O julgamento

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Todos estavam sentados no círculo, cara a cara. Mesmo que nenhum deles quisesse estar ali, nenhuma vontade os afastaria daquele ambiente, caso contrário seria intitulado como culpado. E oque nenhum deles queria, era ser absorvido por esse crime.


As cadeiras eram simples, mas bem formais, a madeira escura que dava contraste com detalhes bege eram para os réus presentes, já a cadeira mais alta com picos nas laterais do encosto, eram do juiz ali presente. A sala estava bem iluminada por conta de grandes janelas em uma das paredes, que refletiam no chão de madeira uma luz ofuscada.


O método usado neste quase julgamento torna-se eficaz para conta dos observadores, os quais analisam as feições, as palavras usadas e até as expressões das pessoas. Essa novidade é usada apenas para casos ainda não definidos, ou com grande quantidade de réus, para assim começarem a eliminar os "inocentes".


E encontro estava marcado para as oito da manhã, e pelo combinado, deveriam estar presente: Estér, Estela, Breno, Úrsula, Claudio e Aldo. Sendo estes considerados suspeitos, por serem os últimos a terem "contato" com Jully. Por sinal, todos cumpriram o horário pré-determinado fazendo com que o juiz iniciasse o interrogatório sem nenhum tipo de contratempo.


-Primeiramente bom dia a todos que se fazem presentes nesta sala, devo agradecer a pontualidade e o compromisso de todos. Estamos diante de uma nova tática de julgo, no entanto, em nenhum momento este método é correlacionado inferior ao método comum, muito pelo contrário, essa é uma forma rigorosa e eficaz de se fazer um julgamento. É claro que não estamos falando de precisão, mas sim de estratégia. É uma novidade, certamente estão sendo pegos de surpresa, oque vai tornar ainda mais eficaz. –O homem selecionou alguns papéis, os organizou e continuou. –Não há necessidade de nenhum acréscimo nas explicações, creio que nenhum de vocês está interessado em ouvirem novamente oque já lhes foi dito antes de minha presença. Pois bem, antes que comecemos de fato, passo a palavra para quem estiver disposto a fazer algum tipo de pergunta.


Os que estavam nas cadeiras menores se entreolharam, mas não soltaram nenhuma palavra.


-Pois bem, daremos então, início a está reunião. –O juiz organizou os papeis novamente puxando um ultimo e colocando-o por primeiro. –Estamos hoje na intenção de descodificação de um ato de sequestro, na tentativa de encontrarmos verdadeiros culpados. Por meio desse simples e informal encontro analisaremos criticamente não só oque será falado, mas também oque serão omitidos. Faremos por ordem de chegada em relação ao ocorrido na casa da senhorita Estér. De acordo com oque me foi repassado, houve uma pequena discursão entre os réus Estér e Breno, por conta de adultério do marido com a irmã, olhando pelo lado de vítima principal. Todos concordam com este fato?


Por um minuto todos estavam apenas repassando olhares, porém responderam assentindo que sim.


-Resumidamente, o senhor Cláudio estava presente a fim de acertar os papeis para o divórcio. Então faço minha pergunta diretamente ao próprio réu. Cláudio Hamblet, é possível que você seja o culpado deste crime?

Cláudio arregalou os olhos e pensou alguns segundos. A palidez de sua pele não escondia seu nervosismo.


-Excelentíssimo senhor Juíz... –Três marteladas foram ouvidas.


-Desculpem não ter avisado antes, más não precisamos de nenhum tipo de formalidade, apenas de respeito e honestidade. Desculpe a interrupção. –O juiz se pronunciou e finalizou apontando a mão para Cláudio, direcionando lhe a palavra de volta.

Jully [COMPLETO] {Reworking}Onde histórias criam vida. Descubra agora