Capítulo 2

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Oi oi! Já estou com parte da história adiantada então devo postar duas vezes na semana e tentarei manter Quartas e Sábados, qualquer imprevisto avisarei pelo twitter então fiquem de olho em @MissEvansPrince Lembrem de votar e comentar para eu saber o que estão achandoBoa Leitura!



Quando o aluno que estava na última cabine levantou o rosto meio confuso e até assustado enquanto Harry começava a se desculpar, foi que ele pode reconhecer o antigo colega.

— Tudo bem, Potter— Draco respondeu rapidamente e voltou a sua posição inicial olhando pela janela.

Harry se sentou ainda um pouco atordoado pois não esperava realmente encontrar nenhum aluno do seu ano, ser Draco que ele encontrou e ainda naquela situação, era no mínimo intrigante. Ele não estava sendo muito discreto e encarava o sonserino buscando algum traço da confiança e do orgulho que o garoto um dia carregou pela escola e que lhe deixava irritado e alerta para a possibilidade de uma pegadinha, porém, tudo que via agora parecia frágil, a postura reclusa e uma marca de expressão forte entre as sobrancelhas, nenhum vislumbre da presença esnobe. Harry sabia que tinha muitos motivos para odiar o colega, mas também sabia que quando a batalha se acirrou tanto Draco como sua mãe se viraram contra Voldemort e lutaram ao lado de Hogwarts, Narcisa havia realmente salvo sua vida na floresta e ele se lembra de ver o garoto com quem por tanto tempo esteve em conflito gritar o seu nome e correr para longe dos comensais onde o pai o segurava e indo ficar próximo a Harry e seus amigos. Com o decorrer da batalha ele não se lembrou exatamente de procurar por Malfoy, nem mesmo depois se deu ao trabalho de procurar saber muito sobre o que havia acontecido com o menino e a mãe — Ótimo — Harry pensou — agora vou me sentir culpado por não ter lembrado desses dois.

Com o caminhar da viagem parecia mesmo que o trem foi ficando mais silencioso mas na cabine onde Harry e Draco estavam o silêncio já era quase que sufocante e mesmo depois de tanto tempo morando sozinho, se acostumando a não falar muito, a situação social em questão despertou a ansiedade do Potter que já estava inquieto em seu banco enquanto o outro apenas olhava pela janela com uma expressão vazia. Ele não aguentaria muito tempo então pigarreou chamando a atenção do outro antes de perder a coragem para falar

— Ah ... por que não voltou ano passado como os outros? — Na verdade Harry estava preparado para ser ignorado, ouvir um comentário sarcástico, debochado, ou até mesmo ter o nariz quebrado por Draco outra vez, mas nada o preparou para a resposta dolorida que recebeu

— Eu não sei como eles conseguiram voltar— A voz de Malfoy não trazia a aspereza costumeira e na verdade demonstrava algo que Harry achou que parecia ser fragilidade.

— Também não entendo, na verdade. — Ele não sabia muito como lidar com aquela situação , mas entendia e concordava com o colega. Não que ele o visse como um grande amigo por tudo que aconteceu, mas definitivamente foi atingido por reconhecer na fala do outro algo que conhecia bem.

Dor.

Apesar da estranha identificação e de ainda se incomodar com o silêncio, Harry se perdeu em seus pensamentos como acontecia com mais frequência do que nunca, e ele apenas se deixou levar pelo fio das memórias que sua mente tecia até ouvir uma batida leve na porta da cabine e ver o familiar carrinho de doces e se animar com a nostalgia. Ele comprou uma quantidade considerável das guloseimas já se planejando para passar bastante tempo escondido pelo castelo para comê-las. Harry viu que Draco não deu muita atenção ao carrinho mas não sabia se movido pela simpatia , pela culpa ou por simples impulso, se aproximou de seu companheiro de viagem o entregado um sapo de chocolate

— Pega, sei que já deve ter todas as figurinhas, mas isso ainda deve ser muito bom. — O garoto aceita assentindo de leve com a cabeça e Harry percebe um leve sorriso, algo que também não lhe era muito familiar naquele rosto. Ele se senta de volta pegando também um chocolate

— Se for alguma repetida você troca comigo? — Ele nem sabia o motivo de querer tanto desenvolver alguma conversa normal, mas talvez ele apenas tenha perdido a prática.

— Claro! — Agora ele realmente escuta uma risada baixa

Harry abre o doce e se surpreende com a figurinha. Ninguém mais ninguém menos que Severus Snape lhe encarando da forma ríspida de sempre como nas aulas de poção. Ele olha para Draco que também parece um pouco atordoado

— Snape — O outro só levanta o olhar da própria embalagem o encarando em silêncio, claramente desconfortável — Eu não sabia que tinham atualizado as figurinhas — Ele engole em seco, pois aquilo era mais um lembrete de tudo que tinha acontecido e de todos que ele havia perdido, de todos que não pode salvar. Ao não ter nenhuma resposta ainda tenta uma interação

— Sei que ele era diretor da sua casa então se tiver tirado alguma repetida e quiser trocar — Ele já estendia a mão para o colega achando que talvez ele pudesse gostar da lembrança mas o outro se encolheu sutilmente como que recolhendo a própria carta

— Tirei o Snape também — Harry o observou guardá-la no bolso das suas vestes.

O silêncio afinal venceu a disputa naquela cabine pelo resto da viagem, dando a Harry o tempo necessário para criar novas paranoias sobre tudo que viesse à mente. Estava muito tenso com a perspectiva de voltar para Hogwarts, sem os amigos que um dia foram tão próximos, sem a perspectiva do quadribol pra se distrair já que a capitã do time da Grifinória era também sua ex namorada, que já não estava muito feliz em tê-lo em sua turma, e ficaria menos ainda se ele ousasse pedir para entrar no time da casa. Além disso, ele não estava tão animado para lidar com o que agora lhe pareciam crianças muito pequenas para uma escola. Ele sabia que a crise de idade era exagero mas se sentia realmente deslocado. Ainda assim, em nenhum momento ele se arrependia de não ter se formado antes, pois sabia que não estaria muito melhor se estivesse voltando tão rápido, precisava daquele tempo. Esse pensamento o fez se questionar como Malfoy estava enxergando isso e como ele e a mãe estavam agora, afinal, ele parecia o mais próximo de alguém que o entenderia nesse momento.

Quando o trem parou, nem Harry nem Draco começaram a se levantar rapidamente como aconteceria em outros tempos, sabiam que estavam no fim do corredor de cabines e não tinha porque se meter naquele caos histérico. Quando julgou que seria mais tranquilo, Harry pegou seu malão no compartimento acima do banco e jogou os doces que havia comprado lá dentro.

— Até mais! — Falou cordialmente para o colega que apenas assentiu de forma simpática, e saiu na expectativa de ainda encontrar Hagrid antes de ele conduzir os alunos do primeiro ano.

Ao chegar na plataforma, era impossível não avistar o meio gigante que chamava pelos alunos. Harry se apressou para ao menos cumprimentar o velho amigo antes de seguir para o castelo

— Por Merlin, Harry! — Ele foi envolvido em um abraço sufocante — Ficou tanto tempo sem dar notícias! Não faça mais isso , todos ficaram muito preocupados com você. Eu senti muito sua falta!

Harry tentava respirar para responder, mas o amigo demorou ainda a soltá-lo, e ele entendia que realmente tinha sumido e que isso podia preocupar os amigos — Isso Potter, causando mais dor — se repreendeu mentalmente.

— Eu sei Hagrid, prometo que não vou sumir assim, e agora em Hogwarts prometo ir te visitar até você cansar de me ver — ele disse se afastando para pegar a última carruagem de testrálios para ir até o castelo.

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