Não fazia muito tempo desde que havia me mudado de Los Angeles, mas ainda assim o frio no estômago por voltar depois de algum tempo ainda era forte. Estava com saudades da minha mãe, do seu cheiro de amaciante de rosas e da forma como sempre se despedia de mim com um beijinho na testa quando saía para trabalhar.
Assim que estacionamos o carro alugado em frente a minha casa, Jin seguiu segurando o volante do carro, olhando seriamente para além da rua.
-Vamos ficar na casa da minha irmã, Mina. – anunciou ele. -Vocês vão ser meus assistentes e
Por um segundo os olhos de Jin movimentaram-se agitados, sabia o que estava pensando, sabia que estava procurando as palavras certas para dizer "Por favor não roubem nada". Mas para minha surpresa, ele apenas suspirou e soltou o volante olhando para os meninos no banco de trás.
-Qual o problema?- perguntou Hoseok erguendo uma sobrancelha.
-Nenhum...- respondeu ele rispidamente. -Seguindo, viemos entrevistar uma testemunha para uma matéria. Entendido?
-É claro, comandante.- afirmou Yoongi.
-Vamos então.- Seokjin ditou abrindo a porta do carro. - Que Deus nos ajude.
Me apressei em sair do veículo, atravessei a pequena estradinha para a varanda depois de passar pela cerquinha branca que circulava nossa casa. Era de dois pisos, verde clara com as telhas brancas. Olhei em direção a laranjeira que tínhamos, minha mãe costumava ter um jardim repleto de flores, a qual cuidava com muito zelo. Me surpreendi que agora o lugar estava vazio.
Nunca entendi o motivo dela ter plantado as flores justo ali, pois, ela não colhia as frutas e quando caiam esmagavam suas plantas.
Fui seguida por meus novos companheiros que esperaram pacientemente eu girar a maçaneta da porta da frente.
-Mãe? – chamei adentrando a casa e sentindo o cheiro de café. -Está em casa?
-Filha?- chamou a mulher que passava apressadamente pelo portal que ligava a cozinha à sala de estar.
Minha mãe sorriu ainda mais largo ao me ver, fui rapidamente em direção a seu abraço, sentindo o aperto delicado de seus braços à minha volta.
Seu cheiro pareceu me invadir e acalmar toda e qualquer angústia que me perseguiu durantes aqueles dias. Senti meus olhos marejarem, arderem por baixo de minhas pálpebras fechadas.
Não sabia ao certo o motivo, mas me senti tão segura, tão pequena e frágil em seus braços. Sentia que se a contasse o que aconteceu ela daria um jeito de acabar com tudo em um piscar de olhos.
Minha mãe me afastou levemente, ainda com seus braços à minha volta para me olhar.
-Minha querida, o que aconteceu com o seu rosto? Está toda machucada. – perguntou ela desmanchando o sorriso e dando espaço para um olhar preocupado.
-Ah, isso? – apontei para o corte na lateral de minha boca que já estava quase cicatrizando. -Eu e Jungkook acabamos nos esbarrando de bicicleta. Não foi nada de mais.
A mulher assentiu, ainda com as sobrancelhas unidas e deslizou os olhos a Jungkook, analisando seus ferimentos semelhantes aos meus.
- Depois vamos dar uma olhada nesses machucados. Na caixinha dos remédios deve ter alguma coisa para passar.– ela disse com um sorriso outra vez. – Estava morrendo de saudade de você. Que surpresa boa.
Mais uma vez ela me abraçou e assim que me soltou, dando uma última olhada, foi ao encontro de Jin.
-Até você.- disse ela alegremente.- Senti sua falta.
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Whisky Cereja
Hayran Kurgu(Em andamento) Jeon Jungkook foi criado desde pequeno para ser herdeiro da maior empresa farmacêutica de Nova York. O engraçado é que o encontrei liderando uma gangue de marginais no subúrbio um tempo depois de abandonar tudo. Como aconteceu? Bem...