O caminho até a fazenda foi marcado por diversas pedras e buracos fundos. Um verdadeiro perigo em dias de chuva. Ninguém falou muito, todos estavam de barriga cheia e exaustos, principalmente tio Jin.
A estrada passou por outras duas fazendas até finalmente encontrarmos uma pequena casa no todo da montanha. Não havia cercas, nem alarmes, nem mesmo um poste de luz. Apenas a casa com uma pequena varanda iluminada, lembrando a lua em meio ao breu da noite.
-Essa, meus amigos, é a casa da minha vó. – disse Yoongi.
-Pretende visitar todos os seus parentes antes de chegarmos na sua casa?- perguntou Jungkook assim que paramos o carro e começamos a descer.
-Eu morava aqui, cabeçudo.- revidou Yoongi parando ao meu lado.
-Sua avó mora sozinha aqui?- perguntei.
-Não é perigoso pra uma senhorinha morar sozinha?- perguntou Jin.
Yoongi estava prestes a responder quando a porta da frente da casa se abriu com um estouro alto. Saindo dela uma pequena senhora, roliça e com bochechas grandes, usando uma saia azul escura, parou apontando uma espingarda na nossa direção.
-Quem está aí? – gritou ela. - Olha que vagabundo leva tiro.
-Sou eu vovó, Yoongi.- gritou o garoto, aproximando-se lentamente da porta.
-Yoongi? – repetiu ela. - Meu neto?
Assim que Yoongi aproximou-se da luz e a senhora olhou para ele com os olhinhos apertados e ambos se abraçaram. Ela parou o neto a sua frente e pousou as duas mãos sobre seu rosto, o olhando como se quisesse gravar em sua mente a pintura do rosto de seu garotinho.
-Faz anos que você não vem me ver. Por onde esteve? – disse ela. Meu coração doeu naquele momento, sabia que o motivo dele não poder visitá-la era porque estava preso. - Sua pobre velhinha de 70 anos sentiu saudade. Quando eu morrer não venha chorar no meu caixão.
Yoongi encarava sua avó com os olhos quase fechados devido ao grande sorriso que estampava em seus lábios.
-Não fale bobagem. – disse ele a puxando para mais um abraço. – Desculpe não ter vindo antes vovó. Também senti muita saudade.
O restante de nós, que antes estava parado à beira do carro, decidiu que já estava no momento de nos aproximarmos. Estava ventando e frio o bastante para fazer todos os pelos do meu braço se arrepiarem.
-São seus amigos?- perguntou a senhora assim que nós chegamos na varanda.
- Hoseok, Jungkook, Jieun e Jin.- respondeu o garoto.
A mulher olhou para cada um de nós com os olhos azuis enormes e um pequeno sorriso nos lábios. Logo depois veio em nossa direção e cumprimentou a todos com um beijo na bochecha.
-Como vão?- perguntou ela alegre.- Estão cansados da viagem. Entrem.
Nós seguimos a pequena senhora até a sala de estar. As paredes possuíam um papel de parede com estampa de rosas, o chão era de uma madeira clara e a escada para o segundo andar se localizava bem à frente da porta de entrada. Haviam diversas fotos e discos de cantores e bandas dos anos 80 e 90.
O tapete embaixo da mesinha de centro combinava com a capa das almofadas, sendo de um cinza claro. Em frente ao sofá havia uma estante com diversas fotos em porta retratos à volta de uma televisão.
Do outro lado, atravessando um pequeno corredor estava a cozinha com a mobília em um verde claro. Havia uma chaleira no fogão, com algo que supus ser chá devido a caixa dos saquinhos estar sobre a mesa.
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Whisky Cereja
Fanfic(Em andamento) Jeon Jungkook foi criado desde pequeno para ser herdeiro da maior empresa farmacêutica de Nova York. O engraçado é que o encontrei liderando uma gangue de marginais no subúrbio um tempo depois de abandonar tudo. Como aconteceu? Bem...