ℭ𝐄𝐋𝐄𝐒𝐓𝐈𝐀𝐋 ⋆ 𝖾𝗋𝖾𝗇 𝗒𝖾𝖺𝗀𝖾𝗋

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Hange havia despertado cedo naquele dia nublado, sentindo um peso forte sobre os ombros, sabendo que a escolha que faria naquele dia determinaria o destino de Eldia.

Zoe era uma mulher de ação, e sabia que precisava conversar diretamente com a Historia, e não tinha tempo a perder. Ela chegou ao castelo de Sina cedo, quando o sol ainda não tinha nascido por completo, e se dirigiu diretamente à sala da rainha.

No entanto, o assunto a ser discutido era grave. Hange precisava apresentar a sua ideia de que, segundo ela, terminaria com a ameaça de Marley de uma só vez. A Reiss ouviu atenta, com um rosto sério, e questionou Hange sobre os ideais de sua ideia. Zoe, com sua voz firme, explicou cada detalhe que Historia queria ouvir, e esperou enquanto ela avaliava os riscos e benefícios das suas palavras.

─ E você acha que isso é uma maneira eficaz de acabar com os nossos problemas, Hange? - Historia, relutante, perguntou.

A loira suspirou irritadamente e fechou os olhos encostando as costas na cadeira do pequeno escritório. Enquanto ela pensava em tudo o que a comandante disse, sua mente viajava para um passado recente, especificamente, no dia quando descobriu que [Nome] era sua irmã. Por mais que o contato de ambas fosse mínimo, ainda havia algumas poucas memórias afetivas ali.

A Reiss estava muito preocupada com o futuro que aguardava [Nome], as chances de vê-la novamente se colocassem tal ideia em prática eram quase nulas. Enquanto isso, Zoe esperava por uma resposta concreta, precisavam agir rapidamente contra Marley. Historia abriu novamente os olhos e tentou se concentrar em dar uma resposta objetiva para a comandante. Por um momento, ela se perguntou se isso tudo realmente daria certo.

─ Eu não sei se entendi muito bem, porque precisamos usar tanto assim a [Nome]? - a loira se levantou e andou até a parte inferior da sala, se apoiando nas costas de uma poltrona. ─ Ela deixou claro que não queria usar o estrondo.

─ Yelena nos falou da eutanásia que o Zeke pretende fazer se conseguir o titã fundador, não podemos deixar esse Yeager chegar perto dela de jeito nenhum. Aquela historinha fajuta que ele nos contou da outra vez não passava de uma distração. - Hange suspirou, passando as mãos pelo rosto. ─ E ela não vai necessariamente usar o estrondo... Se ela acordar os titãs na muralha com o fundador durante o ataque e desviar eles no caminho para Marley, a [Nome] pode adormecê-los no mar com o endurecimento do celestial assim que eles não forem mais um problema.

─ E tem chances dela continuar viva usando dois titãs ao mesmo tempo? Ela vai estar muito sobrecarregada.

─ Eu não tenho certeza...

─ Não tem certeza, comandante? - ironicamente, a Reiss sorri. ─ E se no final isso tudo ter sido em vão? Como acha que a nossa nação vai ficar se perdermos a nossa maior arma?

─ Está se referindo a sua própria irmã como apenas uma arma...? Você mudou, Historia. - Zoe ajeitou o óculos no rosto, reprimindo os lábios em negação. ─ Eu não sei como você ou os governantes pretendem acabar com tudo o que está acontecendo, mas a Aliança já está agindo.

─ Hange! - A Reiss pareceu se engasgar na própria fala, ela estava pronta para revidar, mas foi interrompida com o rangido da porta.

A silhueta revelou um soldado da comunicação, ele adentrou com pressa na sala sem ao menos bater, sua expressão exasperada e respiração sôfrega entregavam que a notícia não era boa. O olhar das duas se voltaram para ele, esperando a mensagem que ele tinha para trazer. O soldado de repente quebrou o silêncio, entregando a notícia que todos estavam se preparando, ou pelo menos esperavam estar preparados.

─ Yelena acabou de localizar um dirigível de Marley a poucos minutos do sul da muralha Maria!

─ Vão atacar pelo distrito de Shiganshina, já devem conhecer o território por causa do Reiner. - Zoe se levantou indo até a porta, mas não saiu antes de se virar para a rainha. ─ Vamos nos preparar para o final, com sua permissão ou não alteza, vamos usar a nossa maior arma.

O soldado seguiu logo atrás da comandante, deixando a Historia em um conflito interno dentro daquela sala.

Você e Mikasa, por outro lado, já haviam chegado em Shiganshina para falar com Falco. Ambas estavam sentadas em uma mesa no salão do prédio da guarnição, observando o Grice terminar de comer sua refeição especial, que era composta por uma sopa de lentilha e um copo de chá de cúrcuma.

Os registros médicos diziam que o garoto estava começando a reagir gradualmente ao líquido do Zeke, ou seja, sua força física estava diminuindo, assim como sua imunidade estava piorando lentamente. A pequena quantidade que ele bebeu daquele vinho batizado acabou retardando o funcionamento do corpo do garoto.

─ Por que você me ajudou aquele dia, [Nome]? - garoto largou a colher de repente, levando as orbes até você.

─ Como assim?

─ Quando eu tropecei em você em Libério, sabia que eu era um eldiano que atuava a favor de Marley, que eu era um cidadão honorário e candidato a guerreiro. - você o encarou com curiosidade, não muito diferente de Mikasa. ─ Mas você me ajudou mesmo sabendo que eu estava do lado de Marley, por quê?

─ Porque... - você nem sabia como responder, não tem um motivo específico para ter ajudado o seu "inimigo", naquele dia você apenas sentiu vontade de dar suporte a alguém, talvez aquilo aliviasse o seu consciente. ─ Nós sempre temos que ajudar as pessoas que achamos que merecem isso, Falco, no mundo em que vivemos nossa confiança sempre prevalece em primeiro lugar.

─ E como você sabia que podia confiar em mim?

─ Eu não sabia, eu decidi isso. - afirmou. ─ Assim como você também vai decidir se vai confiar em nós ou não.

─ Confiar em vocês? - diz curioso.

─ Pode parecer irônico pelo o que fizemos no seu território, mas precisamos que fique do nosso lado quando Marley decidir atacar Paradis. - você respondeu séria, dando espaço para Mikasa argumentar também.

Enquanto a morena conversava sobre o que foi combinado com o mais novo, você conseguiu ouvir alguns ruídos baixos vindo de fora do prédio. Se levantou da cadeira devagar, indo até a janela procurar a origem daquele barulho, mas não encontrou nada além das casas que havia em volta dali. O som estava ficando cada vez mais alto, mas você não conseguia achar de onde ele vinha, estava começando a achar que era uma ilusão auditiva da sua cabeça.

─ Então se eu herdar um titã, tem alguma chance de reverter a minha situação? - o loiro diz desconfiado, ponderando sua resposta. ─ Eu quero ajudar vocês e vingar Marley por tudo que o meu irmão passou nas mãos deles, mas não sei se a Gabi vai gostar se eu herdar um titã primeiro que ela, ou agir a favor de Paradis... - você e a Ackerman se entreolharam enquanto ele parecia apreensivo.

─ Se preocupa com você agora. - você apoiou o corpo no batente da janela, relaxando a cabeça na parede e logo cruzando os braços. ─ Vamos tentar conversar com a Gabi futuramente, fica tranquilo. Por enquanto, o foco é você.

─ Ahn... - o tom rubro das bochechas dele revelaram-se assim que você mencionou o nome da garota, o Falco é mesmo um querido. ─ Sendo assim, eu... Eu aceito.

De repente Anka interrompeu a conversa no salão escancarando a porta. A expressão séria que a ruiva sempre exibe no rosto estava sumida, dando espaço exclusivamente para uma feição tensa e nervosa. Em um momento súbito, somente a voz estremecida dela pode ser ouvida na sala: "eles estão aqui, a notícia já se estendeu até Sina, a Comandante está a caminho".

Um suspiro desnorteado escapou dos seus lábios, encarou Mikasa e Falco já sabendo o que fazer.

─ Mikasa leva o garoto pra um lugar seguro e tenta achar os outros da Aliança, eu vou ver o que está acontecendo.

A Ackerman assentiu e você correu para sair do prédio, no térreo já era possível identificar os cinco dirigíveis sobrevoando a parte interna da muralha, são eles mesmo, quem diria que se submeteriam a um ataque surpresa ainda em tão pouco tempo. Então aquele ruído era a disseminação do aparecimento deles? Estranho, nunca sentiu isso.

Mas isso não importa agora, teria que lutar para salvar Paradis das muralhas e dar ao povo o incrível gosto da liberdade.