Capítulo 12

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Boa leitura!


Em seu tempo de escola antes da guerra, Harry nunca poderia imaginar que um dia estaria tomando seu café da manhã na mesa da Sonserina, menos ainda que estaria mais confortável lá do que na mesa de sua casa. Mas agora, apreciava o silêncio da mesa esvaziada e a companhia do amigo Draco Malfoy, o que ele também nunca imaginaria que pudesse acontecer. O garoto perdeu o foco das reflexões quando toda a mesa da Grifinória, que estava estridente como sempre, ficou em completo silêncio, então ele acompanhou os olhares assustados e pode ver mesmo de longe que Gina segurava um característico envelope vermelho. Berrador. Antes que ele pudesse processar o que estava acontecendo, a voz da senhora Weasley ecoou pelo salão principal

"Gina Weasley! Você tem noção do que está fazendo? Depois de todo esse tempo não aprendeu nada? Sinceramente, não pense que vai se safar tão fácil dessa vez! Oh Merlin, com toda a conturbação política que o seu pai precisa enfrentar no ministério, agora temos que ir até a escola por causa das suas atitudes terríveis! Eu sei que você não gosta dele, e você não precisa, mas lembre-se como você se sentia quando ele não te respeitou, quando não respeitou sua família! Não jogue nosso nome na lama se sujeitando a isso!

Harry, querido, sinto muito que isso tenha atingido você ... de alguma forma. Lembre-se de escrever, sentimos sua falta!"

A carta se destruiu, e antes que Harry conseguisse processar tudo, Malfoy se levanta e deixa o salão principal que agora estava em completo silêncio. Ele queria seguir o amigo, sentia que devia, ia fazer isso. Mas o que ele poderia falar? Entendia e acreditava de verdade que ele havia mudado, entendia a posição que ele foi colocado, mas também sabia o quanto ele tinha machucado a família de seu amigo Rony. Com todo aquele ideal de famílias puras e superioridade que fora criado, era muito fácil acabar rebaixando os que não se encaixavam em seu padrão. Agora ele parecia querer mudar, mas não tinha muito espaço, pensou que ele provavelmente se sentisse sozinho, e não queria isso. Podia não saber o que dizer, mas queria estar ao seu lado.

O grifinório deixa a mesa da sonserina sem pressa, todos já tinham voltado a atenção às suas refeições conversando sobre a cena que presenciaram mas como se não fosse algo muito relevante, e segue pelos corredores, novamente não tinha total certeza de onde Draco estava, mas sabia que devia checar o banheiro da Murta. Ao entrar, o local parecia vazio e silencioso, nem a fantasma estava por lá, mas logo viu que fora um bom palpite, o garoto estava sentado em um canto do banheiro com a cara enterrada nos braços que abaçavam os joelhos dobrados. Harry sentiu seu peito apertar com a fragilidade que via mas ainda não sabia o que falar então apenas se sentou próximo a Malfoy em silêncio.

Draco tinha se arrependido de contar à diretora a verdade, ele realmente não esperava que algo fosse ser feito a respeito. Historicamente, não estava acostumado com a escola se importando com seus problemas, ele sempre precisou resolver tudo sozinho e na verdade, pelo tempo que estivera lá, sabia que nenhum sonserino se sentia muito acolhido, intimidar era o único jeito de conquistar espaço. Se algo perigoso acontecia, apenas Snape , diretor da casa, se dava ao trabalho de pensar neles, e mesmo assim os alunos o achavam um chaveirinho de Dumbledore. O garoto jamais imaginou que a diretora, vinda da grifinória, faria algo que afetasse os seus, menos ainda em defesa dele. Agora, ao que tudo indica, até as famílias foram notificadas, a senhora Weasley parecia furiosa e ainda falava sobre todo um passado que ele queria superar, queria passar por cima dos paradigmas de seu pai, queria não fazer as pessoas se sentirem diminuídas como ele se sentia perto de Lucius. Mas ainda não sabia como, nada parecia suficiente. E ainda tinha o final do recado, a mensagem para Harry "sinto muito que isso tenha atingido você ... de alguma forma." ele percebeu a excitação, a falta de compreensão da mulher sobre um problema de Draco afetar Potter, ele não estava se iludindo, sabia como as pessoas enxergavam os dois. Quantas vezes já tinha capturado olhares de pena ao passarem, quando ele estava sozinho, os poucos que se dignaram a olhar demonstraram repulsa. Até a biblioteca, que era um de seus lugares favoritos, preferia evitar agora, um dia pode escutar um grupo de alunos discutindo sobre como Draco teria enfeitiçado Harry para serem amigos e limpar a própria imagem, faziam até apostas sobre isso. Ele só conseguia se sentir vazio e deslocado, um intruso em todo o mundo bruxo. Não tinha nenhum lugar para ele.

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