XXXVII.

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"🔬🧫
𝙴.𝚆."

Ivete e Balu prepararam um grande almoço para gente, lasanha à bolonhesa, a favorita de Arthur. Todos estamos sentados na mesa da sala de estar da casa de Ivete e Arthur, uma sala extremamente aconchegante, com paredes beges e apoios de mesa de crochê. Estou sentada ao lado esquerdo de Stella e do direito de Thiago, de vez em quando o Fritz repousava sua mão em minha coxa enquanto conversávamos.

- Stella - ouvi Dante a chamá-la baixinho ao lado de Arthur que os separava - Para de bater o pé, vai machucar mais ainda - tentei ouvir a conversa discretamente

- Desculpa Dante, tô um pouco nervosa ainda - sussurrou com um sorriso 

- Desculpa interromper, e ser intrometida - toquei minha mão em Stella - Mas o que aconteceu em seu pé?

- A dona Stella o virou jogando vôlei - Dante respondeu

- Parece alguém que eu conheço - levantei minhas sobrancelhas me referindo a Joui, que a cada nova semana machucava em uma parte do corpo jogando o esporte

- Esse ai não tem jeito - Dante respondeu com a cabeça em negação enquanto se voltava para própria comida. Arthur sussurrou algo para Stella e ambos começaram uma conversa nova.

- Thiago - Ivete chamou o moreno ao meu lado, que como um impulso tirou a mão de minha coxa. Ele a olhou com um olhar sorridente - Sabia que eu sou de certa forma amiga do seu pai?

- Sério? - Thiago não escondeu sua supresa, assim como Balu

- Sim - Ivete limpou a boca suja de molho vermelho com um guardanapo - Ele vivia no meu bar. Falava que ia para lá como uma forma de descarregar a mente do trabalho.

- Realmente, você é bem familiar para mim. Uma mulher bonita como essa, como não lembrar - Ivete riu colocando a mão na boca e Balu me olhou com as sobrancelhas levantadas me tirando também uma risada

- Para com isso Thiago! Eu era bem mais jovem naquela época

- Você ainda é linda Tia Ivete - falei

- Minha mãe é uma deusa - Arthur a apontou com o garfo - É por isso que, Senhor Antônio Pontevedra, tô de olho viu

- Eu cuido da madame muito bem, campeão - abraçou Ivete pelos ombros e a deu um beijo em sua bochecha

Ficamos em conversas agradáveis o resto do dia, até mesmo quando todos se juntaram para arrumar a cozinha e a louça. Rafa e Stella ficaram conversando o tempo todo, já que ambos tinham a mesma idade e se entediam, fiquei supresa também, pelo fato que Arthur, Thiago e Dante se deram extremamente bem.

Todos só tomaram a iniciativa de ir embora quando o sol começou a se por, Thiago insistiu que me levaria para casa e assim fez. Por algum motivo, assim que estávamos voltando para casa, Rafa encostou na porta do carro e apagou. Thiago pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

- Liz - Thiago murmurou meu nome sem tirar os olhos da estrada - Já que o Rafa dormiu, - acariciou o dorso de minha mão - eu posso falar sem receber comentários chatinhos. - riu - Eu queria te levar em um lugar - finalmente me olhou

- Uau - o olhei - E onde seria? - sorri

- Aí é supresa - sorriu de orelha a orelha, resmunguei me afundando no banco de seu carro chique - Só que assim, - fez uma pausa - eu tenho que te buscar um pouquinho tarde.

Celular de Thiago apitou no porta copos.

- Vai me levar para uma balada? - questionei

Outro toque.

- Puff - fez um som com a boca - Longe disso.

Outro.

Thiago usou os dedos que seguravam minha mão e tirou o som do celular.

- Então você vai me sequestrar? - riu fazendo uma curva

- Pode parar de tentar adivinhar? - sua gargalhada preencheu o carro

O porta copos vibrou. Engoli seco

- Acho que é importante - sussurrei o olhando

- Pode ver pra mim? - perguntou com naturalidade

- Mas, é seu celular. - deu de ombros

- E daí? - me calei. Thiago soltou minha mão enquanto parávamos em um sinal, pegou o celular, o desbloqueou e me entregou

- Posso mesmo? - o olhei ansiosa

- Claro, minha querida - ele me olhou com seu sorrisos alegre.

O sorriso que é o causador das borboletas dançantes em meu estômago, dos meus arrepios constantes, dos meus sentimentos confusos, e dos meus pensamentos mais impuros.

Deslizei para cima para ver as notificações recentes, observei seu papel de parede: Thiago e Rafael pequenos em uma foto antiga, abraçados para descer em um tobogã, o mais novo deveria ter uns seis anos, pequeno e loiro, e Thiago, matematicamente, vinte, ambos com um sorriso tão grande que faziam seus olhos se fecharem.

Então encontrei as quatro notificações na tela do telefone. Me ajeitei desconfortavelmente no banco do carro, coloquei meu cabelo atrás da orelha e olhei para a janela. Percebi Thiago me olhar.

- O que foi? - perguntou preocupado

- Nada - olhei para ele - Só acho que eu não devia ler isso - entreguei o celular desbloqueado pra ele

- Puta merda - bateu no volante - Se for quem eu tô pensando... - fez um pausa e não pegou o celular que estendi para ele com a mensagem de Samantha brilhando na tela - Manda uma foto nossa

- O que? - me virei confusa

- É, uai - deu de ombros - Tô com você agora

- Como assim? - sorri confusa, ou não tanto.

- Tô com você - me olhou no fundo dos olhos - O que infelizmente ela mandou?

- Ah, "oiiie" com três "is", "vai fazer alguma coisa hoje? Vi a foto com a sua amiga" - o olhei - "é sua amiga né?" - li suas mensagens com uma voz fina diferente da minha

- Manda nossa foto, deixa só eu parar naquele sinal.

Pressionei meus lábios considerando a ideia, olhei para a conversa aberta com a ruiva. Encarei Thiago, seu rosto com traços bem marcados, seus lábios rosados e sua bochecha com a cicatriz da orelha ao meio do rosto.

- Tá bom - concordei finalmente.

Continua...

Duas coisasssssss

1. enganei vcs achando que era o Arnaldo né ❤️🤭

2. DECIDI A PRÓXIMA FICCCCCCCC HEHEHEHHE

𝗔𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗕𝗶𝗼𝗹𝗼𝗴𝗶𝗮 - 𝗟𝗶𝘇𝗮𝗴𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora