith se viu diante do espelho em seu quarto enquanto abotoava seu casaco azul-marinho. Finalmente era chegada de sua época predileta do ano, quando a neve passava semanas e semanas caindo sem parar e o frio não descansava.
Suas mãos cobertas por luvas pretas terminaram o último botão preto e brilhante e deu uma boa olhada para si. Ajeitou seu gorro e viu como seus cabelos haviam crescido significativamente nos últimos meses, já se faziam quantos meses desde que cortará sozinha em algum hotel sozinha por aí? Três? Quatro?
De qualquer forma, estavam quase alcançando seus ombros e com pontas rebeldes, e isso a fez torcer o nariz. Quando saísse do castelo iria finalmente a um barbeiro depois de tanto tempo.

Estava tudo muito silencioso, então pegou sua mochila e bisbilhotou o quarto ao lado.
Seu tio, Colen, sentado sobre sua cama. Seu chapéu estava por aí, seus cabelos que sempre se encontravam presos agora estavam soltos, tinham uma altura similar ao de Lilith, caindo por seus ombros, lisos e repicados.
O homem vestia uma camisa comum branca e calças de pijama na cor vermelha. O pirata lia atentamente uma folha de papel, enquanto mordia um pedaço de pão doce que compartilhava com Bob.
Se Lilith não o conhecesse, com toda certeza pensaria que o próprio era algum tipo de príncipe mestiço gigante. Mesmo que estivesse numa idade não tão agradável, sua aparência parecia se recusar a colaborar.
Envelhecendo feito vinho dos bons, suas linhas de expressão quase não eram notáveis, sua barba tinha um corte belo e penteado. Seus olhos verdes e penetrantes chamavam atenção tanto quanto uma leve cicatriz no olho direito.
- Argh! Maruja - Bob gritou e Colen viu a garota em sua porta.
- Lili, minha flor! Vem cá, senta aqui.
A mulher aceitou e correu para se acomodar ao lado do homem - O que tá fazendo?
- Revendo as pistas que encontramos ontem, nada com que você deva se preocupar.
- Tem certeza?
Suspirou - Apenas... Serafini... ele parece estar com ela.
Engoliu a seco - Oh... Entendo, acho que ela era a única conhecida dele tão longe de casa... Faz sentido...
- Gostei do casaco - Sorriu.
Devolveu o sorriso - Também gostei da mudança de roupas, é a primeira vez que te vejo assim.
Riu - Como? Uso um toda noite!
- Mas esse é diferente, você tem o costume de usar alguns que parecem vestidos estranhos - Tentou esconder sua risadinha.
- Quanta maldade!
- Sou pura maldade.
Edgar bateu na porta - Ei, maldosa. Pronta? Estamos quase indo
- Estou pronta.
- Lili, vai com os meninos enquanto eu termino de aprontar as coisas aqui, beleza? - Ele bagunçou o seu cabelo e a garota riu.
- Tudo bem..

A jovem e os dois irmãos aguardavam por Colen no saguão. Sun tocava uma musiquinha agitada e cantarolava enquanto Edgar dançava como idiota.
- Vamos Lilith! Vem aqui dançar!! - Edgar a convidou.
A jovem riu - Nem ferrando! Vocês são péssimos nisso.
Revirou os olhos - Está com inveja?
Mordeu os lábios - Ah, claro! Quem não teria inveja desses passos do Edgar - Choramingou - Nunca vou poder ser como ele!
- Não mesmo, queridinha. Mamãe passou pimenta em mim, essa honra você perdeu.

A neve estava baixa, os cavalos "agasalhados" e seus donos também.
Uma vila jamais falada, era o ponto de partida, na qual Colen guiava desta vez.
Tinham um plano aparentemente.
Eliot estaria por lá, com Serafini em seu casarão, longe de seu pai. Então, deveriam se hospedar e em seguida tentar contato, talvez com uma carta ou diretamente para seus empregados.
Serafini era a filha de um papa, mesmo que um ato incomum seu pai guardava o fardo de tê-la antes de assumir o papado..

Lilith gostaria de sentir um pouco de pena de Serafini por ser um fardo para seu próprio pai. Mas era difícil acreditar que alguém com ações tão prejudiciais à sua vida fosse digno de sua pena.

Assassina de PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora