A MENINA E O MENINO DO PASSADO

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Enquanto Anthony e Edi almoçavam no restaurante não muito próximo. Marcelly terminava sua refeição com os demais no restaurante na agência, onde se juntou com os mais próximos dela e do marido.

Ao retornar de seu almoço Anthony a encontrou cochilando no confortável sofá em sua sala, entrou devagar procurando não fazer barulho para não acordá-la já que sabia que ela não vinha dormindo bem a noite por causa da barriga cada vez maior. E com os muitos compromissos das lojas também não estava tendo muito tempo durante o dia, deixando-a esgotada.

Aquele mês passou, já com quase sete meses, Marcelly estava cada vez mais pesada andando como uma patinha linda como Anthony sempre falava.

Uma manhã ao chegarem na agência, no que abriu o e-mail da agência, viu que tinha chegado uma proposta de uma concessionária de automóveis para contratar Marcelly para a propaganda na qual o propósito era mostrar como era fácil instalar cadeirinhas de bebês nos bancos, tão fácil que até mesmo os próprios pais das crianças conseguiriam. Mas que para isso iriam precisar de um casal no qual os escolhidos além de serem bem remunerados, cada um dos modelos levariam um automóvel de sua escolha.

Anthony mostrou o e-mail a Marcelly que gostou muito de ser a escolhida, não pelo carro que ganharia, mas sim por poder participar e passar para as famílias como era fácil eles mesmos instalarem as próprias cadeirinhas de seus bebês.

No dia marcado, ao chegarem ao local combinado se depararam com Henry pois ele foi o modelo escolhido para fazer par com ela, que ao ficar ciente logo falou que sem chance, pois jamais se juntaria a ele para tão coisa.

Deixando todos surpresos, ao ouvi-la Henry desesperado pediu para conversar com ela a sós, o que Anthony não permitiu o que levou Henry concordar que ele ficasse na sala. Então quando os demais saíram Henry respirou fundo e começou a falar:

-Bom, Marcelly, em primeiro lugar eu te devo um pedido de desculpas pelo mal entendido de anos atrás...mal entendido cara, você tentou beijá-la à força! - Disse Anthony dando um passo à frente.

-Não, eu não tentei, eu queria muito beijá-la mas não com má intenção e sim por amá-la. Marcelly jura que você não me reconheceu?

Ao ouvir-lo ela o olhou com curiosidade, vendo que ela o olha confusa, Henry falou:

-Marcelly, você se lembra do jardineiro que trabalhava em sua casa quando sua mãe construiu o jardim fechado para as azaleias dela nos fundos da mansão?

Ao ouvir-lo Marcelly viajou no tempo lembrando-se de quando era apenas uma garotinha de oito anos onde adorava ajudar sua amada mãe cuidar das rosas e aprender tudo sobre elas. Onde as preferidas de sua mãe eram as azaleias que no inverno ficavam queimadas e por isso ela mandou o jardineiro contratar alguém para construir um grande jardim fechado. E um dia ao chegar da escola encontrou uns homens que tinha ido construí-lo, e um dos homens era irmão do jardineiro Wilson, que levava seu filho com ele que era dois anos mais velho que ela! Ao se recordar do menino que ela e a mãe muitas das vezes o serviu com biscoito que elas mesmas faziam durante as atarde, Marcelly levou a mão na boca olhando para Henry espantada com olhos lacrimejados ela cambaleou para trás onde Anthony a ajudou sentar-se enquanto Henry pegou um copo com água, enquanto Anthony estava abaixando a frente da esposa segurando sua mão preocupado e sem entender o que estava acontecendo, Henry chegou com a água.

-Tome, beba essa água! - Falou se aproximando, mas antes que Marcelly pegasse o copo, Anthony pegou o copo da mão dele olhando-o sério. Ajudando a esposa beber! Depois de vê-la mais calma perguntou:

-Amor, o que você está sentindo? Você quer ir embora?

-Não, por favor deixe-me terminar o que preciso falar - disse Henry desesperado.

Ao ouvir-lo Anthony levantou-se bruscamente gritando:

-Esperar o que cara? O que você quer falar com minha esposa?

-Calma amor, deixe-o falar! - Disse Marcelly deixando o marido surpreso.

Quando a ouviu Henry deu um sorriso de canto de boca enquanto Anthony a olhava, em seguida começou a falar:

-Então Marcelly pelo que percebi você lembrou-se do garoto que você e sua mãe muitas vezes serviam biscoitos com leite. Eu sou aquele garoto no qual muitas das vezes corri por aquele jardim brincando com meu tio enquanto esperávamos meu pai terminar seu trabalho no jardim para irmos embora! Depois que o jardim ficou pronto...

-Nunca mais te vi - disse Marcelly. Antes dele terminar de falar.

-Você não, mas eu sempre lhe via, pois eu ia até a mansão escondido e ficava lhe vendo correr com seu cachorro sorrindo feliz. Até que meu pai faleceu e tudo mudou na minha vida, minha mãe foi embora da cidade levando eu e meus irmãos com ela. E por anos não voltamos mais. Até que pouco antes de ela se casar com seu pai, quando eu já adolecente fugi e voltei pra casa de minha avó, então ela foi obrigada a voltar pois eu falei que queria voltar a morar naquela cidade então ou ela voltava ou eu moraria com minha avó, ela era mãe do meu pai! Então ela resolveu voltar e um dia ela me seguiu, pois eu sumia todas as tardes pra tentar te ver novamente. E quando ela me achou eu estava olhando pela grade do portão dos fundos, ela perguntou quem morava ali e eu contei toda a história desde quando era um pirralho de dez anos e que nunca tinha me esquecido do meu primeiro amor.

Mas a questão hoje não é essa e sim que eu preciso fazer essa propaganda, pois eu briguei com ela e mandei meus irmãos de volta para casa da minha avó! E prometi mandar dinheiro para ajudar nas despesas deles, e esse dinheiro com esse carro vai me ajudar muito. Eu estou recomeçando minha vida, tentando fazer o certo, larguei os jogos nos casinos onde minha mãe me mandava deduzir as senhoras ricas para conseguir dinheiro. Agora eu tenho ganhado do meu próprio suor, e estou gostando muito de ser responsável pelos meus irmãos, então eu te peço faça esse trabalho comigo, eu prometo não me aproveitar da situação. Eu já entendi e aceitei que você é casada e tem sua família, não quero me meter no meio de vocês isso pra mim é passado! Eu só preciso desse trabalho. Quando eu soube eu confesso que também não gostei, mas o cliente não quer mudar de modelo, ele quer tanto você quanto eu! Edi já tentou ver se mudassem para outra modelo, mas ele não quis nem conversar, então agora que você já sabe quem eu sou e o porquê tentei te beijar naquela tarde, e que já prometi que não vai mais acontecer, pode aceitar fazer esse comercial comigo. E só uma vez não é - ele fala olhando pro Anthony que torce os lábios pro lado sem saber o que dizer. Mas que precisa se controlar e deixar sua esposa tomar a decisão. Pois o que ela resolve e o que vai ser!

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