𝗔𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗕𝗶𝗼𝗹𝗼𝗴𝗶𝗮 - 𝗟𝗶𝘇𝗮𝗴𝗼

IV.

"🗞️🚬
𝚃.𝙵."

- Caralho, isso tá feio em Thiago - escutei uma voz adolescente falar comigo assim que desci as escadas de casa

- Do que você tá falando garoto? - parei em frente a Rafael que me olhava com um sorriso malandro

- Esse chupão gigante no seu pescoço - ele apontou para o local. Passei a ponta dos dedos e senti realmente uma parte dolorida

- Vai se fuder garoto, você não tem nem tamanho - dei o dedo do meio para ele escutando o mesmo se virando em gargalhadas - Onde o papai guarda remédio mesmo? - me virei procurando remédio em alguns armários

- Sei lá, eu não bebo - meu irmão disse após beber algum líquido

- Graças a Deus, você só tem doze anos - disse ainda sem olhá-lo

- Eu tenho catorze Thiago!

- A mesma coisa

- Tem remédio no armário do banheiro - me virei para ele e vi que ele tomava café em sua caneca

- Isso é café? Ótimo - fui até ele e bebi metade de sua caneca, após tal ato, recebi diversos tapas em minhas costas

- O papai quer falar com você e com o Kaiser - ele me olhou cruzando os braços - Principalmente com você - apontou o dedo para mim

- Falando no Kaiser, cadê ele? - perguntei me lembrando que tinha trazido meu amigo para casa

- Falando no diabo - Rafa disse apontando para a entrada da cozinha que revelava um Kaiser exausto

- Cara, que vampiro chupo seu pescoço? - Kaiser proferiu as primeiras palavras para mim com um olhar de decepção

- Eu sei la! Lembro de ter beijado uma garota só, e eu nem lembro direito dela - abro os braços confuso

- Você pegou duas Thiago, e você trouxe a segunda pra casa - Kaiser disse sem ânimo em sua voz indo em direção a Rafa, ele pegou a caneca de sua mão e tomou um gole de seu café, e meu irmão continuou tranquilo

- Por que ele você deixa? - perguntei incrédulo

- Porque eu gosto dele - Rafael deu de ombros

- Eu sou seu irmão!

- Eu continuo preferindo o Kaiser - olhei para Kaiser que que fazia um sinal com as mãos de "se fodeu" com um sorriso no rosto

- E você hein Kaiser? - comecei a provocá-lo - Ficou com quantos?

- Ninguém - ele se encostou na bancada

- Impossível - cruzei os braços

- Possível - ele deu de ombros

- Nem uma menina? Um menino? - arregalei os olhos

- Ninguém Thiago - ele permaneceu sério - E você hein Rafael? - uma mudança repentina tomou Kaiser que se virou para meu irmão - Ficou com quantas ontem?

- Fiquei trancado no quarto jogando The Last of Us enquanto escutava meu pai fazia alguma coisa com uma música alta pra cacete - ele colocou a caneca vazia na pia e a encheu de água

- Olha o palavrão - apontei para ele

- Cacete, caralho, porra...

- Rafael! - joguei uma banana nele que a pegou no ar

- Eu tenho catorze anos Thiago!

- Eu tinha catorze quando você nasceu, modos - ele me deu o dedo do meio enquanto ia para a escada

- Você seria um péssimo pai, Thiago - Kaiser balançava a cabeça negativamente e o dei o dedo

- Com quem eu fiquei ontem? - mudei de assunto me virando para pegar uma caneca no armário

- A ruiva que você trouxe pra casa e não deixou a gente dormir! - Kaiser deu ênfase nas últimas palavras que me fez ficar vermelho - e uma menina aleatória de cabelo preto

- Não lembro direito de ninguém - me virei para ele seguindo até a garrafa - Talvez lembre do cabelo preto da menina, talvez

- Você tava 'tribebado, Thiago - ele disse rindo - Não te via há anos assim

- Eu vou fazer uma reportagem em Stanford meu querido - dei um gole no café - Isso é muito bom, e horrível

- Eu vou estar lá te ajudando Thiago, vou te ajudar com as fotos - ele tombou a cabeça - Só não me peça para falar com pessoas, falar com pessoas, até arrepio aqui - ele mostrou o braço - Quase morri ontem

- Vamo se soltar Kaiser, vai que você acha alguém bonitinho lá - dei uma piscadela e recebi um soco no braço

Continua...