Zeobá

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Mais do que nunca, Estér teve a certeza que depois dessa, ninguém, mas realmente "ninguém" merecia confiança. A mulher de pé a encarava tentando encontrar alguma feição de surpresa, mas não encontrou. Nada poderia a surpreender novamente, mesmo se ela acabasse descobrindo que Tata é a própria empregada. E que todas as juras de ajuda se desfizeram. ----

-Deveria estar surpresa? –Estér indagou ironicamente.

-Se você ainda confia em alguém ao seu redor, eu creio que sim. Caso você já tenha percebido que ninguém está a fim de passar nenhum minuto a mais do seu lado, não, não deveria.

-Você é uma bruxa!!!

-Literalmente! –Úrsula respondeu retirando do bolso a última carta que enviou à Estér. Em seguida assoviou, chamando então um espectro de um cão, o mesmo que atravessou a parede da cozinha de Estér. –Você tem varias perguntas em sua mente eu creio. Mas entenderá em questão de minutos. Aldo, leve-a até o templo. –Apontou em direção à porta pela qual apareceu na sala.

-Claro, senhora. –Aldo assentiu.

-Senhora? Você trabalha pra ela? Quer dizer... Vocês... ? –Estér olhou a irmã, arregalou os olhos, como se estivesse confusa, mesmo estando apta a qualquer coisa de agora em diante.

Nenhuma palavra acrescentou o dialogo. Aldo apenas puxou a "prisioneira" pelo braço, esticou o braço direito indicando passagem para que Estela e Tata atravessassem a porta antes dele.

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O ambiente era bem mais claro que o de antes, porém, bem menos sofisticado. As paredes eram de pedra, mesmo que aparentasse ser uma sala bem cuidada, haviam tons que a faziam perder sua atração. Talvez pelas raízes que "enfeitavam" o teto, as quais Estér pareceu reconhecer. Ela se lembrou de quando fez o feitiço de troca com Jully, o teto repleto de raízes grossas, foi tudo oque viu. Um instinto repentino de mãe dominou a mulher.

-Onde está minha filha? Oque fizeram com ela? –Gritou apavorada.

-Nada, ainda... O que deu em você? –Úrsula retrucou.

-Como assim, nada ainda? Do que você está falando?

-Você me dá só um minutinho?

Estér estava amarrada por um feitiço, as mãos presas como se estivesse algemada. Usava todas as forças que ainda lhe restava para soltar-se, mas nada surtia efeito.

-Você tem todos os minutos do mundo, mas me diz que Jully está bem.

-Ela está bem sua boba, precisamos dela viva. –Estela estava nervosa e apreensiva, até mesmo para ela era difícil ver a irmã no estado que estava.

Estér apenas assentiu, ela já estava se dando conta que não poderia fazer mais nada pela filha. Deixou algumas lágrimas escorrerem, mas ergueu a cabeça decidida.

-O que vocês querem comigo? O que querem com Jully?

-Acho que já está na hora de você saber de tudo. Não posso me atrasar, meu filho me espera, e eu espero por ele. Não se preocupe, saberá de tudo antes que... –Tata interrompeu a si mesma com medo de revelar algo antes da hora. –Bem, Estela você pode falar, depois Aldo, por fim eu concluo.

-Isso está muito irritante, por que não fazemos o que temos que fazer logo? –Estela tinha medo.

-Acho digno que ela saiba de toda a verdade antes de...

-Também acho. –Aldo sorriu de lado.

-Saber do que? Vamos, desembuchem.

-Estér, sou sua irmã, e você sempre teve o que queria. Sou sua irmã e todos sempre te deram mais atenção. Sou sua irmã e nunca consegui ter um filho, até Deus me castigou. A única explicação que encontrei foi por ser sua irmã.

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2015 ⏰

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Jully [COMPLETO] {Reworking}Onde histórias criam vida. Descubra agora