Werdi

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A manhã era ensolarada, nenhum pássaro voava, mas o clima de felicidade não era menor que os outros dias. Talvez a razão seja pela importância que aquele dia tinha para Estér.

Ela decidiu encontrar Tata logo cedo, sua ansiedade clamava por este encontro desde a ultima carta. Enfim o dia de conhecer esta misteriosa pessoa havia chegado, embora fosse muito importante, ela devia desconfiar de tudo, pois estará lidando com uma bruxa elementar. -Bruxas elementares não se dão bem com bruxas modernas como as de Bruthy. Mesmo que Ela não seja propriamente de lá, seu treinamento foi.

Mas oque há a temer? Se trata de Tata, a mulher que ajudou Estér com todas as coisas que aconteceram até agora. Ela só quer oferecer mais um ajuda.

Eram nove da manhã e a mulher estava em frente à estrada que dava acesso à casa de tata. Além do caminho, um homenzinho também marcava presença. Ele estava olhando fixamente para Estér. Não falou nada por vários minutos, além do mais, ela também o encarava. Houve um momento em que os dois começaram uma conversa com expressões no rosto. Um levantava uma das sobrancelhas e o outro correspondia com o mesmo movimento. Outrora movimentava os olhos com feição de tédio, e o outro imitava. Até que chegou a um ponto em que tudo era tão patético que Estér se deu conta.

-Isso é tão patético!

-Sim eu sei! -respondeu o gnomo com uma voz fina, mas não era uma voz feminina. Era como se ele estivesse prendendo o nariz sempre que falasse. -Estamos aqui há quase vinte minutos, e quem perdeu não fui eu.

-O que você quer dizer com isso?

-Nada, só quis enfatizar o fato de ainda não termos começado a andar. -Resmungou.

-Minha avó sempre me falava que gnomos eram insuportáveis. -O pequenino olhou friamente para mulher. -Eu nunca havia visto um antes, achava que não existissem.

-Que tipo de bruxa você é? Nunca viu um gnomo na vida... Só pode ser de Bruthy.

Estér riu um pouco e falou:

-Eu não sou de Bruthy. Mas deixe de resmungar e me fale logo quem é você e oque está fazendo aqui.

-Meu nome é Werdi, prazer em conhecê-la. -Fez o gesto que cavalheiros fazem às damas em agradecimento pela dança que lhe propuseram. -Sou servo de... Tata -pensou um pouco para dizer o nome da mulher - Ela me pediu para te encontrar aqui, pois a floresta é muito perigosa -esfregou as mãos como se estivesse planejando algo.

-Muito obrigada, é... Werdi. Me sinto mais confortável com você por perto. -Estér ironizou.

-Entendi sua ironia, mas tudo bem, logo verá do que estou falando. Vamos venha. -O pequenino virou-se e começou a andar. Foi aí que Estér observou como um gnomo realmente era. Este, usa um gorro pontudo que esconde o cabelo mal cuidado. Possui orelhas grandes, talvez maiores que a de elfos, tamanho da cabeça um pouco desproporcionou ao corpo. Parecem velhinhos, fofinhos e malvados. Werdi trajava roupas velhas, uma camisa desgastada que antes era cinza, mas agora era marrom claro, não usava nada na parte de baixo, talvez seu corpo peludo o protegesse do frio da noite.

Estér acompanhava silenciosamente o gnomo que às vezes olhava para trás para certificar-se se a mulher realmente o seguia.

O caminho adentrava profundamente numa floresta que aos poucos se tornava escuro como a noite, a mata era fechada, talvez seja disso que Werdi estava falando, a possibilidade de se perder ali era praticamente cem por cento. Quanto mais andavam floresta adentro, mais esquisito o ambiente se tornava. Eram assustador algumas respirações fortes de animais vindo das folhagens. A sensação de estar sendo observado então era presente desde o começo da caminhada. E para piorar o gnomo some na névoa e a mulher fica perdida sem saber como continuar.

Jully [COMPLETO] {Reworking}Onde histórias criam vida. Descubra agora