ℭ𝐄𝐋𝐄𝐒𝐓𝐈𝐀𝐋 ⋆ 𝖾𝗋𝖾𝗇 𝗒𝖾𝖺𝗀𝖾𝗋

22

Nas últimas semanas a divisão do reconhecimento tem acelerado as preparações para a retomada da muralha Maria. E então um artefato achado na capela da família Reiss, capaz de mudar o destino das pessoas enjauladas, foi encontrado.

Neste instante, estavam todos os cadetes no refeitório. Comendo carne pela primeira vez em muito tempo. Depois da queda da muralha Maria, houve uma limitação drástica na produção de comida, especialmente o gado, por causa da perda de terras. Consequentemente, a carne se tornou mais cara e ocasiões para comê-las passaram a ser raras.

— Comportem-se como soldados, eu não quero ver bagunça aqui! Essa é a véspera da retomada da muralha Maria! Vamos beber! — No momento em que o cozinheiro chefe vociferou, todos começaram a gritar.

Sasha avançou no pedaço de carne que havia na nossa mesa, deixando todos sem ter reação no início. Logo, Connie levantou e agarrou ela pelo pescoço, na intenção de pará-la.

— Ei! Não inventa não, menina da batata! Que porra é essa que você tá fazendo!? — Jean berrou.

— Para com isso, Sasha! Eu não quero matar você! — O Springer relutou com lágrimas nos olhos.

Jean avançou e tirou o pedaço de carne da mão da garota, fazendo ela se debater e acabar mordendo a mão do Kirsten. Deixando-o desesperado.

— Tá me comendo! Tá me comendo! Tá me comendo!

— Sasha! Essa carne aí é o Jean! — Você gritou, se juntando ao Jean para tentar soltar a mão dele. — Por acaso você tá ficando louca!? Larga a mão dele!

— Fala sério... Vocês do reconhecimento não comem carne? Mas que coisa ridícula- — Marlo foi interrompido assim que conseguimos soltar a mão do Jean, em seguida Sasha se irritar e socar o rosto de Freudenberg.

Depois de um longo tempo ela finalmente se cansou, você e o Connie a arrastaram até uma das pilastras dali, prendendo-a com uma corda e enfiarem uma mordaça de pano em sua boca.

— Isso deve ser o bastante. — Você disse ao Springer, terminando de amarrar o último nó da corda. Se levantando posteriormente. — Finalmente ela cansou.

— Você acredita que essa loucona aí já se ofereceu pra dividir carne com o esquadrão inteiro?

— Hã? Quando?

— Há quatro meses atrás. Quando a gente tava cuidando dos canhões. — Respondeu.

E então você se lembrou. Quando estava com a equipe de apoio configurando os canhões no topo da muralha e então o titã Colossal apareceu pela segunda vez. Foi a primeira vez que você havia visto ele. O colossal. Por mais que você tenha lembrança da sua mãe, há cinco anos atrás, sendo devorada por um titã em meio ao caos, nunca havia visto o causador de tudo aquilo, até aquele momento.

— Só se passaram quatro meses... Desde que aquilo aconteceu? — Murmurou, assim que Connie descansou as mãos no seu ombro, lhe tirando do transe.

— Foram só quatro meses. — O Springer ironizou. — E nesse tempo a gente já virou o novo esquadrão do capitão Levi. Nós subimos de patente bem rápido, né?

— Isso é porque eu sou um gênio. — Você se gabou, esbarrando no ombro do careca.

— Ah, claro, você é sim. — Connie alfinetou. — Vamos voltar e comer antes que a comida esfrie.

Voltando a mesa, Marlo e Jean discutiam sobre seus postos como sempre. O local agora estava menos agitado, parece que todos já se familiarizaram com o ambiente.

— Pior que você é só o maníaco suicida ali, — O Kirsten provocou em meio a discussão, empurrando Armin para o lado, afim de se aproximar do Eren. — Que sempre fica desesperado e não faz outra coisa além de atacar! Não é, otário!?

— Do que é que você tá falando, Jean? — O Yeager respondeu, aparentemente, irritado.

— Eu tô falando de você, ô maníaco suicida!

— Na verdade, eu descobri uma coisa recentemente... Eu até que sou bem normal, sabia? Se você acha isso de mim, o covarde é você.

Não demorou muito para os dois caírem na porrada, Mikasa, que estava sentada do seu lado, suspirou, e você continuou comendo sua carne, observando eles dois. Mas em alguns segundos, os dois voaram para longe. O Levi arrumou a postura assim que os dois caíram no chão.

— Vocês fazem muita bagunça. — O Ackerman falou. — Já pra cama, todos vocês do meu esquadrão. E os outros, limpem tudo.

[...]

— Eu sei que é estranho falar isso... Mas você não deveria cuidar melhor de mim, não? — O Yeager perguntou, se segurando mais forte no seu ombro.

— Eu sabia que se você se machucasse ia se curar, então eu achei que estava tudo bem. — Respondeu, sentando vocês dois no degrau de uma escada da viela onde estavam. — Pelo menos você tá animado de novo.

— Eu não... Quer dizer, nós vamos cumprir o nosso dever. — Disse tranquilo. — Não importa se eu esteja animado ou não pra isso. Mas com certeza, vai ser mais fácil agora, não adianta pensar no que eu não posso mudar. — Sorriu. - Sabe, todo mundo precisa descobrir seu ponto forte. E o que nos deixa fortes, é a união de todos nós.

— Depois de recuperarmos a muralha Maria e derrotarmos todas as ameaças, será que... Os dias bons irão voltar? — Suspirou. — A gente pode trazer eles de volta, oferecendo nossos corações, mas os dias de antes não vão voltar nunca mais.

— E por isso eles vão pagar.

O silêncio se fez presente. Ambos encravam as estrelas no céu, que estava revestido de azul escuro, indicando a vida noturna. Você decidiu quebrar o silêncio assim que se lembrou do que leu em um livro .

— Tem mais uma coisa. O Oceano. — Você desviou o olhar das estrelas para o garoto ao seu lado. — Tem muito mais além das muralhas! Eu entrei no reconhecimento por ser um pedido da minha mãe, mas agora, eu quero ver tudo fora dessas paredes gigantes.

— E eu quero me vingar. Me vingar de tudo o que aconteceu há cinco anos atrás. — Ele disse, relaxando uma das mãos em cima da sua, que estava apoiada ao lado do seu corpo. — Acho que com a sua ajuda, podemos realizar o que desejamos mais rápido.

[...]

No dia seguinte, todo o reconhecimento subiu na muralha e, inacreditavelmente, a população estava dando apoio a todos nós. Algo inimaginável três meses atrás. O comandante Erwin deu a ordem de que a missão de retomada da muralha Maria havia finalmente se iniciado. Após todos os soldados estarem enfileirados em cima de seus cavalos do outro lado dos muros, recebemos o mando para avançar. Assim sendo feito.

Finalmente a humanidade estaria dando mais um passo adiante.