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~ Possivel cio ~

Há uns dias atrás, quando Katsuki acordou gripado...

Bakugou tinha acabado de sair de casa para o trabalho e Eijiro ainda estava na cozinha comendo biscoitos, mas não tardou para que já estivesse subindo as escadas devolta para o quarto, porque como dito pelo ruivo, ficar em casa sozinho era um saco e aquilo o entediava e lhe dava sono.

Depois que ajudou Kirishima a ir até o quarto, Aiko desceu as escadas com cuidado para não quebrar nada, pois ela sabia que Bakugou não iria gostar nadinha se algo fosse quebrado em sua casa.

Aiko estava com incômodos pelo corpo todo, fazia uma semana, mas nunca demonstrou porque não queria preocupar Bakugou.

Sarandou a casa inteira a procura de algo pra fazer, mas quando Katsuki não estava em casa, o grifo ficava sem nada para fazer, então ela foi ao quintal e ficou no gramado, macio e cuidado, pegando sol das dez horas da manhã.

Sim, ela ficou das quatro da manhã até às dez andando pela casa.

A coitada apagou no sono, e acabou sonhando, Aiko sempre achou que os grifos não sonhavam, porque nunca havia sonhado na vida, era a primeira vez, era tudo estranho e mal visto por ela.

Estava sendo caçada, sentia dores e desconfortos pelo corpo, os cachorros haviam ferido ela, estava jogada no chão e mal se movia.

Vários homens se aproximavam armados até os dentes, rindo e gritando em vitória pelo animal abatido.

Eu quero a pata de leão, dizem que dá sorte! — Um de cabelos rosas falou com um facão na mão.

As asas devem valer muito. — Um outro mais sério falou baixo, mas em um tom auditivo.

Vou usar a cabeça pra enfeitar a minha lareira! 

Acordou num pulo, ofegante e desesperada.

Olhou em volta e apenas o que via era os muros do quintal e o gato da vizinha em cima de uma árvore a olhando de forma esquisita, e de alguma forma, se sentia mais baixa.

" Foi só um pesadelo... " — Concluiu mentalmente e tentou levantar, mas caiu na mesma hora dando de cara com o gramado.

Olhou para seu corpo a procura de possíveis danos mas se assustou com o que viu.

Suas penas e pelos haviam sumido dando-lhe a visão da pele branca de seu corpo, não tinha mais as patas de leão e nem as garras de águia, apenas uma par de mãos e pés delicados.

Tocou o próprio rosto a procura do bico, mas o que tocou foi apenas os lábios macios e a ponta do nariz, tocou o cabelo também e o viu em suas mãos, era castanhos como suas penas eram.

Viu seu reflexo na porta de vidro da casa que dava o acesso para o quintal e só faltou desmaiar.

Viu seu reflexo na porta de vidro da casa que dava o acesso para o quintal e só faltou desmaiar

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— ... — Abriu a boca para falar algo mas nada, por mais que ela já soubesse falar as língua dos humanos.

Mas... Como Katsuki iria reagir a isso? Ele iria aceitar uma mulher em sua casa? Mas ela não tinha culpa, Katsuki podia aceita-la. Ele sempre mostrou carinho e amor com Aiko, então, porque ela está com tanto medo, tanta insegurança?

" Ele irá me expulsar... " — Ela olhou o chão enquanto concluía.

Ela voltou a forma de grifo e ficou pensativa o dia inteiro, nem percebeu quando Kirishima acordou e desceu as escadas cambaleando com a prótese presa na perna.

Ele tentou lhe acariciar mas Aiko se afastou, não sabia nem o porquê de estar assim com Kirishima, ele nem sabia... Ou sabia? Ele desceu logo após a transformação repentina de Aiko.

Correu para o quarto de Katsuki e ficou lá, ocupando 90% do espaço da cama pensando em mil e uma formas que o loiro reagiria ao ver que Aiko era metade mulher.

Ela gostava muito de Katsuki para ele odia-la e simplesmente lhe expulsar.

Ela apagou e só acordou quando sentiu a aproximação de alguém, que no caso, era Kirishima que tentava tocar sua cabeça para lhe dar carinho mas a mesma fugiu para a sala e o ruivo concluiu que ela não queria nenhum tipo de aproximação e a deixou em paz, não chegando perto em momento nenhum.

Quando Katsuki chegou foi pior ainda, ele veio com um sorriso no rosto de braços abertos, mesmo ter passado por um dia estressante de trabalho, mas a mesma fugiu para a garagem chorando baixo e isso magoou o loiro, já que estava acostumado a receber Aiko com carinhos e beijos.

— Estranho... — Escutou o loiro murmurar enquanto via a mesma se afastar indo para a garagem sem olhar para o homem.

Com o afastamento de Aiko, a semana de Katsuki havia sido bem mais estressante, já que o grifo não ficava junto a ele nos momentos que a queria por perto.

A garagem virou seu abrigo, só saia de lá para comer, beber água ou quando o loiro calhava de ir até a garagem ver se Aiko estava bem, e até tentar se aproximar, o medo dela estar doente estava surgindo aos poucos em sua mente e o deixando cabisbaixo e chateado, nem gritando com Eijiro o loiro estava mais.

Uma semana e meia depois, Katsuki chegou na garagem acompanhando de Mina, que a olhava preocupada.

— Pode deixar que eu cuido dela... — A risada disse e Katsuki assentiu dando uma última olhada no grifo antes de sair do cômodo. — Oie! Como você está? — Ela disse não muito alto para não assusta-la e se aproximou de forma cautelosa para a mesma não se afastar.

O grifo não se mexeu e deixou Mina lhe dar carinho e ronronou com o toque da menor que acariciava suas penas da cabeça com cuidado e pasciência.

Mina avaliou seu corpo e tocou o mesmo a procura de feridas ou algum hematoma mas não tinha nada, Aiko estava completamente bem, fisicamente pelo menos.

— O que aconteceu com você? — A risada não entendia o porquê dela ficar fugindo do loiro e do ruivo sendo que com Mina ela água normalmente. — Katsuki! — Ela chamou o loiro que brotou na porta no mesmo segundo.

— Ela está doente!? — Katsuki disse com um pouco de desespero na voz e se aproximou rapidamente fazendo Aiko se encolher contra a parede. — O que aconteceu com ela?

— Ela pode estar em um possível cio. — Ela disse simples e Katsuki piscou duas vezes.

" Não, não e não! " — Aiko escondeu o rosto com as asas um pouco incomodada sobre aquele tipo de assunto.

— Hã? Cio? — Bakugou parecia um besta olhando pra cara da rosada que achou graça.

— Sim, ela é fêmea e adulta e já está na idade de ter cios, ela pode estar se afastando de vocês por isso. — Mina olhou o grifo que encarava o chão evitando olhar para o loiro. — Ela pode se sentir desconfortável perto de vocês.

— Mas isso não faz sentido! Como um humano pode ter efeito no cio de um animal? — Bakugou estava completamente confuso com aquilo tudo.

— Talvez os grifos sejam afetados por qualquer um... — Katsuki olhou incrédulo para o grifo que ainda se escondia nas asas.

— E quando isso acaba? — Ele perguntou nervoso e desconfortável.

— Não sei. Você marca hoje, e quando ela voltar a se aproximar de você, você marca de novo. — Katsuki assentiu e subiu em passos rápidos, saindo da garagem de forma apressada.

Ela tá bem?  — A voz de Kirishima foi ouvida de forma abafada pela porta estar fechada e Mina riu.

A rosada estava indo em direção a porta quando escutou uma voz feminina se pronunciar de forma baixa.

— Eu não estou no cio...


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𝔘𝔪𝔞 𝔠𝔬𝔦𝔰𝔞 𝔠𝔞𝔦𝔲 𝔫𝔬 𝔪𝔢𝔲 𝔱𝔢𝔩𝔥𝔞𝔡𝔬.Onde histórias criam vida. Descubra agora