SE SENTINDO ESTRANHA

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  Enquanto dentro do restaurante o senhor Raicherth pergunta:

—Quem é essa atrevida? 

Anthony abaixou a cabeça e respondeu:

 —Ela é minha ex esposa!

—Certo, então vamos ter que lidar com ela no futuro pois não quero ver mais ninguém maltratando minha menina!

—Papai eu não sou mais sua menina a muito tempo!

—Sim, sim, mas eu sempre lhe verei como a minha menininha, minha querida.

Agora não quero atrapalhar o jantar de vocês, vou me sentar naquela mesa!

—Não, senhor, pode sentar-se conosco — disse Anthony. 

—Bom, se vocês insistem eu aceito! — Fala o homem puxando uma cadeira e sentando-se.  

Marcelly olha pro namorado enrugando os lábios insatisfeita pois é a sua primeira noite com o seu primeiro e único namorado e eles não podem ficar sozinhos, primeiro aquela louca, que não entende o que quer, já que foi ela que quis a separação! E agora seu pai que ainda não descobriu, qual é a dele de estar lhe tratando tão bem assim. 

Em todo caso, precisa avisar ao Anthony a raposa que seu pai é!

—Marcelly, Marcelly, 

—Hã, oi, 

—Minha querida, Anthony, está falando com você, onde você está? Porque aqui conosco não é!

—Papai eu só me distraí, desculpe-me Anthony, pode falar o que você estava falando?  

—Marcelly eu estava falando se devemos contar a novidade ao seu pai? 

—Qual novidade? 
Que vocês estão namorando!

Ao ouvi-lo Anthony e Marcelly o olhou surpresos, mas logo Marcelly falou:

—Não vou nem perguntar como descobriu antes de falarmos com o senhor porque tenho certeza que foi seus cães de guarda que lhe contaram!

—Sim minha querida! Desde que vocês saíram da agência grudadinhos ele estão no calcanhar de vocês e me passaram até um vídeo de você se beijados, então vamos pular o pedido de namoro e vamos logo direto para a parte em que eu pergunto: senhor Greuel, quais sãos suas intenções com minha filha ou melhor, pra quando marcamos o noivado de vocês? 

Porque eu tenho urgência em ver minha filha comprometida.   

—Papai, só tem algumas horas que começamos a namorar! E o senhor já quer que noivamos! 

—Sim minha querida, você não é mais uma adolescente e o senhor Greuel, já foi casado, você não vai querer que ele vá procurar outra mulher por aí vai? Então se é assim acho melhor vocês se comprometerem logo, assim os nomes de vocês não serão manchados pela mídia, que com certeza assim como eu vão descobrir logo, logo. 

 Anthony e Marcelly trocaram olhares vendo que o pai realmente tinha razão.

Sem jeito, Marcelly levanta-se dizendo que vai ao banheiro. 

Quando ela se afasta, Anthony olha pro homem sentado à sua frente. 

—Senhor Reichert, o senhor tem razão, mas eu sou o primeiro homem a beijar sua filha, se é que o senhor está me entendendo! Nosso primeiro beijo aconteceu hoje logo após o senhor sair da agência. Então eu preciso ir devagar com ela para assim não assustá-la, o senhor está entendendo onde quero chegar?

Surpresa em ouvir o que Anthony falou, ficando pensativo pois nunca imaginou que a filha não tivesse…

No banheiro, ao entrar Marcelly, se olha no espelho reparando que está corada, pois resolveu sair da frente dos homens para lavar seu rosto, por sentir esquentar e sentir-se estranha com a conversa do pai, de já querer comprometê-la com Anthony assim tão rápido, mas por outro lado mesmo nunca ter se deitado com um homem, sabia de suas necessidades. Sua mãe já havia tido a conversa que toda as mãe precisa ter com as filhas quando chegam na idade de se casarem, pois com ela tudo foi inesperado, pois quando seus pais morreram ela era apenas uma adolescente e sua mãe ainda não tinha lhe explicado o que acontecia entre uma mulher e seu marido. 

Então ao ouvir seu pai falar que Anthony poderia arrumar uma mulher para se aliviar, na mesma hora se sentiu estranha não querendo nem pensar do Anthony nos braços de outra mulher, por isso se por acaso ele aceita o que seu pai falou, claro, que ela não vai se opor, pois o que mais quer é ser dele e realizar seu sonho de ser pai. 

Depois de passar a mão molhada no pescoço para aliviar a tensão que a conversa e seus pensamentos lhe causaram, arrumou seus lindos cabelos loiros e saiu. 

Ao chegar na mesa assim que se sentou seu pai não parava de olhá-la.

Ficou sem graça em vê-lo olhando-a daquele jeito sem ao menos piscar.

O pai a olhava espantado, pois na sua cabeça a filha já estava perdida, já que esse tempo todo esteve vivendo sozinha e ainda mais nas ruas onde pode se encontrar de tudo, principalmente tipos de gente a qual ela nunca tinha convivido — como ela se manteve intacta. Isso é impressionante! E eu achando que ela era uma perdida, por isso queria logo casá-la com esse homem que com certeza a ama, e não se importaria dela já ter sido de outro. Mas agora sabendo que ela ainda está intacta tudo muda, vejo que a mãe lhe preparou bem — ele não parava de falar consigo mesmo em silêncio. 

—Papai, papai!

—Hã, oi meu bem?

—Papai, por que está me olhando assim?

— Nada, querida, eu preciso ir, preciso tomar meus remédios, senhor Anthony cuide da minha menina amanhã nós nos vemos — o homem fala levantando-se e depois de beijar a testa da filha, sai apressado e desnorteado. Pensando no que teria acontecido se o seu enteado tivesse conseguido fazer o que quis fazer com sua filha, pensando nisso assim que se acomodou no banco de trás do luxuoso carro preto, pegou seu celular e fez uma ligação na qual ordenou:

—Quando Henry sair para suas noitadas o pegue e leve-o para o galpão, deixe-o sem comer e sem beber até às segundas ordens. 

Ah, também suspende toda ligação da minha mulher com minhas contas, de hoje em diante ela não terá nem um veículo com nada que for meu, cancele os cartões dela e troque as senhas dos meus.

Depois de dar as ordens ficou sentado no interior do carro pensando em tudo que Marcelly falou e começou a juntar as peças na qual ignorou todos esses anos, e chegou a uma conclusão. Já que casamos com total separação de bens, ela sabia que sairia do casamento sem nada e por isso quis unir o filho incompetente com minha filha, para que assim ficassem com tudo depois da minha morte, mas Marcelly acabou com os planos deles, por isso ficou tão revoltada quando descobriu que ela tinha ido embora, ao invés de ficar aliviada por não tê-la mais por perto lhe incomodando tanto, como  sempre se queixava.  Eu vou acabar com a raça dela e daqueles seus filhos inúteis. 

—Vamos para o hotel — ordenou ao motorista e segurança.

Enquanto isso Anthony, pegou na mão de Marcelly, olhando-a nos olhos falou:

—Eu sinto muito por nosso jantar de comemoração não ter sido como esperávamos! 

—Não sinta, não foi sua culpa, e a noite ainda não terminou — ela falou piscando pra ele que adorou vê-la fazer isso tão feliz mesmo depois de tudo que aconteceu.  

Depois de sair do restaurante já dentro do carro, não parava de olhá-la feliz, em seguida a levou para casa, quando chegaram antes de sair do carro  a beijou apaixonadamente.

Em seguida ela falou: 

—Anthony, eu me senti estranha quando meu pai falou de você ter que arrumar uma mulher pra…você, você sabe, eu não tenho experiência com essas coisas, então, eu quero te falar…Marcelly não se preocupe, eu jamais vou sair com outra pessoa! Eu nunca fiz isso quando minha ex se recusava a…quando ela me evitava, tá me entendendo?

Ela não falou nada, só consentiu com a cabeça e olhou para baixo entrelaçando os dedos das mãos no colo.  

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