XV.

643 75 234
                                    


"🔬🧫
𝙴.𝚆."

- A Liz saiu com o Thiago! - Arthur gritou assim que chegou perto de Joui e Guto

Os dois homens se viraram chocados para mim que tentava disfarçar olhando coisas da universidades, como a parede próximo ao laboratório que eu vejo todos os dias.

Guto veio correndo em minha direção colocando as mãos em meus ombros para que eu olhasse totalmente de frente para os dois.

- Eu não sai com o Thiago - levantei minhas mãos em forma de rendição

- Saiu sim! - os três disseram uníssono me deixando assustada

- Talvez eu tenha mesmo - um sorriso surgiu na boca dos dois

- E aí amiga? - Guto puxou meu braço, os entrelaçando, para que pudéssemos andar juntos até a nossa sala de aula - Ele beija bem?

- Eu queria saber isso - Joui se aproximou mais quando escutou a fala de Guto

- Eu não beijei ele - disse tirando resmungos dos outros

- Eu já xinguei ela gente - Arthur disse decepcionado

- Como você sai com o garoto e não beija ela? - Guto disse dando um beliscão na minha mão

- Ele só me ajudou gente, foi isso. Uma ajuda - disse devolvendo outro beliscão em Guto

- Mas Liz, vocês se completam! - ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Tudo bem que nunca falei com Thiago, mas da pra perceber!

- Você parece uma criança agora Joui - o olhei com um sorriso nos lábios

- Sou filho de vocês dois - ele sorriu me abraçando

- Eu quero ser também - Arthur disse rabugento

- Você é mais meu irmão do que meu filho Arthur - olhei para ele que tinha um sorriso orgulhoso agora

[...]

Estava na sala de aula, sozinha, estudando. Devido minha fuga com Thiago ontem perdi meu tempo de estudo que tinha naquela hora do dia, então enquanto meus amigos estavam no recreio da manhã, eu estava aqui, estudando.

Estava em sentada na carteira com as pernas cruzadas e debruçada sobre um livro de biologia avançada, lia cada detalhe sobre minha área de especialidade com atenção para que não perdesse nada.

Escutei alguém bater na porta, esperei que fosse algum professor me pedindo para parar de estudar um minuto e ir comer alguma coisa:

- Eu já vou Dr Veríssimo - disse imaginando que fosse o meu orientador, ele fez Sissi algumas vezes

- Não acho que eu seja o senhor Veríssimo - uma voz familiar soou da porta, me virei e vi Thiago apoiado no batente da porta sorrindo - A senhorita me ferrou sabia?

- Eu não fiz nada - afirmei confusa

- Seu batom me causou problemas - ele disse apontando para minha boca, mesmo que agora estivesse sem nada

- Você também me causou problemas - larguei a caneta em cima da carteira e cruzei os braços

- Eu te ajudei, se não fosse por mim, não quero pensar onde você estaria - ele levantou as sobrancelhas e se aproximou sentando na mesa atrás de mim

- O que você quer? - me virei olhando para ele com um sorriso

- Quer almoçar hoje? Gostei de ontem - sua resposta era tentadora, e minha barriga roncava, mas eu precisava estudar

- Apesar de eu querer muito, ontem nossa saidinha atrapalhou meus estudos - expliquei

- Por favor, Liz! - ele fez um biquinho e pude jurar que seus olhos brilharam - Meu amigo vai me abandonar, o pai dele chamou ele pra almoçar e ele aceitou. Por favorzinho

- Não posso Thiago - disse sincera - Tenho que estudar. Vou passar o dia na Stanford

- Por isso mesmo, distrair essa cabecinha - Thiago cutucou meu nariz e eu revirei os olhos e me virei para frente

- Vou estar estudando lá fora, se te convém - virei uma página do livro pra ler

- Pelo menos você vai almoçar? - perguntou colocando a cabeça em meu ombro

- Algum salgado da cantina - dei de ombros

- Desisto - escutei Thiago levantar da mesa e sair da sala

Eu queria que ele tivesse ficado, mas obviamente ele não devia ficar.

[...]

- Foi aqui que pediram almoço? - escutei novamente aquela voz família se sentar ao meu lado com um pote de almoço

Aquele cheiro fez minha barriga roncar, mas do que ela já estava. Passei o dia sem comer exceto pelo meu café da manhã que comi às oito, estava morrendo de fome, implorando por comida, mas meu cérebro implorava por estudos.

- Não foi, sinto muito senhor - disse sem tirar os olhos do computador

- Foi sim - a comida foi empurrada para mim e não pode conter o sorriso

- Não quero Thiago, obrigada - olhei para ele. Ele estava apoiado nas mãos com o cotovelo na mesa me olhando com um sorriso, senti minhas bochechas queimarem, olhei para o chão - Eu tô sem fome

- Mas eu comprei para você, já que me abandonou para o almoço - ele fez um tom de voz dramático

- Para de ser idiota - o olhei novamente

- Você me chamando de idiota parece elogio - ele me deu um sorriso ladino com as sobrancelhas levantadas

- Mas saiba que não é - dei uma piscadela e puxei a comida

- Você é linda sabia? - Thiago disse e me observou corar, eu ficar confusa, e minhas pernas tremerem. Ele deu um tapinha na minha cabeça e saiu me deixando com o almoço que ele comprou pra mim.

Continua...

𝗔𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗕𝗶𝗼𝗹𝗼𝗴𝗶𝗮 - 𝗟𝗶𝘇𝗮𝗴𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora