XIII.

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"🔬🧫
𝙴.𝚆."

- Liz, meu Deus. Como você tá? - Arthur me abraçou desesperado assim que ele abriu a porta - Ai caralho, que sorrisinho é esse?

Enquanto ainda estava no bar com Thiago, Arthur me mandou uma mensagem, preocupado como foi a última vez que me viu. Arthur foi a última pessoa que me viu antes de Thiago, acabou que, com todo o estresse da proposta recusada, trabalhos e mais trabalhos, a ansiedade tomou conta de mim e uma crise surgiu. Foi horrível. Tudo em minha volta parecia girar, meu almoço estava preso na garganta, tudo em meu corpo tremia, e eu estava fraca, não conseguia levantar nem um dedo se quer.

Com Thiago, eu parecia ter esquecido de tudo, foi mágico. Ainda o odeio, por ser implicante a chato, mas lá no fundo, ele não é só implicante e chato, é bonito, atencioso, protetor. Ele parecia saber o que fazer quando me encontrou em crise, parecia já ter vivenciado várias vezes a mesma coisa. Quando ele me chamou para beber, aceitei sem relutar na segunda vez, primeiro porque beber álcool não se recusa, mas segundo porque sua voz passava carinho, conforto.

Após a mensagem de Arthur, expliquei para Thiago o meu paradeiro e o de meu amigo, o mesmo disse que me levaria até a casa do garoto. Dito e feito. Ele me trouxe aqui no maior cuidado no mundo, perguntou se eu precisava de algo, se quisesse que ele subisse comigo até o andar de Ivete.

- Eu conheço esse sorrisinho - Escutei a voz de Ivete no sofá da sala

- O que foi gente? - disse entrando no apartamento da mãe de Arthur

- A última vez que eu te vejo você tava chorando, - Arthur fechando a porta - agora eu te encontro e você tá com um sorrisinho bobo?

- Deixa ela Arthur, ela deve ter beijado alguém - Ivete disse estendendo os braços para que eu entrasse em seu abraço

- Não beijei ninguém não - aceitei o abraço da mais velha

- Então você bebeu? - Arthur cruzou o braço direito sozinho

- Óbvio

- Uma bebida sempre faz bem - Ivete fez um carinho no meu cabelo como se dissesse "boa garota"

- Mas eu tenho uma pergunta - Arthur apontou o dedo para mim, abaixei a cabeça em um sinal para ele continuar - Você bebeu... com alguém?...

Não respondi o garoto baixinho, mas também não consegui conter um sorriso, um sorriso de uma pessoa sem graça misturado com uma pessoa sem vergonha. Um sorriso lembrando de quando coloquei minha cabeça no ombro de Thiago, sentindo o calor dele passar por mim, um sorriso lembrando da sua voz me chamando, um sorriso lembrando dos momentos em que ele cuidou de mim.

- Filha da puta - Arthur balançou a cabeça em negação - Eu tenho outra pergunta

- Para de encher ela de pergunta Arthur, deixa ela ser feliz. Somos duas solteiras independentes - Ivete disse mostrando nos duas com um gesto.

- A Erin ganhou a aposta, Elizabeth Webber? - Arthur se aproximou mais ainda com o dedo apontado a minha face

- Não porquê eu não beijei ele - disse entre sorriso

- Safada! - Arthur gritou

- Arthur Cervero! - Ivete gritou na mesma tonalidade

- Minha mãe e minha melhor amiga tão pegando alguém e eu? Nada! - Arthur se sentou no sofá rabugento

- Tô doida pra conhecer o Dante, filho - Ivete cutucou as costeletas de Arthur

- Que Dante o que mãe - Arthur disse e saiu da sala rumo a cozinha

Ficamos eu e Ivete na sala, nos duas sentadas no sofá esperando para a volta de Arthur. Minha relação com Ivete, é uma relação parental, ela me trata como filha e eu a trato como minha mae, devido a diversos acontecimentos que aconteceram, nosso laço só se intensificou. Quando a conheci, descobri que minha mãe e Ivete já trabalharam juntas, Ivete dizia como minha mãe era encantadora, batalhava para dar a filha o que fosse, mesmo que fosse uma garçonete em um bar de esquina e de finais de semana faxineira. Ivete, além de Guto e Arthur, foi uma das primeiras a me incentivar com minha proposta, meu experimento, quando meu dinheiro faltava com compras de produtos, era Ivete quem me ajudava.

A mais velha tombou sua cabeça em meu ombro, como fiz com Thiago horas antes, um gesto de carinho que me trazia conforto. Depois de segundos grudadas, escutei Ivete dar uma risadinha pelo nariz

- Como ele é, Liz? - questionou

- Implicante - sorri lembrando dos momentos anteriores

- Mas bonito né? - ela levantou o olhar para me olhar

- Sim - mordi o lábio inferior o evitando de levantar mais o sorriso - E você dona Ivete? Quem é o sortudo?

- Um carinha aí - deu de ombros

- Como ele é?

- Sedutor, forte, extrovertido - ela sorriu

- Bonito?

- Muito

- Eu ouvi isso mãe! - Arthur gritou da cozinha

Continua...

𝗔𝗺𝗼𝗿 𝗲𝗺 𝗕𝗶𝗼𝗹𝗼𝗴𝗶𝗮 - 𝗟𝗶𝘇𝗮𝗴𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora