Capítulo 8

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Boa leitura!


Esse era um final de semana tranquilo então Harry combinou de ir para a cabana de Hagrid mas novamente acordou cedo demais, o pesadelo que o despertara agora estava cheio de flashes da conversa que teve com Malfoy no dia seguinte. Além de correr pela floresta escura podia ver Voldemort e Lucius Malfoy torturando o amigo. Sim, estavam aceitando que eram amigos. Depois de contar tudo, Draco parecia se sentir mal mas Harry realmente acreditava nele, que ele o havia protegido e ainda podia compreender que a situação vivida com a família era terrível. Após se abrir tanto, ele parecia querer fugir e se esconder do que ele mesmo tinha dito, mas Harry não deixou, mostrou apoio pra ele e tentou convencê-lo de que ele merecia ser feliz. Na verdade, Draco também tentou convencer Harry disso, já que ele estava se culpando pelos martírios do outro. Ficaram conversando até a hora do jantar e uma amizade havia se firmado, nem andaram mais tão afastados no corredor quando foram para o salão principal.

Como tinha algum tempo antes do café, Harry decidiu aproveitar a banheira que tinha em seu banheiro e afundou o corpo na água quente agradecendo mentalmente por Murta não poder lhe fazer companhia como quando foi abrir o ovo do torneio tribruxo no banheiro dos monitores. Após o banho, ele vestiu um suéter confortável com as cores da Grifinória que a senhora Weasley lhe deu no último natal e desceu para a comunal sem se dar ao trabalho de fazer um feitiço para secar os cabelos. A sala costumava ser sempre tranquila e silenciosa já que não havia a quantidade comum de alunos usando o ambiente, mas Harry pode imaginar que o colega de comunal já havia acordado pelo barulho borbulhante que ouvia

— Você não dorme?

— As vezes sim, mas e você? — Draco o respondeu sem tirar os olhos de uns tubos de ensaio que analisava. Sua bancada hoje estava particularmente cheia de substâncias, nas mais variadas cores e formas.

Harry caminhou até a janela, o que já era um hábito agora, passava muito tempo ali absorvendo a paisagem.

— Depois do café vou direto para a cabana do Hagrid hoje. Bem, eu até te convidaria, mas você parece muito ocupado. —Ele torcia para o amigo o corrigir e falar que podia ir mas não foi o que aconteceu

— Acho que eu vou sobreviver — Ele respondeu com um sorriso animado — E além do mais, acho que estou muito perto de acabar isso aqui, então preciso manter o foco — Harry o observou jogar algo no caldeirão que fez uma fumaça espiralada azul subir que pareceu ser exatamente o que o Draco queria já que ele observava a mistura enquanto anotava sem parar em um pergaminho.

— Okay, mas você pode vir comigo para o café? Só pra eu ter certeza que você vai comer alguma coisa.

— É você quem estava esses dias indo dormir sem jantar e agora eu preciso ser vigiado? — Ele não parecia realmente irritado, era algo como uma provocação amigável que fazia Harry querer alimentar um conflito bobo mas antes que pudesse responder o outro se afastou da bancada pensativo — Bem, talvez eu devesse mesmo ir, pra ver se você tá comendo ou só fugindo do salão principal as pressas para encontrar Hagrid.

— Ah, cala a boca Malfoy — Harry revirou os olhos mas os dois tinham sorrisos no rosto que mostravam a leveza por trás das palavras.

Novamente eles andaram lado a lado pelos corredores até chegar na entrada do salão principal.

— Ei, eu vou estar mesmo de olho em você — Draco tentou colocar um tom de ameaça na voz

— E eu vou estar me escondendo — Harry falou se afastando para a mesa da Grifinória e de fato, pela primeira vez o garoto sentou de costas para a mesa da Sonserina só para provocar o amigo. Ele ainda estava muito desconfortável de se sentar sozinho naquela mesa e mais ainda agora que os vira atacando Draco. Harry julgava não ter preconceitos mas percebeu que depois de tudo ainda tinha noções bem erradas sobre as casas de Hogwarts, afinal, ele nunca imaginaria que Grifinórios seriam tão cruéis e que um sonserino estava se tornando um bom amigo. Apesar da agitação o garoto realmente se obrigou a tomar um bom café da manhã e ao se levantar da mesa olhou para a mesa da Sonserina encontrando um Draco lhe observando com a cara fechada, provavelmente pelo garoto ter se escondido dele, então ele deu um sorriso e saiu pelos jardins do castelo em direção à cabana de Hagrid.

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