— Como você está?
— Bem... — Arfou.
— Não acha que deveria descansar? Temos assuntos importantes para hoje — Pousou uma bandeja de comida sobre uma mesa de madeira.
— Não, eu não posso parar. Vou te orgulhar, minha rainha.
— Não me chame assim...
— Huh... De qualquer forma, eu não estou interessado nos afazeres de hoje.
— Não seja tolo, eu o comando, e se quer me orgulhar então seja mais cavalheiro e não rebata comigo. Acredito que tenham encontrado as pistas que deixamos.Lilith, Sun e Edgar arrumavam suas malas. Iriam partir do vilarejo hoje.
— Está tudo bem, senhorita Lilith? — Sun terminava de fechar sua mochila.
— Sim, estou bem, Sun. E você?
— Igualmente — Sorriu. Lilith parecia radiante após noite passada.
Edgar notou as trocas de sorrisos entre os dois e os olhou de cima abaixo — O que andaram fazendo ontem?
— Ah, nada… Assistimos o festival…
— Não sei, não. Estão suspeitos demais para o meu gosto.
Os três já estavam junto dos cavalos, quase partindo. Enquanto subiam em suas montarias, alguém vinha correndo em suas direções.
— Lilith, Sun! — O pirata corria, nem havia notado Edgar — Marujos!
Os olhos de Edgar se arregalam — Colen...? — Seu coração disparou, perturbado.
— Edgar... — Engoliu a seco e deu um sorriso amarelo, não havia pensado no que faria quando se encontrassem mais uma vez.
— Mas... Como...?
Sorriu — Eu reconheci seu irmãozinho instantâneamente, sabia que te encontraria...
— Vocês se conhecem? — Sun pergunta.
— Sim... eu e Ed somos... grandes amigos... Vi vocês saindo de dentro do hotel, para onde vão tão cedo?
— Vamos sair da cidade — Lilith respondeu sem olhar para seu rosto, embora fosse um homem adorável, queria partir de uma vez.
— Isso é uma pena...
Edgar ainda tinha um grande brilho em seu olhar — Espere...! Colen... Venha conosco, por favor.
Sorriu — Posso?!
— Sim!!
Colen correu em busca de um cavalo para que pudesse seguir Edgar na viagem, com os olhos do homem sorrindo tanto quanto os lábios o vendo correr.
Lilith afunda seu rosto em suas mãos enquanto murmura irritada, sua chama de felicidade foi apagada ao ter um desconhecido agora prestes a segui-la de novo. Os dois irmãos trocam olhares preocupados.
— Lilith, eu sei que você não gosta da ideia de ter gente forçando pra ir atrás de você... Mas Colen é... Colen é importante pra mim...
Sun encarou seu irmão, não sabia de Colen. Nunca ouviu sobre seu nome, alguma história sobre os dois. Era como se não conhecesse seu próprio irmão.
— Você nunca me falou dele...
Sorriu — É uma história complicada…
— Complicada quanto?
Lambeu os lábios e ajeitou os óculos — Muito complicada — Segurou a região do peito — Vou te explicar mais tarde…Algum tempo depois, Colen volta acompanhado de uma égua de pele branca. De uma vez por todas, eles puderam partir da cidade. Não foi uma viagem tão longa, menos de uma hora. Claro, que com tantas histórias que o capitão tinha para contar durante sua viagem era como se semanas se passassem.
— Oh! Que lugar lindo. Ed, se lembra de quando caçamos aquele javali por um campo parecido? — Colen estava tão animado, sorria sem parar.
— Sim, me recordo plenamente... — Edgar sorriu.
— Vocês tinham de ver! Aquele javali era enorme! Ele batia na metade de minhas pernas, corria sem parar!
— Ha! Enorme? Não me lembro dele ser assim.
— Senhorita Lilith — Sun a chama — para onde vamos agora?
— Uma cidade por perto, depois das montanhas. É nosso próximo ponto de visita.
— Ah sim, mais uma cidade... — O garoto estava entediado. — Por quê?
— "Por quê"? — Edgar repetiu a pergunta como uma segunda pergunta.
— É, por que tantas? Sei lá, talvez não tenha como ir direto pra onde esse garoto se meteu?
— "Esse garoto" é meu irmão, Sun... — Lilith tomou um tom de raiva em sua voz.
— Nós não temos como simplesmente nos teletransportarmos para a localização de Eliot. Ele pode ter traçado um caminho mas não sabemos onde ele já chegou.
Ele é humano como nós, duvido que chegaria longe tão rapidamente. Vamos averiguar cidade por cidade até descobrirmos onde ele foi parar.
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Assassina de Pandora
FantasyÉ inevitável se perder na confusão do acaso. E é inevitável se entregar quando ele lhe oferece o que mais desejava. Neste complexo mundo literário, em meio aos meados do século XIX na Rússia, um mundo de reinos, magia e diversas espécies humanóides...