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~ Fofo ~




Enquanto esperava a morena chegar ficou pensando em o quão bipolar ele tem sido nesses últimos tempos, deixando as pessoas confusas e isso irritava o loiro, por exemplo na hora que ele disse que ia para a tal boate com Eijiro e os outros, mas acontece que ele apenas diz as coisas por impulso e depois repensa no que disse e acaba mudando de ideia.

— Katsuki! — Ele foi tirado de seu mundinho paralelo quando escutou a voz feminina lhe chamar do portão de casa.

— JÁ VAI PORRA! — Ele berrou para ela e desceu com a criatura no colo indo para a sala e deixando o bichinho ainda enrolado na toalha sobre o sofá mas de forma confortável para a criatura. — Entra logo! — Disse para a castanha que entrou com uma bolsa apoiada no ombro.

— Oi pra você também! — Disse entrando com uma expressão levemente emburrada — Onde ele está?

— No sofá, alí ó — Apontou para o animal que só estava com a cabeça de fora e olhava atentamente para a mulher que se aproximava dele. — Sabe o que é?

— Olhando assim... Parece um gavião, bem grande até, ele tem o tamanho de um bebê de quatro quilos. — Pegou o bichinho que arregalou os olhos e começou a gritar desesperadamente — Meu pai amado! — Ela disse entre risos.

— Faz essa porra parar! — Falou irritado e colocando as mãos nos ouvidos.

— Calma, calma! — A mulher desenrolou a toalha do animal e se espantou com sua forma — Nossa! Ele é... Eu não sei o que ele é. Mas parece que alguém tentou fundir dois animais e deu nisso.

— Pensei a mesma coisa quando vi isso aí — Se sentou na poltrona enquanto Uraraka se agachava deixava o animal em pé no sofá para ver melhor. — Hm... Quem sabe se eu pesquisar rapidinho aqui eu saiba o que é essa coisinha. — Afagou suas penas e pegou o celular.

— Seja rápida, eu tô com sono... Que tal você levar essa coisa para a sua casa e lá você cuida dele? Hm?

— Não posso levar ele para a minha casa Bakugou, tenho animais que o atacariam... Achei! — Ela disse apontando para o celular — Essa coisinha que você achou, é um grifo. — Virou o celular para o loiro.

— Tá. Mas o que um animal grego está fazendo aqui no Japão!? — Disse um pouco intrigado — Não tem como essa coisa vir voando para cá!

— Olha, eu não posso ficar com ele então ele vai ter que ficar com você! — Ala apontou para o loiro e pegou sua bolsa — Amanhã eu vou estar trabalhando, então no domingo eu venho ver ele, ou ela, não sei.

— Eu vou dar essa coisa! Uraraka, eu não tenho nem como ficar com isso! Eu trabalho o dia inteiro, se eu deixar ele aqui quando eu voltar a casa vai estar de cabeça pra baixo! — Falou articulando com as mãos. — E a asa quebrada dele?

— Ele está perfeitamente bem. Olhe você mesmo — Ela disse se virando para a porta. — Bakugou, essa criatura é um mito, talvez ela seja a única da espécie, você não pode simplesmente dar um grifo para o abrigo de animais!

— Tá tá! Agora tchau, eu preciso dormir pra amanhã eu saber o que eu vou fazer com essa coisa! — Falou empurrando a mulher até a porta de sua casa — Passar bem!

Fechou a porta e olhou o filhote de grifo que estava no sofá com uma expressão claramente feliz.

Fechou a porta e olhou o filhote de grifo que estava no sofá com uma expressão claramente feliz

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— Sem vergonha! Eu achei que estava machucado. — Pegou o grifo nas mãos e o levou até a cozinha o deixando na cadeira e lá ele ficou olhando cada movimento que o loiro fazia. — Só o que me faltava, vou ter que virar babá de um bicho estranho! — O filhote guinchou fino para o loiro em forma de reprovação — Não reclame.

Ele abriu a geladeira e o bixinho, de forma desajeitada, desceu da cadeira e sentou ao lado do loiro que caçava algo para que ele podesse dar ao animal.

— Ah... Gosta de cenouras? — Estendeu uma cenoura para o menor que deu uma mordida na ponta de balançou o rabo de um lado para o outro — É, pelo visto sim. 

Deu a cenoura toda para o grifo e saiu andando pelo cômodo e pegou a toalha que ele havia usado para enrolar o grifo e simulou um ninho e o deixou perto da entrada da cozinha e voltou para pegar o bichinho e o deixou deitado no "ninho" ainda com a cenoura nas garrinhas.

— Você vai dormir aqui, e sem bagunça! Se eu acordar amanhã e você tiver feito zona na minha casa eu te jogo no forno e te como no almoço! — Apontou para o bichinho de penas castanhas e deu uma última olhada para o grifo antes de subir para seu quarto.

O loiro demorou para dormir, pois estava nervoso com a criatura em sua casa, o que ele iria fazer com o grifo? Ele se tornaria perigoso quando crescesse? Será que a melhor opção seria cuidar do grifo?

Enquanto isso, o grifo se ajeitava na toalha do loiro e fechava os olhos lentamente para poder dormir, era o primeiro humano que via na vida, e mesmo que o loiro tivesse jeito meio estressado, ele já tinha adotado o mesmo para si, mesmo que a alguns minutos atrás teria sido chutada para baixo da cama do mesmo.

Quando Katsuki acordou, não se levantou de imediato, apenas se espreguiçou deitado mesmo e rolou para o outro lado de forma preguiçosa abraçando suas cobertas mas logo lembrou que havia um filhote de grifo em sua sala e num pulo, que quase resultou em uma queda, saiu de sua cama e desceu o mais rápido que podia as escada e se espantou ao ver que seu sofá não estava todo rasgado e nem seus móveis estavam destruídos.

Ele andou até a entrada da cozinha onde tinha deixado o grifo e lá estava ele, brincando com a toalha que o loiro havia deixado.

O animal afunda o rosto na toalha e o puxava com o bico, nem tinha percebido a presença dele ali e quando o viu sorriu com os olhos e guinchou alto.

— Nossa nunca vi alguém ficar tão feliz em me ver. — Falou andando até a geladeira e pegando um pote de requeijão e uma jarra de leite e o grifo guinchou novamente para o loiro. — Você quer? — Se referiu a jarra de leite e o bichinho se sentou ao lado dele sobre as duas patas de trás e balançou o rabo — Espera um pouco.

O loiro abriu o armário e pegou uma vasilha e despejou um pouco do leite que tinha na jarra e deixou no chão para o grifo que começou a beber rapidamente.

— Pelo visto você estava com sede. — Falou e começou a se servir, como já tinha café pronto apenas sentou e pegou uma torrada e passou o requeijão com a faca e comeu logo em seguida. — O que foi? — Disse ao perceber que o grifo o olhava ainda lambendo o bico. — Não vou dar isso aqui pra você! Eu não sei se isso te faz bem! — Levantou e pegou mais uma cenoura na gaveta da geladeira e deu ao grifo que comeu sem reclamar. — Depois eu vou dar uma pesquisada sobre você, preciso saber o que te faz bem e o que não faz. — Tenho que pensar em um nome pra você, com certeza não será Shine, a última vez que coloquei esse nome em um animal ele morreu em menos de uma semana.

O filhote espirrou arrepiando suas penas o transformando em uma bolinha fofa, mas logo suas penas abaixaram e ela balançou a cabeça coçando suas orelhinhas e ela abriu completamente os olhos permitindo que o loiro visse os anéis dourados que tinha em seus olhos.

— Fofo.

𝔘𝔪𝔞 𝔠𝔬𝔦𝔰𝔞 𝔠𝔞𝔦𝔲 𝔫𝔬 𝔪𝔢𝔲 𝔱𝔢𝔩𝔥𝔞𝔡𝔬.Onde histórias criam vida. Descubra agora